quinta-feira, 3 de abril de 2014

quarta-feira, 2 de abril de 2014

LEVANTAMENTO SOBRE OS VALORES QUE A PRÁTICA DO JUDÔ TRAZ PARA A VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL DE ATLETAS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL


Pessoal, esse trabalho desenvolvido pelo grande amigo e um dos melhores judocas grand masters em atividade, Cristian Cezário, é uma leitura instigante para os praticantes de Judô em especial para aqueles que trabalham com deficientes visuais, como o Cristian. Recomendo a leitura (os gráficos não estão no corpo do texto) para todos os amigos que amam o JUDÔ e que tem contato com deficientes visuais. Da minha parte foi uma honra ter contribuído de alguma forma, já que uma das referências bibliográficas foi o livro "ESPORTISMO - VALORES DO ESPORTE PARA A ALTA PERFORMANCE PESSOAL E PROFISSIONAL", escrito em 2010 junto com outro grande amigo e judoca olímpico, Wagner Castropil. Boa leitura!


LEVANTAMENTO SOBRE OS VALORES QUE A PRÁTICA DO JUDÔ TRAZ PARA A VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL DE ATLETAS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL
                                                                    
Cristian Cezário
                                                                           Natanael José Arcanjo
                                                                     
                                            Professora Orientadora: Ms. Rosemeire de Oliveira


RESUMO
Visando a valorização de atletas portadores de deficiência visual, este estudo tem como objetivo identificar quais são estes valores, tanto pessoais quanto profissionais que o judô agrega aos atletas. Este trabalho baseou-se em estudos realizados, no questionário aplicado em 15 atletas portadores de deficiência visual, com idade entre dezessete e quarenta e cinco anos e em discussões. Ao analisar as respostas obtidas, percebeu-se unanimidade em respostas positivas, demonstrando que a prática do judô mudou e continua mudando para melhor a vida desses atletas, agregando à vida pessoal e profissional: confiança, persistência, disciplina, respeito, entre outros valores. Com esta análise foi possível perceber também que a prática deste esporte age como uma forma de quebra de barreiras a estes atletas, proporcionando que os mesmos tracem objetivos para alcançar suas metas.


PALAVRAS-CHAVE: deficiência visual, valores, atitudes, esporte, judô, esportismo.



INTRODUÇÃO
Nos dias atuais sabemos que a prática esportiva se faz muito importante na vida do ser humano, seus benefícios, sejam eles físicos, psicológicos, fisiológicos ou emocionais são adquiridos de forma gradual e constante se a prática das atividades for regular. Abre-se a hipótese que é necessário oferecer às crianças e adolescentes, modalidades de prática esportivas que beneficiam o desenvolvimento psicológico, intelectual, físico e social das mesmas, levando-nos a entender que a elaboração do estudo foi importante e viável, uma vez que abre espaço para tal reflexão.
            Mas na questão dos valores adquiridos, segundo Motta (2010) pouco ou nada sabemos dos valores que a prática esportiva de competição agrega ao cotidiano das pessoas. Temos convicção de que o esporte é capaz de proporcionar bem-estar físico e evitar doenças das mais variadas. Porém, temos poucas informações sobre os valores característicos que podem ser importados para a vida de cada um de nós e nos ajudar decisivamente na obtenção de nossas metas individuais, sejam elas profissionais ou pessoais. O Judô fala sobre educação, respeito, de fazer o que é certo, de falar o que pensa, sobre amizade e também de convívio social e que não é apenas uma luta, mas pequenas coisas que estão ou deveriam estar no nosso dia-a-dia. (BATISTA e BERNARDES, 2013).
            Nosso estudo trata diretamente de atletas portadores de deficiência visual praticantes de judô, que vem crescendo muito a cada ano o número de adeptos.
Um programa de educação física geral não conseguiu abranger a especificidade da pessoa portadora de deficiência em 1950 pela American Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD) e, então, a educação física adaptada veio para suprir essa lacuna existente. 
            Segundo a Organização Mundial de Saúde (2002),citado por Maia e cols (2008) é considerado portador de cegueira o indivíduo com acuidade visual desde 3/60 (0,05), no melhor olho e melhor correção óptica possível, até a ausência de percepção de luz, ou correspondente perda de campo visual no melhor olho com a melhor correção possível. A definição de visão subnormal corresponde à acuidade visual igual ou menor do que 6/18 (0,3), mas igual ou maior do que 3/60 (0,05) no melhor olho com a melhor correção possível.
Diante deste problema, o presente estudo tem como objetivo fazer o levantamento dos valores que a modalidade de judô, traz para vida de atletas portadores de deficiência visual, bem como estes valores são aplicados em seu cotidiano e de que maneira esses valores influenciaram de forma positiva ou negativa em seu cotidiano.

