Pessoal,
Esse livro, que pode ser encontrado apenas em inglês, conta a vida de meu pintor favorito, o imortal secessionista vienense Kokoschka, que pela sua capacidade de capturar a alma humana em sua obra, era reconhecido como tendo o "eye of god".
Uma vida de amores imensos, com personagens legendárias, como Alma Mahler, seu grande amor por Olda, a luta na primeira guerra, o protesto na segunda, sua preocupação com a educação, suas intensas viagens para pesquisa e produção, sua dedicação incondicional a família...
Para ler de joelhos. E programar a próxima viagem para a bela Viena!
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Dica de Leitura 64 - Memórias de minhas putas tristes
Pessoal,
Mais uma (pequena) jóia de Garcia Marquez: a história de um velho pra lá de velho, que no seu aniversário de 90 anos decide ter uma noite de amor com uma prostituta virgem...e o que começou como uma extravagância esquizofrênica, termina como uma história de amor arrebatadora, e como o amor regenera a vida, dá esperanças e ilumina a trajetória de qualquer um. E a idade, nesse turbilhão de amor, nada importa.
Soco no estômago.
Mais uma (pequena) jóia de Garcia Marquez: a história de um velho pra lá de velho, que no seu aniversário de 90 anos decide ter uma noite de amor com uma prostituta virgem...e o que começou como uma extravagância esquizofrênica, termina como uma história de amor arrebatadora, e como o amor regenera a vida, dá esperanças e ilumina a trajetória de qualquer um. E a idade, nesse turbilhão de amor, nada importa.
Soco no estômago.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Planejamento 2009 - Projeto Budô de Artes Marciais
Pessoal,
Um dos grandes orgulhos que tenho no esporte em geral e no judô em especial é a contribuição que ofereço como dirigente, ou cartola, se preferirem. Entendo isso como uma forma de contribuir para o fortalecimento do esporte que tanto me deu e dá.
Dentro da cartolagem, destaco em especial a vice-presidência do Projeto Budô de Artes Marciais, academia de meu amigo e colega de treinos Vinícius Erchov, que vem junto com seus alunos desenvolvendo um trabalho belíssimo e fazendo por merecer o slogan "mais que uma academia, uma escola para a vida".
Então, publico aqui para os membros do Projeto Budô e demais simpatizantes, o planejamento 2009 da equipe. Fiquem a vontade para acrescentar, revisar e propor o que julgarem pertinente!
1. Treinos (intercâmbio, visitar ou ser visitado, requisições)
Descrição: Realizar visitas, treinos específicos, treinos externos (fora do tatami)
Comissão: Matheus, Poli, Franklin, Silviano
2. Eventos (ex. festas)
Descrição: Lazer, palestras, festas, torneios internos, exames de faixa
Comissão: Marcus, César, Thiago, Renata, Felipe, Vianna, Valéria, Júlia
3. Publicidade (viabilizar a marca da academia)
Descrição: Folders, patrocínio, difusão da marca, parceria, artigos esportivos
Comissão: Rafael, Lais, Izquierdo, Motta, Bustamante, Renato, Diogo, Otávio, Marcos (pai da Renata)
4. Competições (tabulação de competições po aluno)
Descrição: Pesquisa, coleta de dados, análise de dados, estatística (individual e coletiva), suporte técnico
Comissão: Maria Emília, Roberto, Sanchez, Zé Fernando, Otávio, Shigueo, Júlio
5. Site (atualizar e inserir tópicos)
Descrição: publicidade on line, BLOG, atualização semanal, equipe (tópico no site)
Comissão: Bruno, Aline, Mário, Gabriel
Um dos grandes orgulhos que tenho no esporte em geral e no judô em especial é a contribuição que ofereço como dirigente, ou cartola, se preferirem. Entendo isso como uma forma de contribuir para o fortalecimento do esporte que tanto me deu e dá.
Dentro da cartolagem, destaco em especial a vice-presidência do Projeto Budô de Artes Marciais, academia de meu amigo e colega de treinos Vinícius Erchov, que vem junto com seus alunos desenvolvendo um trabalho belíssimo e fazendo por merecer o slogan "mais que uma academia, uma escola para a vida".
Então, publico aqui para os membros do Projeto Budô e demais simpatizantes, o planejamento 2009 da equipe. Fiquem a vontade para acrescentar, revisar e propor o que julgarem pertinente!
1. Treinos (intercâmbio, visitar ou ser visitado, requisições)
Descrição: Realizar visitas, treinos específicos, treinos externos (fora do tatami)
Comissão: Matheus, Poli, Franklin, Silviano
2. Eventos (ex. festas)
Descrição: Lazer, palestras, festas, torneios internos, exames de faixa
Comissão: Marcus, César, Thiago, Renata, Felipe, Vianna, Valéria, Júlia
3. Publicidade (viabilizar a marca da academia)
Descrição: Folders, patrocínio, difusão da marca, parceria, artigos esportivos
Comissão: Rafael, Lais, Izquierdo, Motta, Bustamante, Renato, Diogo, Otávio, Marcos (pai da Renata)
4. Competições (tabulação de competições po aluno)
Descrição: Pesquisa, coleta de dados, análise de dados, estatística (individual e coletiva), suporte técnico
Comissão: Maria Emília, Roberto, Sanchez, Zé Fernando, Otávio, Shigueo, Júlio
5. Site (atualizar e inserir tópicos)
Descrição: publicidade on line, BLOG, atualização semanal, equipe (tópico no site)
Comissão: Bruno, Aline, Mário, Gabriel
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Homenagem das novas gerações 2008 - abrindo a semana do esporte empreendedor
Apoio de uma Lenda
Quando a GV perdeu a chance de ser Harvard:
Após a espetacular Gestão Nova Atlética, derrota nas eleições do DA.
Na adversidade, o apoio de amigos extraordinários, como pode ser lido na carta em anexo, escrita pela Lenda Viva Eduardo Manoel Quilici - fundador da Atlética e candidato mais votado na história da EAESP/FGV.
Após a espetacular Gestão Nova Atlética, derrota nas eleições do DA.
Na adversidade, o apoio de amigos extraordinários, como pode ser lido na carta em anexo, escrita pela Lenda Viva Eduardo Manoel Quilici - fundador da Atlética e candidato mais votado na história da EAESP/FGV.
Conto 6 - Porque me aposentei ou Bruce Wayne lê as manchetes do jornal
Conto: Porque me aposentei ou Bruce Wayne lê as manchetes do jornal
Autor: Rodrigo Guimarães Motta
Escrito em: 1994
Gotham City, oito e meia da manhã. Acordei hoje muito bem disposto, mas a vontade de regar meus alfaces e cebolinhas durou os segundos necessários para eu levantar da cama, abrir a janela e ver o dia frio e chuvoso lá fora. Tentei voltar a dormir, mas a maldita artrite deu para me incomodar. Já que o sono não vinha, coloquei meu roupão novo, todo preto com a cinta amarela e desci para a biblioteca Wayne.
Lá me esperavam um maço de folhas em branco e a caneta que ganhei de presente de Jim Gordon no dia que abandonei os telhados e becos escuros. Há tempos sinto que devo uma explicação aos habitantes de Gotham e aos leitores da DC COMICS, empresa que publica minhas aventuras. Perco oitenta mil por mês do meu contrato com a DC, mas em compensação ganhei uma horta maravilhosa no gramado sobre a Bat-Caverna.
Vamos voltar ao dia que antecedeu a saída do Homem-Morcego de circulação. A história que vou contar já foi escrita pelo meu biógrafo favorito, Frank Miller, no seu “O Cavaleiro das Trevas” – título bastante infeliz, pois detesto cavalos – foi a época do terrível blecaute na cidade seguido do incêndio que destruiu diversos bairros.
