terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 186 - Uma vida no aikidô
Esse livro, escrito pelo filho de Morihei Ueshiba, apresenta a história do fundador do aikido. Para amantes de artes marciais, muito bom, pois apresenta muito bem o cenário japonês que serviu de pano de fundo para o desenvolvimento das "modernas" artes marciais. Além de contar com precisão a história do aikidô. Só acho que os aikidoistas puxam demais a brasa para a sardinha deles e inventam umas histórias da carochina, o Ueshiba no final do livro não parece um mestre de artes marciais e sim o Homem Aranha. Vale.
Dica de Leitura 185 - Não sou anjo
Depois que li a bio do Havelange e os livros do Jennings, já havia desanimado totalmente com o futebol...e essa agora, que é a bio do chefão da F1, o (prá lá de picareta) Bernie Ecclestone, consegue ser ainda mais terrível. Dá pena de mim no passado e de todos que ainda torcem por esse esporte. Se você é brasileiro, além de aguentar o Rubinho, assiste um esporte (esporte?) totalmente manipulado por interesses econômicos. Viva o esporte amador.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 184 - Grito de Guerra da Mãe Tigre
Legal ler como essa descendente de chineses cria suas filhas nos Estados Unidos. Na época do politicamente correto pra lá de chato, ela segue preceitos como "um A- é uma nota ruim", "as únicas atividades que seus filhos deveriam ter permissão de praticar são aquelas em que possam ganhar uma medalha"....não equilibra a balança, mas nos faz pensar que há vida além da educação onde as crianças abraçam árvores, recitam mantras e reciclam lixo.
Dica de Leitura 183 - Nada prova nada
O Gerald Thomas é um cara metido e não vou muito com a cara (literalmente) dele...mas me lembro quando o vi pela primeira vez, com a Fernanda Torres em um restaurante e eles pareciam muito felizes juntos....então se há amor, talvez não possa julgar pela aparência um cara...e mais ainda se ele escreve um livro desse, com seus melhores posts no BLOG. O cara não é daqueles nerds artísticos, da arte pela arte ou da arte fast food, tem conteúdo, referências e network (que network, amigaço do Beckett...). Ele se coloca, se posiciona sobre política, sobre a sociedade, sobre a vida e não se envergonha dos seus defeitos e da sua complexidade. Dois trechos sensacionais do livro, que por sí só já valem:
"Estamos em plena doença dos tempos, como reza a expressão. Parece que não progredimos, a não ser através de pequenos achados tecnológicos que nada visam além da autosatisfação. Sim, falo da geração surda e muda por causa dos ipods tocando numa decibelagem absurda em seus ouvidos, transformando-a em ilhas ambulantes que excluem o mundo. Estamos mais obesos do que nunca. Estamos mais químico-dependentes do que nunca e o otimismo que já existiu (e como! Pós-segunda guerra ou no movimento de contra-cultura dos 60) se tornou um ufanismo insuportável. Parece uma festa onde ninguém se diverte e ninguém se comunica. Todos os berros (silenciosos como os de Munch), mas nada de valor é dito ou discutido...Eu vejo o mundo de forma fragmentada, torturada e num hiato entre holocaustos. Sim me sinto a própria Guernica de Picasso, só que sem aquela fonte de luz, aquela solitária lâmpada que Picasso escolheu para iluminar sua tragédia, Mas como não tenho solução mesmo, crio problemas e tenho um BLOG. E aqui está a essência dele. LOVE".
"Já usei drogas, como a coca, para sentir melhor o sexo e quebrei tabus. Não sou imbecil e muito menos hipócrita. Não poso de santo. Mas existe uma coisa que não pode quebrada: o trauma de abusar de uma criança! Traum em alemão, é sonho. Trauma em alemão, é exatamente o mesmo. Uma letra, uma diferença. A mesma diferença que a idade traz. Também não sou ingênuo para ignorar que temos fantasias. Que rolem! Entre a fantasia e o ato existe o deserto do Saara"!.
No final, decidi que vou gostar do cara.
"Estamos em plena doença dos tempos, como reza a expressão. Parece que não progredimos, a não ser através de pequenos achados tecnológicos que nada visam além da autosatisfação. Sim, falo da geração surda e muda por causa dos ipods tocando numa decibelagem absurda em seus ouvidos, transformando-a em ilhas ambulantes que excluem o mundo. Estamos mais obesos do que nunca. Estamos mais químico-dependentes do que nunca e o otimismo que já existiu (e como! Pós-segunda guerra ou no movimento de contra-cultura dos 60) se tornou um ufanismo insuportável. Parece uma festa onde ninguém se diverte e ninguém se comunica. Todos os berros (silenciosos como os de Munch), mas nada de valor é dito ou discutido...Eu vejo o mundo de forma fragmentada, torturada e num hiato entre holocaustos. Sim me sinto a própria Guernica de Picasso, só que sem aquela fonte de luz, aquela solitária lâmpada que Picasso escolheu para iluminar sua tragédia, Mas como não tenho solução mesmo, crio problemas e tenho um BLOG. E aqui está a essência dele. LOVE".
