segunda-feira, 30 de maio de 2011

Crônica de um judoca determinado - 6 - Os intercâmbios e a opinião do Português

A par dos intercâmbios com outros centros de prática do Judô, iniciados no Gondoleiros e consolidados na Sogipa, com torneios contra o Blumenau (SC), o Pinheiros (SP) e a Gama Filho (RJ), esta com ida e volta, sempre considerei a necessidade do atleta visitar academias locais, mediante convite, até para quebrar a monotonia dos treinos no mesmo lugar e com os colegas de sempre.
Assim pensando, diversas vezes visitamos academias coirmãs, quase sempre lá encontrando combates acirrados, pois ninguém queria cair para o visitante, até porque o morote do Luís Henrique continuava fazendo estragos.
Dos tantos locais visitados em Porto Alegre e arredores, destaco a visita a uma academia do prof. Fernando Lemos, fã confesso do Luís Henrique, localizada no salão de uma igreja no Menino Deus, cujos atletas passavam muito tempo cobrando promoções e pouco treinando, para irritação do sensei.
Na hora aprazada lá estávamos, constatando que o Luís Henrique esquecera em casa a sua faixa verde (aos 10 anos), motivo para o Fernando Lemos emprestar-lhe uma branca e, no decorrer dos randoris, com todos que enfrentaram o Luís Henrique caindo várias vezes por ippon, ensejando ao prof. Fernando a chance de dar uma lição aos seus afoitos pupilos. Registre-se que os atletas locais queriam pegar o pequeno judoca visitante “faixa branca”, sendo formada, inclusive, uma concorrida fila para isso...
Com o entusiasmo de um orgulhoso pai de três varões bons de Judô, sempre procurei registrar a evolução e a carreira dos filhos, tudo plasmado em vários álbuns, centenas de slides e fotos e, nos últimos anos, algumas dezenas de filmes super 8.
No período das “filmagens”, quando adquiri uma câmera com sistema de aproximação e uma iluminação a halogênio, coisa chique e moderna para a época, restaram dois episódios até hilários, ambos partidos do Grêmio de Porto Alegre. O primeiro, quando convenceram os dirigentes da federação de que a lâmpada que eu usava, por ser de luz branca e muito forte, “cegava” os adversários do Luís Henrique, como se o Judô fosse estático, com a consequente proibição de filmarmos com luz...
O segundo, ao visitarmos um restaurante perto do Estádio Olímpico do Grêmio, que, para nossa surpresa, constatamos pertencer ao Português, pai do Branco, um atleta sem expressão do Grêmio. O obtuso Português aproveitou para reclamar, ao vivo, que o seu filho sempre perdeu para o Luís Henrique por causa da minha maldita luz...

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