O pânico tomou conta da população. Cidadãos honestos, da nossa bem-nutrida classe média e alta, frequentadores da igreja aos domingos e com sua doação anual para a UNICEF em dia, refugiaram-se em seus lares. Quando cheguei para acalmar os ânimos, poucos se habilitaram a me ajudar. Um deles chegou a atropelar uma jovem grávida com sua mercedes, na ânsia de se proteger. E não voltou para socorrer a menina, que abortou a criança sem que eu nada pudesse fazer. Só encontrei portas fechadas na minha cara, toda aquela gente que passe a vida inteira defendendo dos ataques insanos do Coringa.
O blecaute passou, o incêndio foi controlado. Voltei para a mansão Wayne vitorioso, mas com minhas certezas abaladas. Será que defender os lares, a saúde e o status dessa gente era estar do lado do bem? Pode ser que tudo não passou de uma atitude precipitada pelo terror.
Alfredo trouxe café preto, resolvi ler os jornais para me acalmar um pouco. Soube que vereador de Gotham, candidato à reeleição fora obrigado a renunciar. Havia aprovado verbas para o bairro onde sua casa era localizada, o que fora reprovado pela população. Coerentes, vão a igreja aos domingos, logo tem que defender a moral e os costumes.
Na próxima página li que outro candidato à reeleição renunciara também. Ele beneficiara empreiteiras amigas em emendas na câmara da cidade. Os gritos indignados que surgiram em toda a parteo forçaram a desistir da candidatura. Correta nossa gente, que ainda por cima ajuda as campanhas da UNICEF.
Por algumas páginas cheguei a acreditar que a atitude dos meus protegidos na noite anterior fora única e portanto perdoável. A ilusão demorou até uma pequena nota de rodapé, sem nenhum destaque na página internacional. Uma frase apenas, nela contida a vida de cem mil pessoas que morreram de fome e peste em um pequeno e desinteressante país da África. A imagem da moça grávida e seu aborto acordou minha consciência definitivamente.
Perto de mais uma eleição para prefeito de Gotham, leio que um dos candidatos, feio e gordinho, estava com seu eleitorado cada vez menor. Essa seria sua segunda derrota. Na eleição passada perdera para um papo elegante, terno moderno e olhos arregalados. O tempo passou, seu opositor tinha papo moderno, ternos elegantes e diploma de sociologia.
O desânimo tomou posse de mim, pois o gordinho esteve do meu lado no incêndio, levou a menina ao hospital, ainda com o feto nos braços. E ainda por cima estava tão difícil combater esse palhaço que o tempo refinara. Seu negócio agora eram as negociatas no congresso, trazer muamba do exterior com a conivência da receita federal, tramas muito complexas para esse justiceiro mascarado aqui.
Abri uma garrafa de uísque, chamei Alfred e juntos tomamos um porre homérico. No dia seguinte, ainda com dor de cabeça, liguei para Jim Gordon. Ele sentiu muito, mas compreendeu minha atitude. Afinal, as primeiras mudas de repolho foram presente dele.
Por favor, perdoem esse combatente do crime que pendurou as chuteiras. Ou o bat-cinturão, como preferir. Porém, antes de me desprezarem, lembrem das portas batidas na minha cara no blecaute, da forme e da peste esquecida num país distante e da agonia de uma mamãe que quase chegou lá. Para quem quiser um conselho, cuidado com papo moderno e ternos elegantes.
Gotham City, nove e quarenta e cinco. Jim, não quero que siga o mesmo caminho que eu. Gente como você e o gordinho me impedem de dar um tiro na cabeça. Só não contem mais com minha ajuda. Vou continuar com meus repolhos e tomates. Deixo Gotham com o Coringa, eles se merecem.
Autor: Rodrigo Guimarães Motta
Escrito em: 1994
Gotham City, oito e meia da manhã. Acordei hoje muito bem disposto, mas a vontade de regar meus alfaces e cebolinhas durou os segundos necessários para eu levantar da cama, abrir a janela e ver o dia frio e chuvoso lá fora. Tentei voltar a dormir, mas a maldita artrite deu para me incomodar. Já que o sono não vinha, coloquei meu roupão novo, todo preto com a cinta amarela e desci para a biblioteca Wayne.
Lá me esperavam um maço de folhas em branco e a caneta que ganhei de presente de Jim Gordon no dia que abandonei os telhados e becos escuros. Há tempos sinto que devo uma explicação aos habitantes de Gotham e aos leitores da DC COMICS, empresa que publica minhas aventuras. Perco oitenta mil por mês do meu contrato com a DC, mas em compensação ganhei uma horta maravilhosa no gramado sobre a Bat-Caverna.
Vamos voltar ao dia que antecedeu a saída do Homem-Morcego de circulação. A história que vou contar já foi escrita pelo meu biógrafo favorito, Frank Miller, no seu “O Cavaleiro das Trevas” – título bastante infeliz, pois detesto cavalos – foi a época do terrível blecaute na cidade seguido do incêndio que destruiu diversos bairros.
O pânico tomou conta da população. Cidadãos honestos, da nossa bem-nutrida classe média e alta, frequentadores da igreja aos domingos e com sua doação anual para a UNICEF em dia, refugiaram-se em seus lares. Quando cheguei para acalmar os ânimos, poucos se habilitaram a me ajudar. Um deles chegou a atropelar uma jovem grávida com sua mercedes, na ânsia de se proteger. E não voltou para socorrer a menina, que abortou a criança sem que eu nada pudesse fazer. Só encontrei portas fechadas na minha cara, toda aquela gente que passe a vida inteira defendendo dos ataques insanos do Coringa.
O blecaute passou, o incêndio foi controlado. Voltei para a mansão Wayne vitorioso, mas com minhas certezas abaladas. Será que defender os lares, a saúde e o status dessa gente era estar do lado do bem? Pode ser que tudo não passou de uma atitude precipitada pelo terror.
Alfredo trouxe café preto, resolvi ler os jornais para me acalmar um pouco. Soube que vereador de Gotham, candidato à reeleição fora obrigado a renunciar. Havia aprovado verbas para o bairro onde sua casa era localizada, o que fora reprovado pela população. Coerentes, vão a igreja aos domingos, logo tem que defender a moral e os costumes.
Na próxima página li que outro candidato à reeleição renunciara também. Ele beneficiara empreiteiras amigas em emendas na câmara da cidade. Os gritos indignados que surgiram em toda a parteo forçaram a desistir da candidatura. Correta nossa gente, que ainda por cima ajuda as campanhas da UNICEF.
Por algumas páginas cheguei a acreditar que a atitude dos meus protegidos na noite anterior fora única e portanto perdoável. A ilusão demorou até uma pequena nota de rodapé, sem nenhum destaque na página internacional. Uma frase apenas, nela contida a vida de cem mil pessoas que morreram de fome e peste em um pequeno e desinteressante país da África. A imagem da moça grávida e seu aborto acordou minha consciência definitivamente.
Perto de mais uma eleição para prefeito de Gotham, leio que um dos candidatos, feio e gordinho, estava com seu eleitorado cada vez menor. Essa seria sua segunda derrota. Na eleição passada perdera para um papo elegante, terno moderno e olhos arregalados. O tempo passou, seu opositor tinha papo moderno, ternos elegantes e diploma de sociologia.
O desânimo tomou posse de mim, pois o gordinho esteve do meu lado no incêndio, levou a menina ao hospital, ainda com o feto nos braços. E ainda por cima estava tão difícil combater esse palhaço que o tempo refinara. Seu negócio agora eram as negociatas no congresso, trazer muamba do exterior com a conivência da receita federal, tramas muito complexas para esse justiceiro mascarado aqui.
Abri uma garrafa de uísque, chamei Alfred e juntos tomamos um porre homérico. No dia seguinte, ainda com dor de cabeça, liguei para Jim Gordon. Ele sentiu muito, mas compreendeu minha atitude. Afinal, as primeiras mudas de repolho foram presente dele.
Por favor, perdoem esse combatente do crime que pendurou as chuteiras. Ou o bat-cinturão, como preferir. Porém, antes de me desprezarem, lembrem das portas batidas na minha cara no blecaute, da forme e da peste esquecida num país distante e da agonia de uma mamãe que quase chegou lá. Para quem quiser um conselho, cuidado com papo moderno e ternos elegantes.