"Já usei drogas, como a coca, para sentir melhor o sexo e quebrei tabus. Não sou imbecil e muito menos hipócrita. Não poso de santo. Mas existe uma coisa que não pode quebrada: o trauma de abusar de uma criança! Traum em alemão, é sonho. Trauma em alemão, é exatamente o mesmo. Uma letra, uma diferença. A mesma diferença que a idade traz. Também não sou ingênuo para ignorar que temos fantasias. Que rolem! Entre a fantasia e o ato existe o deserto do Saara"!.
No final, decidi que vou gostar do cara.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 182 - A primavera do Dragão
Esse livraço, escrito pelo ótimo Nelson Motta, conta a vida do jovem Glauber Rocha, de sua infância em Conquista, adolescência em Salvador, sua formação autodidata em cinema, seus primeiros passos na arte até a disputa da Palma de Ouro com o (para lá de sensacional) "Deus e o Diabo na Terra do Sol".
O cara era genial, brilhante, grande namorador (apesar de ter sido passado para trás pela primeira mulher), de uma família interessante, viveu em uma época de grandes mudanças sociais...e criou o cinema novo.
Para ler de uma sentada. Você faz falta, Glauber.
O cara era genial, brilhante, grande namorador (apesar de ter sido passado para trás pela primeira mulher), de uma família interessante, viveu em uma época de grandes mudanças sociais...e criou o cinema novo.
Para ler de uma sentada. Você faz falta, Glauber.
Dica de Leitura 181 - Hernan Cortez
Com esse completo toda a coleção "Guerreiros" da Contexto. A incrível história de Cortez, que fidalgo humilde, movido por uma surreal ambição, coragem e força de vontade, vai para o Novo Mundo e, cometendo terríveis atrocidades, vence o império asteca. Império esse, que o livro demonstra muito bem, de bonzinho não tinha nada...e era odiado e invejado pelos índios subjugados, que eles sim, tiveram particípação decisiva no conflito. Após incríveis aventuras, Cortez morre pobre e isolado...final dialético para tal conquistador.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 180 - RAFA
Pessoal, para quem se interessa por biografias de grandes valores do esporte (e como essas histórias podem agregar ao seu dia a dia) essa biografia vale a pena. Nadal "escreveu" com o apoio de John Carlin, grande escritor que já havia escrito o livro que inspirou o filme Invictus.
No livro, vemos como um atleta, assumidamente menos técnico do que seu maior rival (Federer), a partir de uma disciplina militar imposta principalmente pelo tio, um suporte familiar fantástico que só espanhóis da sua região pode oferecer e uma insaciável, incontrolável vontade de vencer conquista tudo.
Vale. Os valores do Esportismo (atitude, visão, estratégia, execução e teamwork) estão todos ali. Em altíssimo grau!
No livro, vemos como um atleta, assumidamente menos técnico do que seu maior rival (Federer), a partir de uma disciplina militar imposta principalmente pelo tio, um suporte familiar fantástico que só espanhóis da sua região pode oferecer e uma insaciável, incontrolável vontade de vencer conquista tudo.
Vale. Os valores do Esportismo (atitude, visão, estratégia, execução e teamwork) estão todos ali. Em altíssimo grau!
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 179 - O cobra
Mais um ótimo livro de Frederick Forsyth, dessa vez nem tanto pelos personagens construídos que estão entre os mais fracos dele, mas pela pesquisa feita para narrar a guerra ao narcotráfico. Como grande pesquisador que é, FF apresenta a debilidade do tráfico de drogas, que é incontrolável no pequeno varejo, mas que pode ser drasticamente reduzido se atacar a logística dos grandes traders colombianos. Para entender a questão...e sonhar que isso é possível.
Dica de Leitura 178 - O forte
Esse novo livro do Bernard Cornwell me encheu de expectativas, afinal esse é o cara do romance histórico de guerra. Infelizmente, é disparado o pior livro dele. Além de faltar aquela adrenalina das cenas de ação de sucessos passados do autor, a história é macarrônica: como uma força infinitamente superior dos Estados Unidos foi derrotada por uma pequena força inglesa na defesa de um forte durante a guerra de independência americana. Só para fãs do homem.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 177 - Homem ao mar
Nesse livro, o delegado aposentado Joaquim Nogueira nos conta as últimas horas de vida de um delinquente, que sangrando até a morte começa a lembrar a vida dura e desprovida de esperança que o fez chegar onde chegou. É impossível ler o livro sem entender um pouco mais como se forma um criminoso, porque ele faz o que faz...e ao contrário de muitas leituras, onde se simpatiza com um indíviduo desses, termina-se o livro desgostando de quem trilha o caminho para lá de errado. É interessante também como o autor descreve o estado de confusão mental do narrador....algo não muito fácil de escrever....