MATERIAIS E MÉTODOS

Participaram deste estudo 15 atletas portadores de deficiência visual, praticantes de judô, filiados a algumas instituições especializadas em atletas portadores de deficiência visual, de diversos estados do Brasil. Os atletas filiados a estas instituições têm idade entre dezessete e quarenta e cinco anos, com o mínimo de um ano de prática da modalidade. Para a avaliação dos valores que o esporte traz para o cotidiano dos atletas, foi utilizado um questionário com algumas questões abertas e fechadas (ANEXO I), elaborado por Motta (2010), e adaptado por Cezário e Arcanjo em 2013 com base nos estudos de outros autores sobre o tema e adaptado com questões especificas aplicadas a atletas portadores de deficiência visual.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dos resultados obtidos nas entrevistas com os 15 atletas com deficiência visual observou-se que a prevalência das doenças destes atletas é congênita, ou seja, desde que nasceram enfrentam essa dificuldade. Casos como rompimento e atrofia do nervo ótico, glaucoma, catarata, deslocamento da retina, miopia, retiropatia, retinose pigmentar e também perda parcial com apenas 10% da visão, foram os casos encontrados nestes atletas. Perguntados se encontram alguma dificuldade, foi constatado que lidar com a sua deficiência e conviver com pessoas que não a possuem no dia-a-dia do treinamento, foi a maior dificuldade encontrada por eles. Segundo Sassaki (1997), Stainback e Stainback (1999) citado por Alves e Duarte (2005), o princípio da inclusão defende que a sociedade deve fornecer as condições para que todas as pessoas tenham a possibilidade de ser um agente ativo na sociedade. As condições inclusivas devem estar presentes em todos os aspectos da vida do indivíduo, tais como no campo educacional, laboral, esportivo, recreativo, entre outros. Podemos constatar que em relação a valores adquiridos com a prática do esporte Judô, 100% dos entrevistados acreditam que conseguiram alcançar alguns ou todos os valores a seguir: disciplina, respeito, bem estar físico e mental. Questionados para descreverem uma situação onde o esporte os ajudou em uma conquista profissional, todos responderam situações muito boas, e que serão citadas a seguir: “Era uma criança violenta e a prática de judô me ajudou a ficar mais calmo e não brigar na rua, com calma e perseverança”, “Quando era criança e assistia jogos da Seleção Brasileira com o pai, nunca imaginei que poderia representar meu país internacionalmente. “Conversando com meu pai, ele disse que eu seria capaz, e a partir deste dia ele passou a me incentivar mais e mais para alcançar meu objetivo, até que consegui”, “O treinamento com a Seleção Paraolímpica me tornou hoje parte desta equipe”, Tive um problema sério para resolver no trabalho e não estava conseguindo, estava até desanimando, após uma competição de judô, onde fui campeão, encontrei novamente motivação para resolver o problema”, “Situação familiar”, “O principal fato foi ter se arriscado sair de casa e largar minha família para apostar em uma carreira esportiva com treinamento em um centro esportivo mais adequado em São Paulo”, “O esporte me trouxe um melhor desenvolvimento e auxilio em todas as situações”, “O judô me auxiliou a ser e estar mais atento as situações do dia-a-dia, além de contribuir para que eu tenha mais facilidade em vencer obstáculos”, “Promoveu uma paz interior e tranquilidade com autoconfiança para passar por entrevistas e tomar decisões”, “Foi através do esporte que acabei