Gotham City, nove e quarenta e cinco. Jim, não quero que siga o mesmo caminho que eu. Gente como você e o gordinho me impedem de dar um tiro na cabeça. Só não contem mais com minha ajuda. Vou continuar com meus repolhos e tomates. Deixo Gotham com o Coringa, eles se merecem.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Trabalho 1 - O aumento da competição no varejo e seu impacto na indústria
Pessoal,
Com o objetivo de multiplicar as pesquisas realizadas no campo da administração, os trabalhos que serão publicados reproduzem artigos, capítulos e afins que foram publicados e onde o blogueiro que vos fala foi o autor ou um dos co-autores. Espero que esse material seja útil para pessoas interessadas em ampliar seu conhecimento...o feedback de todos será extraordinariamente bem-vindo!
Título: O aumento da campetição no varejo e seu impacto na indústria
Autores: Rodrigo Guimarães Motta e Antônio Vitorino da Silva
Publicado em: Revistas Gerenciais, vol. 5
Durante muito tempo as indústrias, principalmente as detentoras de marcas fortes e com atuação multinacional, impunham suas condições aos varejistas que eram, em sua maioria, pequenas empresas com atuação regional. Em pesquisa realizada junto a dez executivos das áreas de marketing, trade marketing e vendas de fabricantes com faturamento acima de 100 milhões de reais por ano, detectou-se que recentes mudanças verificadas no varejo, como a globalização de supermercados, a consolidação das redes supermercadistas, o fortalecimento de marcas próprias, a expansão de novos formatos varejistas, a organização de centrais de negócios, a concorrência entre varejos de formatos distintos e o varejo on-line, inverteram essa relação de força. Pressionadas pelos varejistas, agora mais fortes, as indústrias estão tendo queda em seus resultados. Para reverter essa situação, o marketing mix está sendo revisto, de forma a torná-lo mais adequado à necessidade dos varejistas, com produtos e preços confeccionados por canal de distribuição e maiores investimentos em trade marketing. As estruturas dos fabricantes também sofreram alterações, com destaque para a implementação de equipes de trade marketing.
Palavras-chave: Competição. Indústria. Varejo.
1 Introdução
O século XX presenciou tanto o surgimento quanto o desenvolvimento das grandes indústrias de bens de consumo não-duráveis. Procter & Gamble, Unilever, Colgate, Johnson & Johnson, Kraft Foods, Coca-Cola, todas se consolidaram em diversos países do mundo, marcando presença na mente (e no lar) dos consumidores com estratégias de marketing agressivas. Há muitas indústrias de bens de consumo que comercializam seus produtos diretamente para os consumidores, como a Avon e a Natura, porém o principal meio de distribuição de bens de consumo é o varejo alimentício. Segundo Parente (2000), esse tipo de varejo, que possui uma ampla variedade de modelos e atende a significativa parcela das necessidades da população, é composto de diversos formatos de loja, que são apresentados a seguir.
Bar: área de venda entre 20 e 50 metros quadrados (m2) que comercializa, em média, 300 itens e tem as seções de mercearia, lanches e bebidas;
Mercearia: área de venda entre 20 e 50 m2 que comercializa, em média, 500 itens e possui as seções de mercearia, frios, laticínios, bazar e lanches;
Padaria: área de venda entre 50 e 100 m2 que comercializa, em média, mil itens e tem as seções de padaria, mercearia, frios, laticínios e lanches;
Minimercado: área de venda entre 50 e 100 m2 que comercializa, em média, mil itens e tem as seções de mercearia, frios, laticínios e bazar;
Loja de conveniência: área de venda entre 50 e 300 m2 que comercializa, em média, mil itens e tem as seções de mercearia, frios, laticínios, bazar e lanches;
Supermercado: área de venda entre 300 e 2.500 m2 que comercializa, em média, 9 mil itens e tem as seções de mercearia, hortifruti, carnes, aves, frios, laticínios, peixaria, bazar, têxtil e eletrônicos;
Hipermercado: área de venda entre 3.000 e 16.000 m2 que comercializa, em média, 45 mil itens e tem as seções de mercearia, hortifruti, carnes, aves, frios, laticínios, peixaria, bazar, têxtil e eletrônicos;
Essas lojas podem ser independentes, membros de uma franquia ou redes. De acordo com Kumar (2004), esses varejistas, no passado, possuíam atuação local, eram gerenciados por famílias e possuíam a imagem de um negócio simples que, para ser gerenciado, não necessitava de mão-de-obra qualificada. As indústrias, nesse contexto, utilizavam seu poder superior de barganha, em razão do seu tamanho e da força de suas marcas, para coagir os varejistas, quando necessário, para atingir seus objetivos. Dessa forma, lançamentos de produtos eram colocados em linha pelos varejistas para que pudessem continuar a ter os produtos líderes em suas prateleiras e aumentos de preços não eram negociados, sendo acatados pelos varejistas sem maiores negociações. Esse era um ambiente de negócios tenso e conflituoso e Kumar (2004) coloca três motivos que explicam porque a “exploração dos canais de distribuição pode ter efeitos imediatos, mas não funciona no longo prazo”:
• Obter vantagens excessivas de concessões que não são justas gera uma indisposição que pode voltar-se contra o seu causador se a balança de forças se reverter;
• Seguindo os princípios da física, a força que os fabricantes exercem para explorar os varejistas em algum momento dá origem a uma força de intensidade igual e direção contrária;
• Esse não é o modelo de relação que permita o desenvolvimento de parcerias de longo prazo, que gerem resultados de negócios duradouros para as partes envolvidas.
Este artigo se propõe a examinar se houve mudanças no varejo alimentício no Brasil nos últimos dez anos e, em caso afirmativo, qual o impacto que isso ocasionou nos resultados, nas estratégias e nas estruturas das indústrias de bens de consumo não-duráveis. Por não existir nenhum trabalho que analise o que as mudanças do varejo ocasionaram com as indústrias, esse é um estudo exploratório que pode ser complementado no futuro por outros trabalhos acadêmicos. Dessa forma, foram entrevistados no primeiro semestre de 2006, vinte executivos das áreas de marketing, trade marketing e vendas de fabricantes com faturamento acima de 100 milhões de reais por ano. Foram escolhidas essas indústrias de maior porte, por serem maiores e possuírem recursos humanos e financeiros para enfrentar as mudanças ocorridas com os varejistas. Foi utilizado um questionário semi-estruturado com roteiro pré-estabelecido e testado (perguntas em anexo), que investiga quais mudanças no varejo ocorreram, o que essas acarretaram com os resultados das indústrias, qual foi o seu impacto nas estratégias de marketing e quais foram as modificações nas estruturas de marketing e vendas dos entrevistados.
2 As mudanças ocorridas no varejo
A pesquisa realizada indicou sete mudanças ocorridas no varejo que foram mencionadas por todos os entrevistados: 1) globalização das grandes redes supermercadistas; 2) consolidação das redes de supermercados; 3) surgimento de novos formatos varejistas; 4) aparecimento de marcas próprias; 5) constituição de centrais de negócios por parte de pequenos varejistas; 6) concorrência entre varejistas de configurações distintas; 7) implementação do varejo on-line. Cada um desses itens recebeu, por parte dos entrevistados, uma pontuação para avaliar o seu grau de importância para as indústrias (de 1, pouco importante a 5, muito importante) e o impacto nos negócios (de 1, muito positivo, até 5, muito negativo). Finalmente foi perguntado se essa tendência vai se intensificar nos próximos anos. Os resultados serão vistos, detalhadamente, a seguir.
