O Gerald Thomas é um cara metido e não vou muito com a cara (literalmente) dele...mas me lembro quando o vi pela primeira vez, com a Fernanda Torres em um restaurante e eles pareciam muito felizes juntos....então se há amor, talvez não possa julgar pela aparência um cara...e mais ainda se ele escreve um livro desse, com seus melhores posts no BLOG. O cara não é daqueles nerds artísticos, da arte pela arte ou da arte fast food, tem conteúdo, referências e network (que network, amigaço do Beckett...). Ele se coloca, se posiciona sobre política, sobre a sociedade, sobre a vida e não se envergonha dos seus defeitos e da sua complexidade. Dois trechos sensacionais do livro, que por sí só já valem:
"Estamos em plena doença dos tempos, como reza a expressão. Parece que não progredimos, a não ser através de pequenos achados tecnológicos que nada visam além da autosatisfação. Sim, falo da geração surda e muda por causa dos ipods tocando numa decibelagem absurda em seus ouvidos, transformando-a em ilhas ambulantes que excluem o mundo. Estamos mais obesos do que nunca. Estamos mais químico-dependentes do que nunca e o otimismo que já existiu (e como! Pós-segunda guerra ou no movimento de contra-cultura dos 60) se tornou um ufanismo insuportável. Parece uma festa onde ninguém se diverte e ninguém se comunica. Todos os berros (silenciosos como os de Munch), mas nada de valor é dito ou discutido...Eu vejo o mundo de forma fragmentada, torturada e num hiato entre holocaustos. Sim me sinto a própria Guernica de Picasso, só que sem aquela fonte de luz, aquela solitária lâmpada que Picasso escolheu para iluminar sua tragédia, Mas como não tenho solução mesmo, crio problemas e tenho um BLOG. E aqui está a essência dele. LOVE".
"Já usei drogas, como a coca, para sentir melhor o sexo e quebrei tabus. Não sou imbecil e muito menos hipócrita. Não poso de santo. Mas existe uma coisa que não pode quebrada: o trauma de abusar de uma criança! Traum em alemão, é sonho. Trauma em alemão, é exatamente o mesmo. Uma letra, uma diferença. A mesma diferença que a idade traz. Também não sou ingênuo para ignorar que temos fantasias. Que rolem! Entre a fantasia e o ato existe o deserto do Saara"!.
No final, decidi que vou gostar do cara.
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