conseguindo o emprego de divulgador/atleta, pois há algumas empresas que contratam atletas que tenham algum tipo de deficiência para divulgar a marca da empresa em campeonatos”, “Ajudou minha vida a ser mais calma e disciplinada”, “Acredito que quando você pratica esporte, faz bem para o currículo. Na entrevista se você fala que pratica esporte dá pra perceber que o entrevistador se anima e da mais crédito para você”. O esporte tem um papel muito importante na questão social. Para Martins e cols (2002) a necessidade de ocupar-se com a questão da sociabilização e da aprendizagem social numa perspectiva didática da educação física resulta, por um lado, da análise da realidade social do esporte, como um campo no qual as relações e ações sociais são de importância central; por outro lado, os problemas diários do professor de educação física obrigam a considerar com mais profundidade as relações sociais oferecidas ou influenciadas pela educação física e, dependendo do caso, a procurar modificá-las.
A atividade física e/ou esportiva, para pessoas portadoras de deficiência, significa a oportunidade de testar suas possibilidades, prevenir contra deficiências secundárias e promover a integração total do indivíduo (consigo mesmo e com a sociedade). Para Montandon (1992) integrar, através da prática desportiva, seria a quebra de determinadas barreiras: a primeira delas é a barreira consigo mesma, proporcionando-lhe num primeiro momento, autonomia, independência e autoconfiança, necessários para sua vida e em sociedade. Nesse contexto, conseguimos analisar que a citação do autor se assemelha as respostas obtidas pelo presente estudo. A seguir, algumas das respostas obtidas na questão número 10: “Quem tem um objetivo e persiste nisso, alcança, mediante muito treinamento e força de vontade”, “A prática esportiva é importante para a vida de todos. Para o deficiente, ela lhe dá a vida de volta”, “A perseverança é a receita para o sucesso, seja na vida pessoal, profissional, afetiva e social”, “Tudo é um esporte para homem de garra e determinação”.
Em resposta a questão de número quatro, os resultados mostram que 100% dos entrevistados acreditam que a prática esportiva contribui para a formação do indivíduo.
Em resposta a questão de número cinco, os resultados mostram que 100% dos entrevistados acreditam que a competição no esporte é importante. Para Montagner (2011), vem ocorrendo na Educação Física uma discussão a respeito da competição como componente positivo ou negativo em atividades educacionais na área.
No gráfico da questão de número oito, quando perguntados como eles achavam possível desenvolver características esportivas em sua equipe de trabalho, 18% responderam que seria possível se oferecessem uma experiência esportiva aos seus colaboradores, a maioria respondeu que assistindo a palestras esportivas seria possível desenvolver características esportivas, 28% acreditam que incentivando a prática esportiva aos colaboradores e familiares desenvolveriam mais características esportivas em sua equipe de trabalho, e por fim 15% dos entrevistados disseram que estimulando o acompanhamento de eventos esportivos desenvolveria mais características esportivas. 
No gráfico da questão de número nove, quando perguntados como eles recomendariam o desenvolvimento profissional, 7% responderam que através de On the Job, 50% disseram cursos de pós-graduação, 12% através de palestras, 24% através de leituras e 7% responderam que através de outros meios recomendariam o desenvolvimento profissional. 