2.1 Globalização das grandes redes supermercadistas
Grau de importância: 4,2
Impacto nos negócios: 3,8
Vai se intensificar nos próximos anos: 90%
Assim como em outros segmentos dos negócios, a globalização do varejo tem se acelerado, de forma constante, ao longo dos últimos anos. Segundo Randall (1994), os principais fatores que culminaram com o advento da globalização nesse setor são: a necessidade de negociar melhores condições com grandes fabricantes de bens de consumo que iniciaram seu processo de globalização há mais tempo e a saturação de mercados mais maduros como o mercado estadunidense e o europeu. Seguindo essa tendência, grandes redes multinacionais, atraídas pelo tamanho do mercado brasileiro, iniciaram suas operações no Brasil e já tem uma representação significativa. O Carrefour (França) entrou na década de 1970, o Sonae (Portugal) começou a operar na década de 1980 e o Wal-Mart (Estados Unidos) veio para o Brasil nos anos 1990. A própria Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), maior rede varejista nacional e detentora das bandeiras Extra (hipermercados), Pão de Açúcar (supermercados para público de renda mais elevada) e Compre Bem (supermercado com perfil mais popular), tem participação acionária do grupo Casino (França), desde 1999. Segundo Souza (2004), essas empresas multinacionais exercem pressão, cada vez maior, nos fabricantes por um atendimento melhor, por acordos de comercialização mais atraentes e, principalmente, por preços mais competitivos. Sua participação, que era de 16% em 1994, em 2002 chegou a 50,4% das vendas totais dos 20 maiores supermercados do Brasil.
2.2 Consolidação das redes de supermercados
Grau de importância: 4,3
Impacto nos negócios: 3,6
Vai se intensificar nos próximos anos: 80%
O processo de globalização, segundo Parente (2000), acelerou a consolidação dos supermercados brasileiros. As redes presentes no Brasil, tanto multinacionais quanto nacionais, iniciaram, em anos recentes, um esforço significativo para aumentar sua força nas negociações com os fornecedores e também para reduzir seus custos fixos. O caminho adotado foi a aquisição de redes pequenas ou em dificuldades pelos concorrentes mais agressivos. Las Casas (2004) levantou as aquisições feitas pelas grandes redes varejistas nos últimos anos. A CBD adquiriu importantes redes regionais, como o Peralta, o Barateiro e o Sé; o Carrefour comprou o Eldorado e, mais recentemente, as lojas do Sonae em São Paulo; o Wal-Mart comprou a rede Bompreço, líder em vendas no nordeste do Brasil. Souza (2004), em conjunto com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), realizou estudo em que apresenta que houve um significativo aumento da participação das 20 principais redes supermercadistas no país – em 1994 representavam 56% das vendas do setor e hoje possuem 78,2%.
2.3 Surgimento de novos formatos varejistas
Grau de importância: 3,5
Impacto nos negócios: 3,1
Vai se intensificar nos próximos anos: 90%
As multinacionais do varejo também trouxeram para o Brasil novos formatos. Os hard discounts, por exemplo, são lojas de auto-serviço compactas, com baixo custo fixo e sortimento limitado, que atendem regiões geográficas limitadas. Reportagem da revista Exame (PADUAN, 2005), aponta que esse formato responde por 35% das vendas totais do setor supermercadista na Alemanha e que multinacionais já entraram com suas bandeiras no Brasil, com destaque para o DIA% (Carrefour), com 220 lojas. Os hard discounts, são especialmente perigosos para as indústrias, pois se por um lado possuem o poder de barganha de uma grande organização para obter preços competitivos e também eliminam concorrentes menos agressivos, como mercearias e supermercados independentes, por outro lado não conseguem concorrer com seus preços onde os fabricantes comercializam seus produtos com margens mais altas. Outros formatos podem surgir também como, por exemplo, o clube de descontos (venda para associados, que podem ser consumidores e pequenos varejistas), que chegou ao Brasil por meio do Wal-Mart, com sua bandeira Sam’s Club.
Em parte por ser uma tendência recente e em outra por não ter a mesma força no Brasil, quando comparada a outros países, os executivos das indústrias de bens de consumo que participaram dessa pesquisa atribuíram um grau de importância (3,5) e um impacto nos negócios (3,1) menores do que os atribuídos para a globalização dos supermercados, consolidação do varejo e marcas próprias, apesar de 90% reconhecer que os novos formatos devem proliferar cada vez mais.
2.4 Aparecimento de marcas próprias
Grau de importância: 3,9
Impacto nos negócios: 4,0
Vai se intensificar nos próximos anos: 70%
Marcas próprias são aquelas desenvolvidas e comercializadas exclusivamente por um determinado varejista. Segundo Randall (1994), os varejistas conceberam e incentivaram o crescimento de marcas próprias para fidelizar seus consumidores e também para escapar da guerra de preços com concorrentes, que ofertavam o mesmo produto a preços mais baixos. A única forma de concorrer contra isso era reduzir os preços do seu produto, o que fazia com que o concorrente abaixasse ainda mais o seu preço e o ciclo continuava de forma a que os varejistas tivessem um lucro cada vez menor. Por serem produtos de boa qualidade comercializados por um preço um pouco inferior ao das marcas líderes, representam uma ameaça às marcas comercializadas pela indústria, à medida que os consumidores passem a optar por esses produtos, mesmo quando tenham recursos para adquirir concorrentes com marcas mais tradicionais. Parente (2000) aponta que, apesar de representar apenas 6% das vendas no Brasil – na Inglaterra respondem por 29,7% –, os varejistas brasileiros vêm dedicando cada vez mais atenção ao seu desenvolvimento tanto que hoje todas as grandes redes de supermercados e algumas redes médias já possuem marcas próprias em seus estabelecimentos.
2.5 Constituição de centrais de negócios por parte de pequenos varejistas
Grau de importância: 3,7
Impacto nos negócios: 2,7
Vai se intensificar nos próximos anos: 80%
Os pequenos supermercados que ainda não foram adquiridos têm se agrupado em cooperativas ou centrais de negócios. Las Casas (2004) ressalta que esse movimento busca aumentar a competitividade em relação aos concorrentes de grande porte. No início, o objetivo dessas cooperativas era juntar esforços para ter uma negociação mais vantajosa com as indústrias. Com o tempo, além das negociações centralizadas, as cooperativas passaram a desenvolver uma série de outras iniciativas em conjunto, como, por exemplo, campanhas de marketing, treinamento, desenvolvimento de sistemas de gestão. Segundo pesquisa realizada pela consultoria GMS&D e publicada na Exame (NUNES, 2004), as centrais de compra em 2004 participavam com 10% do faturamento do varejo e a previsão é que até 2008 passem a representar 20%. Em 1994 eram cinco centrais, hoje já são 188 e até 2008 a previsão é que existam no Brasil mais de 400 cooperativas.
O fenômeno das centrais de negócios, segundo 80% dos entrevistados, deve se intensificar a partir de agora por isso lhe atribuem um grau de importância de 3,7 e uma avaliação intermediária sobre o impacto que vai causar aos negócios das indústrias (2,7). Isso ocorreu porque há visões distintas sobre organização dos pequenos varejistas em centrais. Enquanto alguns temem que essas, com mais força, passem a exercer a mesma pressão nas indústrias que hoje é feita pelas grandes redes, outros acreditam que o aumento das vendas das centrais pode oferecer uma oportunidade para reduzir a força dos varejistas multinacionais, como declarou um gerente de marketing em sua entrevista:
Uma das nossas esperanças é o aumento das cooperativas de compra que juntas podem fazer frente, ou melhor, amenizar os danos causados pelo aumento da concentração das redes, que geram um grande poder barganha, apesar da nossa concentração ainda ser baixa se comparada a outros países.
2.6 Concorrência entre varejistas de configurações distintas
Grau de importância: 3,1
Impacto nos negócios: 3,2
Vai se intensificar nos próximos anos: 90%
Segundo Parente (2000), outro resultado do acirramento da concorrência faz com que varejistas de formatos distintos entre si sejam concorrentes em diversas categorias de produto. Padarias, que no passado comercializavam quase que exclusivamente pães, revisaram sua estratégia de forma a recuperar sua clientela, que passou a comprar pães em supermercados. Hoje, as padarias mais modernas concorrem em diversas categorias que não eram seu foco de atuação: além do setor destinado para a venda de pães, pode se encontrar, no mesmo local, um bar-restaurante e uma loja de conveniência. Os pequenos varejistas, como bares, mercearias e padarias são os canais, pelo seu menor poder de barganha, onde as indústrias conseguem negociar com preços mais elevados. A sua perda de força pode transferir o seu volume de vendas para as grandes redes, com prejuízo para a rentabilidade dos fabricantes que têm se esforçado para reverter esse quadro.