Dica de Leitura 176 - Lawrence da Arábia
Esse livro, mais um da coleção "guerreiros" da Contexto, conta a história de Lawrence da Arábia, um erudito que entrou no exército inglês e combateu na I Guerra Mundial...e com sua profunda sensibilidade e conhecimento conseguiu entrar na mente dos guerreiros do deserto que combatiam o exército otomano. Foi um guerreiro inovador, na medida em que não possuía um exército regular, mas influenciava um exército que combatia com técnicas que hoje se convencionou chamar de guerrilha. Isso sem falar em uma personalidade complexa, que fugiu da glória após a vitória, nunca revelou sua sexualidade....
Dica de Leitura 175 - O cofre do Adhemar
Nesse livro Alex Solnik, que foi um revolucionário pós-golpe de 64, conta histórias dos guerrilheiros, pelos guerrilheiros. Na verdade eram meia dúzia de camponeses, meia dúzia de operários, uma dúzia de estudantes e alguns ícones, como Lamarca e Marighella. Enfrentaram com métodos questionáveis uma estrutura muito mais poderosa e acabaram totalmente derrotados. O outro lado dessa história é que lutaram pelos seus ideiais, realizaram ações incríveis, como o roubo do cofre onde estava guardada a fortuna do corrupto Adhemar de Barros....no mínimo em uma época onde os ideiais de pouco valem, vale refletir sobre essa história. E de mais a mais, fizeram uma presidenta.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 174 - A batalha de Mogadiscio
Nesse livro, escrito por rangers que estiveram lá, nos é narrada direto da fonte a história que inspirou "Falcão Negro em perigo". Uma insanidade, onde o resgate de uma equipe de um helicóptero caído e a prisão de alguns criminosos de guerra desencadeou uma batalha onde morreram 18 rangers e 1.000 habitantes dessa cidade da Somália. Os rangers escrevem de forma crua, dura e sarcástica, como grandes guerreiros, e o que fica evidente é a insanidade de regimes quarto mundistas....e a insanidade de potências do primeiro mundo, querendo resolver no braço situações complexas, desconsiderando situações locais e acreditando que seus valores os ajudariam onde não há ajuda. Na verdade, prejudicam.
Dica de Leitura 173 - Jogando para vencer
Nesse livro, da série "na vida como no esporte" apresentado e comentado pelo Bernardinho, nos é narrada a história do maior treinador de basquete de todos os tempos, 10 vezes campeão universitário americano, John Wooden. Para todos aqueles que gostam de esporte e gostam do tema "liderança", é uma ótima leitura.
Dois pontos de destaque no livro: a definição de sucesso de Wooden ("o sucesso é a paz de espírito proveniente da consciência que você fez o maior esforço possível para se tornar o melhor dentro do seu potencial") e a pirâmide do sucesso, fatores necessários para atingi-lo - e que inspirou minha medalha do esportismo.
Vale.
Dois pontos de destaque no livro: a definição de sucesso de Wooden ("o sucesso é a paz de espírito proveniente da consciência que você fez o maior esforço possível para se tornar o melhor dentro do seu potencial") e a pirâmide do sucesso, fatores necessários para atingi-lo - e que inspirou minha medalha do esportismo.
Vale.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Dica de Leitura 172 - José
Esse pequeno romance autobiográfico de RF conta sua formação como homem, profissional, amante, leitor...entremeado por uma profunda vivência familiar, profissional, estudantil, me interessei pela formação literária dele, que tanto influenciou sua forma de ver o mundo...e escrever. Destaco uma cantada que ele deu, lindíssima, utilizando como suporte FP:
"O amor, quando se revela, não se sabe revelar. Sabe bem olhar para ela, mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente, cala: parece esquecer. Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar, e se um olhar lhe bastasse para saber que a estão a amar!"Mas quem ama muito, cala..."
E final, quando ele reflete sobre a tarefa impossível da palavra escrita, profissão que ele abraçou e usa para isso um trecho de Singer:
"A história verdadeira da vida de uma pessoa jamais poderá ser escrita. Fica além do poder da literatura. A história plena de qualquer vida seria ao mesmo tempo absolutamente aborrecida e absolutamente inacreditável".
Genial
"O amor, quando se revela, não se sabe revelar. Sabe bem olhar para ela, mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente não sabe o que há de dizer. Fala: parece que mente, cala: parece esquecer. Ah, mas se ela adivinhasse, se pudesse ouvir o olhar, e se um olhar lhe bastasse para saber que a estão a amar!"Mas quem ama muito, cala..."
E final, quando ele reflete sobre a tarefa impossível da palavra escrita, profissão que ele abraçou e usa para isso um trecho de Singer:
"A história verdadeira da vida de uma pessoa jamais poderá ser escrita. Fica além do poder da literatura. A história plena de qualquer vida seria ao mesmo tempo absolutamente aborrecida e absolutamente inacreditável".
Genial
Dica de Leitura 171 - Secreções, excreções e desatinos
Mais um livro de um de meus autores favoritos, certamente o favorito no que compete a contos: RF. Nesse livro, ele trata de pequenas histórias ligadas as sensações humanas, sem perder de vista a atmosfera noir, a brutalidade e os afetos de histórias narradas em uma grande metrópole. Destaco "Belos dentes e um bom coração", que fala sobre o julgamento moral de um investigador particular. Como sempre, ótimo.
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