CONCLUSÃO

            Através do levantamento das questões, pode-se concluir que o esporte em geral e no caso especifico deste estudo, o Judô, traz benefícios físicos, psicológicos e morais a todos os atletas portadores de deficiência visual, em todos os casos, fazendo com que os atletas não se sintam excluídos da sociedade e muito menos deixem de viver somente pelo fato de ter uma deficiência. Todos encontraram dificuldades na adaptação ao treino, por treinar com pessoas sem deficiência, porém nenhum deles deixou de realizar suas atividades por isso. Com o passar do tempo acabam se adaptando a situação. Valores como respeito, disciplina, dedicação e superação são destacados como valores adquiridos com a prática da modalidade, que tem um grande destaque entre as artes marciais por transmitirem mesmo valores específicos e importantes. A inclusão também é bem destacada, pois todos os atletas se sentem bem adaptados e aceitos por seus companheiros de treino, facilitando assim a inclusão dos valores citados neste estudo no seu cotidiano.





REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, M. L. T.; DUARTE, E.; A inclusão do deficiente visual nas aulas de educação física escolar: impedimentos e oportunidades. Maringá – PR, Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, vol. 27, núm. 2, 2005. Pág. 231-237. Disponível em:  http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307324855011 Acesso em: 13/10/2013
BATISTA, V. A.; BERNARDES, A. A.; Judô – esporte olímpico, disciplina e valores éticos. [Portal da Educação Física] – Bem Paraná – educação/online, 2013. Disponível em: http://www.educacaofisica.com.br/index.php/lutas/canais-artes-marciais/judo/2587-judo-esporte-olimpico-disciplina-e-valores-eticos Acesso em: 01/10/2013.
CONFEF – Revista de Educação Física. Ano IX, nº 41, Setembro, 2011. Pág. 20 à 21.
Educação física e esporte adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e perspectivas para o século XXI. Revista brasileira ciências do esporte. Campinas – SP, 2004. Disponível em: https://cbce.tempsite.ws/revista/index.php/RBCE/article/view/236/238 Acesso em: 01/10/2013.
MAIA, J. M. D.; PRETTE, A. Del.; FREITAS, L. C.: Habilidades sociais de pessoas com deficiência visual. Rio de Janeiro – RJ: 2008 disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1808-56872008000100005&script=sci_arttext Acesso em: 01/10/2013.
MARTINS, D. F.; REZER, R.; CASTRO, R. L. V. G. de; SHIGUNOV, V.; O esporte como papel de uma reunião social. Revista Eletrônica de Ciências da Educação. Vol. 1, Nº 1, 2002. Pág. 2. Disponível em: http://revistas.facecla.com.br/index.php/reped/article/view/482/371 Acesso em 16/10/2013
MONTAGNER, P. C.: Intervenção no esporte: prática e experiência. São Paulo - SP: Phorte, 2011. Pag. 64.
MONTANDON, I.; Educação física e esporte nas escolas de 1º e 2º graus. Vol. 2. Belo Horizonte-Rio de Janeiro: Villa Rica, 1992.
MOTTA, R. CASTROPIL, W.: Esportismo: valores do esporte para o auto desempenho pessoal e profissional. São Paulo – SP: Gente, 2010.
Organização Mundial de Saúde. Programa para prevenção da cegueria: o atendimento de crianças com baixa visão. Relatório Bangkok, 2002.
SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
STAINBACK, W.; STAINBACK, S. Colaboração: Rede de apoio e construção de comunidade. In: STAINBACK, S. (Ed.). inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre – RS: Artmed, 1999.


ANEXO 1 – MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO 


1.    IDENTIFICAÇÃO
NOME - ____________________________________          IDADE – ________
PROFISSÃO – _______________________________________
EMPRESA – _________________________________________
CARGO QUE OCUPA – _____________________________________
QUAL O SEU GRAU DE DEFICIÊNCIA VISUAL – ______________________________________________________________________________________________________________________________
HÁ QUANTO TEMPO POSSUI A DEFICIÊNCIA –
_______________________________________________________________
ESPECIFIQUE SUA DEFICIÊNCIA –
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2.    HISTÓRICO DESPORTIVO
HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ PRÁTICA O JUDÔ? _______________________
PRINCIPAIS TÍTULOS:
______________________________________________________________________________________________________________________________

VOCÊ PRÁTICA ALGUM ESPORTE ALÉM DO JUDÔ? (   ) SIM  (   ) NÃO
QUAL (IS)? _________________________________________________
DURANTE QUANTO TEMPO?_________________________________
DE QUE FORMA? (   ) RECREATIVA  (   ) COMPETITIVA
COM QUE FREQUÊNCIA SEMANAL?____________________________
3.    ENCONTROU OU AINDA ENCONTRA ALGUMA DIFICULDADE, DURANTE A SUA PRÁTICA ESPORTIVA? SE SIM, ESPECIFIQUE.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.    VOCÊ ACREDITA QUE A PRÁTICA ESPORTIVA CONTRIBUI PARA A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO?
(   ) SIM  (   ) NÃO

5.    ACHA IMPORTANTE COMPETIÇÃO NO ESPORTE?
(   ) SIM   (   ) NÃO
6.    SE RESPONDEU ‘’ SIM ‘’ Á PERGUNTA 5, QUE VALORES OU QUALIDADES ACREDITA QUE O ESPORTE (JUDÔ) PODE PROMOVER PARA O SUCESSO PESSOAL E PROFISSIONAL DE SEUS PRATICANTES?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7.    DESCREVA UMA SITUAÇÃO ONDE SUA VIVÊNCIA NO ESPORTE (JUDÔ) AJUDOU EM UMA CONQUISTA PESSOAL OU PROFISSIONAL.
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8.    COMO VOCÊ ACHA POSSÍVEL DESENVOLVER CARACTERÍSTICAS ESPORTIVAS EM SUA EQUIPE DE TRABALHO?
(   )  Oferecendo uma experiência esportiva aos seus colaboradores.
(   )  Assistindo a palestra de esportistas.
(   )  Incentivando a prática de esportes aos colaboradores e familiares.
(   )  Estimulando o acompanhamento de eventos esportivos.
(   ) Outros.
9.    COMO VOCÊ RECOMENDA O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL.
(   )  On the job.
(   )  Cursos de pós graduação.
(   )  Palestras.
(   )  Leitura.
(   )  Outros.

10. VOCÊ PODERIA DEIXAR ALGUMA FRASE QUE POSSA SINTETIZAR A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA ESPORTIVA EM SUA VIDA?
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