2.7 Implementação do varejo on-line
Grau de importância: 2,4
Impacto nos negócios: 3,1
Vai se intensificar nos próximos anos: 100%
Las Casas (2004) lembra que o varejo on-line é um dos formatos varejistas com taxas de crescimento mais significativas. Isso é confirmado pelos entrevistados, tanto que 100% acreditam que as vendas pela internet devem aumentar nos próximos anos. Isso ocorre devido ao aumento de usuários da internet e também em razão da vida atribulada do cidadão de grandes centros urbanos, que buscam maior conveniência e praticidade. Apesar de os países com economias mais maduras, como os Estados Unidos, terem grandes empresas que vendem seus produtos pela internet (Ex.: Amazon.com), e o Brasil já ter empreendimentos focados no setor (Ex.: Americanas.com, que recentemente adquiriu o portal Submarino), para a indústria de bens de consumo não-duráveis é hoje a tendência com o menor grau de importância (2,4). Outro ponto é que poderia impactar negativamente nos negócios se os grandes varejistas passarem a vender seus produtos pela internet, aumentando seu volume de vendas e, dessa forma, seu poder de barganha.
3 O impacto nos resultados, estratégias e estruturas das indústrias
As mudanças detectadas, em especial a globalização das redes, a consolidação do setor supermercadista e o surgimento de marcas próprias, confirmam a idéia de Randall (1994, p. 3), que diz “[...] uma vez que nos mercados de hoje obter uma distribuição adequada é uma condição necessária para o sucesso, a balança do poder parece ter se movido em direção aos varejistas”. A conseqüência imediata desse fato é a obtenção de resultados melhores por parte dos varejistas e a queda de rentabilidade das indústrias. A revista Exame (BLECHER, 2002), aponta que o resultado operacional das empresas de bens de consumo caiu de 6,3% em 1997 para 3,2% em 2000, enquanto o resultado de todas as quatro principais redes varejistas apresentou incrementos em valores absolutos e percentuais. Isso pode ser confirmado na pesquisa em que, para 70% dos entrevistados, o resultado das indústrias piorou devido às mudanças ocorridas no varejo, 10% disseram que seu resultado permaneceu o mesmo e 20% declarou que o resultado melhorou.
A questão que se coloca para os grandes fabricantes a seguir é qual a estratégia e o marketing mix (produto, preço, promoção e ponto-de-venda) mais adequados para responder a esse cenário, visto que, de acordo com Rosenbloom (2002, p. 153),
[...] desenvolver um marketing mix com estratégias de produto, preço, comunicação e distribuição que atenda às demandas dos mercados-alvo da empresa de uma forma melhor do que o concorrente é a essência do gerenciamento do marketing moderno.
A pesquisa buscou fornecer elementos para que seja possível responder a essa pergunta, investigando quais as principais mudanças que foram implantadas no marketing mix das indústrias para recuperar a sua rentabilidade e aumentar sua competitividade, frente às mudanças ocorridas no varejos descritas anteriormente.
3.1 Produto
Cem por cento das indústrias reagiram a essas mudanças alterando o seu portfólio de produtos, antes disso, as empresas desenvolviam os produtos mais adequados às necessidades dos consumidores e, nessas condições, era possível o mesmo produto ser vendido em todos os canais de distribuição. Para atender as demandas dos grandes varejistas por produtos exclusivos e para alavancar o negócio de canais mais rentáveis (aqueles que exercem menos pressão por preços e serviços), as indústrias desenvolveram produtos e embalagens específicas para as necessidades de cada canal. Além disso, passaram a trabalhar, em ocasiões especiais, com embalagens promocionais. Com produtos distintos sendo comercializados, os varejistas, em especial os supermercadistas, não necessitam vender mais barato do que o desejado esses produtos, pois não há guerra de preços entre redes e canais, logo há menos pressão por descontos sobre os fabricantes. Como coloca um dos entrevistados,
[...] lançamos novas embalagens segmentadas por canal de distribuição, para mudar o foco de uma embalagem que não apresentava diferencial competitivo frente aos principais concorrentes – assim conseguimos fazer com que os clientes e consumidores perdessem o foco da procura do produto apenas pelo seu preço, conseguindo ao mesmo rentabilizar os negócios da empresa.
3.2 Preço
Outro componente do marketing mix muito afetado pela mudança varejista foi a política de preços que, segundo 100% dos respondentes, sofreu alterações. Nesse ponto, porém, é possível observar que não há um único caminho a seguir.
Enquanto 50% das indústrias reagiram com reduções no preço de tabela ou ações pontuais mais agressivas – tablóides, encartes e ofertas em lojas – com o objetivo de aumentar a receita total e, dessa forma, o resultado, 18,8% subiram seus preços e reduziram suas ações pontuais, correndo o risco de perder competitividade e, conseqüentemente, receita para os concorrentes – ao adotar essa postura, aceitaram perder uma parte do seu volume de vendas, desde que o resultado final fosse superior ao obtido no cenário anterior. Outras indústrias, porém, investiram em propostas mais inovadoras como o desenvolvimento de linhas de produto com diferentes posicionamentos de preços, como linhas de produtos com preços mais acessíveis para consumidores de baixa renda e linhas de produtos light para consumidores com renda mais elevada. Além disso, foram elaboradas também tabelas de preço para cada canal de distribuição (um canal que atende consumidores de poder aquisitivo mais alto, como as lojas de conveniência, pode ter um preço distinto do praticado por canais que atendem aos consumidores de baixa renda, como os hard discounts).
3.3 Promoção e ponto-de-venda
Da verba total de marketing, 100% das indústrias entrevistadas aumentaram os investimentos em trade marketing (enquanto o marketing relaciona-se com o consumidor final, o trade marketing desenvolve os negócios com o trade, isto é, os canais de distribuição), objetivando recuperar o posicionamento de seus produtos junto aos varejistas – que podem estar mais interessados em vender suas marcas próprias ou então em reduzir as vendas de uma empresa em específico e esperar que ela o procure em condições mais vantajosas de comercialização. E esse investimento é dividido de que forma entre as diferentes possíveis atividades? Resposta: 40% dos entrevistados declararam que realizam mais ações no ponto-de-venda, como degustações, abordagens, sorteio de prêmios e concursos culturais; 35% desenvolvem mais e melhores materiais promocionais para que seu produto ganhe destaque nas gôndolas dos varejistas; enquanto 20% passaram a realizar um maior número de ações cooperadas com os varejistas (como tablóides, anúncios de televisão e promoções ao consumidor que são feitas pelo varejista e que contam com o apoio da indústria). Esses esforços demonstram a busca das empresas em aumentar ou manter suas vendas, sem ter de reduzir seus preços, e a importância crescente do ponto-de-venda como local onde o consumidor decide o que irá comprar. Ou seja, varejistas fortes, proprietários de estabelecimentos atraentes e com capacidade de investir em marketing, são capazes de atrair os consumidores para suas lojas e orientar as vendas para os produtos que mais os interessem. Bessa (2005) destaca que no Brasil 85% das compras já são decididas no local onde são realizadas.
Apenas 5% aumentaram seus investimentos em outras ferramentas de marketing (Ex.: mídia), o que pode configurar um risco a médio e longo prazo, pois, segundo Randall (1994), marcas fortes são imprescindíveis para garantir que consumidores desejem e comprem determinado produto. Investimentos não devem ser direcionados apenas em trade marketing, ainda que hoje seja uma necessidade, mas também devem ser feitos em relação ao marketing com o fito de posicionar, de forma consistente, a marca na mente dos consumidores. Reportagem publicada na revista Exame (BLECHER, 2002, p. 51) reforça esse risco:
[...] com tudo isso, as indústrias estão se tornando vulneráveis em aspectos fundamentais de seu negócio. Um estudo recente feito pela PriceWaterhouseCoopers (PWC) alerta que os fabricantes de bens de consumo estão correndo o risco de se tornar “comoditizados” em poucos anos. Ou seja, suas marcas empalidecerão aos olhos dos consumidores [...] de acordo com a publicação [estadunidense] Advertising Age, os anúncios de bens de consumo representavam 45% dos investimentos e mídia nos anos 1980. Hoje, menos de 20%. Não é de estranhar que, das 74 marcas presentes nas listas das 100 maiores do mundo nos últimos dois anos, segundo avaliação da consultoria britânica Interbrands, 41% perderam em média 5% do seu valor.
Com novas estratégias e planos de ação, as indústrias, segundo 90% dos entrevistados, tiveram que reformular seus departamentos comerciais (marketing e vendas) para adaptá-los a atender ao novo foco do trabalho muito mais direcionado ao canal de distribuição, como foi apresentado.
Ao analisar o departamento de marketing, pode-se perceber que diferentes alternativas foram desenvolvidas, tanto que 40% das empresas pesquisadas aumentaram sua estrutura de marketing, 40% reduziram seu tamanho e 20% a mantiveram sem alterações. Já a estrutura de vendas, ao contrário, foi reforçada para atender à complexidade da nova formatação varejista em 60% das empresas, enquanto 30% a mantiveram do mesmo tamanho e apenas 10% reduziram o número de profissionais de vendas. Essa tendência pode ser exemplificada em reportagem da revista Exame (BLECHER, 2002):
A Unilever [...] que depois absorveu a Bestfoods, decidiu apostar no atendimento direto em 8 mil pontos de venda. Cerca de 600 vendedores equipados com palmtop serão responsáveis pela tarefa. Isso possibilitará melhor distribuição das vendas e, no médio prazo, a redução pela metade da dependência do grande varejo, que responde atualmente por 20% de suas vendas. A exemplo da Unilever, a Nestlé também aposta na ampliação de seus canais de venda. Em apenas um ano, o grupo suíço reforçou em 30% sua força de vendas e ampliou de 5,5 mil para 8 mil o número de pontos atendidos diretamente.
Antes dessas mudanças, a maior parte das estruturas marketing era formada por gerentes de produto. Esses profissionais, voltados a desenvolver estratégias para atrair os consumidores, nem sempre têm uma visão clara da importância dos varejistas em seus negócios, como pode ser visto em depoimento apresentado por Céspedes (1996, p. 24):
O marketing, na maioria das empresas, é gerenciado da forma como deveria ter sido gerenciado naquele setor há cinco ou dez anos. Porque essa foi a última vez que os executivos responsáveis pelas decisões de marketing realmente importantes da empresa realizaram atividades externas regularmente. Em conseqüência disso, as decisões são tomadas hoje com base em visões obsoletas dos fatos referentes à interface entre as empresas e seus clientes.
Esse foco em conhecer as necessidades dos varejistas, em inseri-las no marketing mix e implementar, de forma mais efetiva, as estratégias da empresa, é feito por uma estrutura que vem ganhando força cada vez maior nos últimos anos, o trade marketing. A pesquisa confirma isso, pois 70% das indústrias implementaram essa a estrutura, que pode ser organizada de acordo com o canal de distribuição, por conta-chave, por categoria de produtos e por área geográfica. Os departamentos de marketing e vendas e os planos e operações sob sua responsabilidade não eram capazes de entregar mais os níveis de resultados esperados pelas indústrias de bens de consumo. O ponto de venda não poderia mais ser entendido como uma variável controlável e sim deveria merecer um tratamento personalizado, tão bom, ou melhor, àquele que era oferecido aos consumidores de bens de consumo. Essa tarefa, que requer foco e dedicação, é responsabilidade do novo departamento de trade marketing. Corstjens e Corstjens (1995, p. 222), destacam que o trade marketing é um marketing industrial ou B2B (business to business – de empresa para empresa) e que possui três grandes desafios, que são destacados a seguir.
Primeiro, maximizar o valor oferecido aos varejistas. Esses compram os produtos com o objetivo de revendê-los e ter lucro com isso. A decisão de compra é tomada a partir de critérios econômicos (...). Em segundo lugar, garantir que a equação de valor oferecida e todas as atividades para desenvolver o negócio de cada cliente sejam feitas de forma rentável para a indústria (...). Finalmente, como a base de clientes é muito mais concentrada em mercados industriais, o perigo da dependência é muito mais dramático (...) o fornecedor deve dividir e dominar, ou não dividir e ser dominado. (traduzido pelo autor).
Segundo Randall (1994), Os primeiros departamentos de trade marketing foram organizados na Europa (os varejistas europeus, na década de 80 e 90, passaram por muitas transformações que depois se espalharam pelo mundo, como a consolidação das grandes redes). No Brasil, Essa organização adquiriu tal relevância que já existem empresas onde trade marketing tornou-se uma diretoria independente das diretorias de marketing e de vendas. Um dos entrevistados reforça a importância da interface entre marketing e vendas, que o trade marketing pode potencializar:
Enquanto muitos procuram desenvolver formas mirabolantes para atender o mercado, com um pouco mais de presença junto à equipe de vendas e trade, somos capazes de desenvolver coisas simples, práticas e que vão de encontro com as necessidades, trazendo para nossa empresa resultados surpreendentes e positivos com o menor custo e maior foco.
Já o departamento de vendas era organizado com gerentes responsáveis por áreas geográficas pré-estabelecidas e também passou por alterações: 60% constituíram uma equipe segmentada por canal de distribuição e 30% formaram uma equipe dedicada, com exclusividade, a cada conta-chave (Carrefour, CBD e Wal-Mart). Essa equipe de especialistas, segundo Kumar (2004), deve obter a concordância da administração superior da indústria e do varejista acerca das metas de negócios, elaborar uma estratégia conjunta para ambos que seja ratificada em um acordo de parceria que, finalmente, é implementado por meio de planos de ação anuais. No caso de fabricantes e varejistas globais, essa atividade ganha uma complexidade maior, pois deve ser desenhada levando em consideração o negócio em diferentes regiões e países. A contrapartida desse esforço é que um acordo sólido entre ambas as partes, oferece não somente uma possibilidade de reduzir os conflitos, mas também de desenvolver os negócios em escala muito maior. Esse é o motivo porque as indústrias, com atuação global, têm desenvolvido times mundiais para atender os varejistas com atuação internacional. A equipe de desenvolvimento de negócios com os clientes mundiais da Procter & Gamble, por exemplo, é composta de um líder que é responsável por gerentes de tecnologia da informação, gerenciamento de espaços, finanças, vendas, suprimentos, marketing e pesquisa de mercado. Essa equipe negocia as diretrizes estratégicas do negócio e monitora a sua efetiva implementação pelas equipes locais que atendem as contas-chave.
Outra responsabilidade dessa equipes é a de elevar o nível de serviço prestado aos varejistas e, por meio deles, atingir o consumidor final. Uma iniciativa que merece destaque é a baseada na chamada resposta eficiente ao consumidor (em inglês efficient consumer response [ECR]) que, segundo Parente (2000, p. 239), consiste em
[...] um esforço conjunto entre fabricantes e varejistas para identificar oportunidades de melhoria nas práticas comerciais e no uso de novas tecnologias [...] Por meio do foco na eficiência de toda a cadeia de suprimento, em vez da eficiência individual das partes, reduzem-se os custos totais do sistema, dos estoques e bens físicos, ao mesmo tempo em que o consumidor tem a possibilidade de escolher produtos mais frescos e de melhor qualidade.
Para implementar a ECR, além do comprometimento das lideranças das empresas, é necessário um investimento em hardware e software. Kumar (2004) aponta que a ECR pode reduzir em até 11% os custos da cadeia de distribuição.
Essa nova equipe de vendas que, no passado, era avaliada pelo atingimento de volume de vendas, passa a ter novos indicadores de desempenho, como o nível de satisfação dos clientes e o incremento do resultado operacional por canal ou por conta-chave. Rosenbloom (2002, p. 345) destaca a necessidade da existência e do monitoramento dos indicadores por canal de distribuição, pois
[...] nenhuma empresa bem gerenciada poderia operar com êxito a longo prazo sem avaliar periodicamente o desempenho de seus empregados. O mesmo vale para os membros do canal, pois o sucesso da empresa em alcançar seus objetivos depende muito da qualidade dos membros independentes.
4 Considerações finais
As mudanças que ocorreram no varejo alimentício nos últimos dez anos pegaram as indústrias de bens de consumo não-duráveis desprevenidas. Com estratégias focadas no consumidor final, pouca importância era dada aos canais de distribuição, que sem poder de barganha e pressionados pelos consumidores, eram obrigados a ter os produtos líderes em suas prateleiras. Quando, especialmente, as redes de supermercados ganharam força, passaram a exercer pressão por preços e serviços melhores, fazendo com que os fabricantes perdessem sua rentabilidade. Além disso, a concorrência entre os varejistas está gerando novos formatos de varejo, que competem entre si e que as indústrias não possuem expertise sobre como atender. Os fabricantes pesquisados reconhecem que as mudanças ocorridas são importantes, pois geram um impacto negativo em seus negócios e devem continuar se intensificando nos próximos anos. Nesse momento não é possível afirmar que as indústrias voltarão a ter resultados tão expressivos como obtinham no passado, porém percebe-se que estão revisando suas estratégias e estruturas com esse objetivo e levando em consideração esse novo ambiente de negócios.
Cada um dos itens do marketing mix foi revisto, considerando qual a solução mais adequada sob a ótica não só do consumidor, como também dos varejistas. Nesse contexto, produtos e preços desenhados sob medida para uma rede de supermercados ou um canal de distribuição são uma realidade hoje. Os investimentos de trade marketing aumentaram no orçamento de marketing, o que pode esconder uma outra armadilha no futuro, pois marcas fortes são imprescindíveis para o sucesso de uma empresa que fabrica e comercializa bens de consumo e é necessário investir para preservar a saúde das marcas.
Novas estratégias demandam novas estruturas e, em conseqüência disso, equipes de trade marketing foram constituídas para gerenciar as estratégias e planos para cada canal de distribuição, assim como foram organizadas equipes de vendas especialistas, seja em canais de distribuição específicos, seja em contas-chave.
A maior parte dos pesquisados acredita que as tendências que hoje impactam em seus negócios continuarão presentes nos próximos anos. Dessa forma, não é impensável dizer que novas estratégias ainda serão concebidas e estruturas desenhadas pelos fabricantes em sua luta pela sobrevivência e pelo lucro. É necessário, portanto, reflexão e flexibilidade para se preparar para esse futuro.
Finalmente, vale ressaltar que esse estudo pode e deve ser complementado com outros trabalhos que investiguem, com mais profundidade, cada uma das mudanças pelas quais o varejo vem passando, bem como com estudos que monitorem a efetividade das estratégias desenvolvidas pelas indústrias e os novos modelos que possam vir a ser desenvolvidos no futuro.
Referências
BLECHER, N. A ditadura do varejo. Exame, São Paulo, n. 768, p. 44-52, 2002.
CÉSPEDES, F. V. Marketing integrado. 1. ed. São Paulo: Futura, 1996.
CORSTJENS, Judith e CORSTJENS, Marcel. Store Wars. Chichester: John Wiley & Sons, 1995.
KUMAR, N. Marketing como estratégia. 1. ed. São Paulo: Campus, 2004.
LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
NUNES, L. Os pequenos tentam ser grandes. Exame, São Paulo, n. 831, p. 81, 2004.
PADUAN, R. Mais de uma loja por semana. Exame, São Paulo, n. 840, p. 60-61, 2005.
PARENTE, J. Varejo no Brasil. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
RANDALL, G. Trade marketing strategies. 1. ed. London: BH, 1994.
ROSENBLOOM, B. Canais de marketing: uma visão gerencial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SOUZA, M. G. de. Centrais de Negócios. 1. ed. São Paulo: Edições Inteligentes, 2004.
Recebido em: 29 mar. 2006
Para referenciar este texto
MOTTA, R. G.; SILVA, A. V. da. Aumento da competição no varejo e seu impacto na indústria. Revista Gerenciais, São Paulo, v. 5, 2006.
Com o objetivo de multiplicar as pesquisas realizadas no campo da administração, os trabalhos que serão publicados reproduzem artigos, capítulos e afins que foram publicados e onde o blogueiro que vos fala foi o autor ou um dos co-autores. Espero que esse material seja útil para pessoas interessadas em ampliar seu conhecimento...o feedback de todos será extraordinariamente bem-vindo!
Título: O aumento da campetição no varejo e seu impacto na indústria
Autores: Rodrigo Guimarães Motta e Antônio Vitorino da Silva
Publicado em: Revistas Gerenciais, vol. 5
Ano - 2006
Resumo
Resumo
Durante muito tempo as indústrias, principalmente as detentoras de marcas fortes e com atuação multinacional, impunham suas condições aos varejistas que eram, em sua maioria, pequenas empresas com atuação regional. Em pesquisa realizada junto a dez executivos das áreas de marketing, trade marketing e vendas de fabricantes com faturamento acima de 100 milhões de reais por ano, detectou-se que recentes mudanças verificadas no varejo, como a globalização de supermercados, a consolidação das redes supermercadistas, o fortalecimento de marcas próprias, a expansão de novos formatos varejistas, a organização de centrais de negócios, a concorrência entre varejos de formatos distintos e o varejo on-line, inverteram essa relação de força. Pressionadas pelos varejistas, agora mais fortes, as indústrias estão tendo queda em seus resultados. Para reverter essa situação, o marketing mix está sendo revisto, de forma a torná-lo mais adequado à necessidade dos varejistas, com produtos e preços confeccionados por canal de distribuição e maiores investimentos em trade marketing. As estruturas dos fabricantes também sofreram alterações, com destaque para a implementação de equipes de trade marketing.
Palavras-chave: Competição. Indústria. Varejo.
1 Introdução
O século XX presenciou tanto o surgimento quanto o desenvolvimento das grandes indústrias de bens de consumo não-duráveis. Procter & Gamble, Unilever, Colgate, Johnson & Johnson, Kraft Foods, Coca-Cola, todas se consolidaram em diversos países do mundo, marcando presença na mente (e no lar) dos consumidores com estratégias de marketing agressivas. Há muitas indústrias de bens de consumo que comercializam seus produtos diretamente para os consumidores, como a Avon e a Natura, porém o principal meio de distribuição de bens de consumo é o varejo alimentício. Segundo Parente (2000), esse tipo de varejo, que possui uma ampla variedade de modelos e atende a significativa parcela das necessidades da população, é composto de diversos formatos de loja, que são apresentados a seguir.
Bar: área de venda entre 20 e 50 metros quadrados (m2) que comercializa, em média, 300 itens e tem as seções de mercearia, lanches e bebidas;
Mercearia: área de venda entre 20 e 50 m2 que comercializa, em média, 500 itens e possui as seções de mercearia, frios, laticínios, bazar e lanches;
Padaria: área de venda entre 50 e 100 m2 que comercializa, em média, mil itens e tem as seções de padaria, mercearia, frios, laticínios e lanches;
Minimercado: área de venda entre 50 e 100 m2 que comercializa, em média, mil itens e tem as seções de mercearia, frios, laticínios e bazar;
Loja de conveniência: área de venda entre 50 e 300 m2 que comercializa, em média, mil itens e tem as seções de mercearia, frios, laticínios, bazar e lanches;
Supermercado: área de venda entre 300 e 2.500 m2 que comercializa, em média, 9 mil itens e tem as seções de mercearia, hortifruti, carnes, aves, frios, laticínios, peixaria, bazar, têxtil e eletrônicos;
Hipermercado: área de venda entre 3.000 e 16.000 m2 que comercializa, em média, 45 mil itens e tem as seções de mercearia, hortifruti, carnes, aves, frios, laticínios, peixaria, bazar, têxtil e eletrônicos;
Essas lojas podem ser independentes, membros de uma franquia ou redes. De acordo com Kumar (2004), esses varejistas, no passado, possuíam atuação local, eram gerenciados por famílias e possuíam a imagem de um negócio simples que, para ser gerenciado, não necessitava de mão-de-obra qualificada. As indústrias, nesse contexto, utilizavam seu poder superior de barganha, em razão do seu tamanho e da força de suas marcas, para coagir os varejistas, quando necessário, para atingir seus objetivos. Dessa forma, lançamentos de produtos eram colocados em linha pelos varejistas para que pudessem continuar a ter os produtos líderes em suas prateleiras e aumentos de preços não eram negociados, sendo acatados pelos varejistas sem maiores negociações. Esse era um ambiente de negócios tenso e conflituoso e Kumar (2004) coloca três motivos que explicam porque a “exploração dos canais de distribuição pode ter efeitos imediatos, mas não funciona no longo prazo”:
• Obter vantagens excessivas de concessões que não são justas gera uma indisposição que pode voltar-se contra o seu causador se a balança de forças se reverter;
• Seguindo os princípios da física, a força que os fabricantes exercem para explorar os varejistas em algum momento dá origem a uma força de intensidade igual e direção contrária;
• Esse não é o modelo de relação que permita o desenvolvimento de parcerias de longo prazo, que gerem resultados de negócios duradouros para as partes envolvidas.
Este artigo se propõe a examinar se houve mudanças no varejo alimentício no Brasil nos últimos dez anos e, em caso afirmativo, qual o impacto que isso ocasionou nos resultados, nas estratégias e nas estruturas das indústrias de bens de consumo não-duráveis. Por não existir nenhum trabalho que analise o que as mudanças do varejo ocasionaram com as indústrias, esse é um estudo exploratório que pode ser complementado no futuro por outros trabalhos acadêmicos. Dessa forma, foram entrevistados no primeiro semestre de 2006, vinte executivos das áreas de marketing, trade marketing e vendas de fabricantes com faturamento acima de 100 milhões de reais por ano. Foram escolhidas essas indústrias de maior porte, por serem maiores e possuírem recursos humanos e financeiros para enfrentar as mudanças ocorridas com os varejistas. Foi utilizado um questionário semi-estruturado com roteiro pré-estabelecido e testado (perguntas em anexo), que investiga quais mudanças no varejo ocorreram, o que essas acarretaram com os resultados das indústrias, qual foi o seu impacto nas estratégias de marketing e quais foram as modificações nas estruturas de marketing e vendas dos entrevistados.
2 As mudanças ocorridas no varejo
A pesquisa realizada indicou sete mudanças ocorridas no varejo que foram mencionadas por todos os entrevistados: 1) globalização das grandes redes supermercadistas; 2) consolidação das redes de supermercados; 3) surgimento de novos formatos varejistas; 4) aparecimento de marcas próprias; 5) constituição de centrais de negócios por parte de pequenos varejistas; 6) concorrência entre varejistas de configurações distintas; 7) implementação do varejo on-line. Cada um desses itens recebeu, por parte dos entrevistados, uma pontuação para avaliar o seu grau de importância para as indústrias (de 1, pouco importante a 5, muito importante) e o impacto nos negócios (de 1, muito positivo, até 5, muito negativo). Finalmente foi perguntado se essa tendência vai se intensificar nos próximos anos. Os resultados serão vistos, detalhadamente, a seguir.
2.1 Globalização das grandes redes supermercadistas
Grau de importância: 4,2
Impacto nos negócios: 3,8
Vai se intensificar nos próximos anos: 90%
Assim como em outros segmentos dos negócios, a globalização do varejo tem se acelerado, de forma constante, ao longo dos últimos anos. Segundo Randall (1994), os principais fatores que culminaram com o advento da globalização nesse setor são: a necessidade de negociar melhores condições com grandes fabricantes de bens de consumo que iniciaram seu processo de globalização há mais tempo e a saturação de mercados mais maduros como o mercado estadunidense e o europeu. Seguindo essa tendência, grandes redes multinacionais, atraídas pelo tamanho do mercado brasileiro, iniciaram suas operações no Brasil e já tem uma representação significativa. O Carrefour (França) entrou na década de 1970, o Sonae (Portugal) começou a operar na década de 1980 e o Wal-Mart (Estados Unidos) veio para o Brasil nos anos 1990. A própria Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), maior rede varejista nacional e detentora das bandeiras Extra (hipermercados), Pão de Açúcar (supermercados para público de renda mais elevada) e Compre Bem (supermercado com perfil mais popular), tem participação acionária do grupo Casino (França), desde 1999. Segundo Souza (2004), essas empresas multinacionais exercem pressão, cada vez maior, nos fabricantes por um atendimento melhor, por acordos de comercialização mais atraentes e, principalmente, por preços mais competitivos. Sua participação, que era de 16% em 1994, em 2002 chegou a 50,4% das vendas totais dos 20 maiores supermercados do Brasil.
2.2 Consolidação das redes de supermercados
Grau de importância: 4,3
Impacto nos negócios: 3,6
Vai se intensificar nos próximos anos: 80%
O processo de globalização, segundo Parente (2000), acelerou a consolidação dos supermercados brasileiros. As redes presentes no Brasil, tanto multinacionais quanto nacionais, iniciaram, em anos recentes, um esforço significativo para aumentar sua força nas negociações com os fornecedores e também para reduzir seus custos fixos. O caminho adotado foi a aquisição de redes pequenas ou em dificuldades pelos concorrentes mais agressivos. Las Casas (2004) levantou as aquisições feitas pelas grandes redes varejistas nos últimos anos. A CBD adquiriu importantes redes regionais, como o Peralta, o Barateiro e o Sé; o Carrefour comprou o Eldorado e, mais recentemente, as lojas do Sonae em São Paulo; o Wal-Mart comprou a rede Bompreço, líder em vendas no nordeste do Brasil. Souza (2004), em conjunto com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), realizou estudo em que apresenta que houve um significativo aumento da participação das 20 principais redes supermercadistas no país – em 1994 representavam 56% das vendas do setor e hoje possuem 78,2%.
2.3 Surgimento de novos formatos varejistas
Grau de importância: 3,5
Impacto nos negócios: 3,1
Vai se intensificar nos próximos anos: 90%
As multinacionais do varejo também trouxeram para o Brasil novos formatos. Os hard discounts, por exemplo, são lojas de auto-serviço compactas, com baixo custo fixo e sortimento limitado, que atendem regiões geográficas limitadas. Reportagem da revista Exame (PADUAN, 2005), aponta que esse formato responde por 35% das vendas totais do setor supermercadista na Alemanha e que multinacionais já entraram com suas bandeiras no Brasil, com destaque para o DIA% (Carrefour), com 220 lojas. Os hard discounts, são especialmente perigosos para as indústrias, pois se por um lado possuem o poder de barganha de uma grande organização para obter preços competitivos e também eliminam concorrentes menos agressivos, como mercearias e supermercados independentes, por outro lado não conseguem concorrer com seus preços onde os fabricantes comercializam seus produtos com margens mais altas. Outros formatos podem surgir também como, por exemplo, o clube de descontos (venda para associados, que podem ser consumidores e pequenos varejistas), que chegou ao Brasil por meio do Wal-Mart, com sua bandeira Sam’s Club.
Em parte por ser uma tendência recente e em outra por não ter a mesma força no Brasil, quando comparada a outros países, os executivos das indústrias de bens de consumo que participaram dessa pesquisa atribuíram um grau de importância (3,5) e um impacto nos negócios (3,1) menores do que os atribuídos para a globalização dos supermercados, consolidação do varejo e marcas próprias, apesar de 90% reconhecer que os novos formatos devem proliferar cada vez mais.
2.4 Aparecimento de marcas próprias
Grau de importância: 3,9
Impacto nos negócios: 4,0
Vai se intensificar nos próximos anos: 70%
Marcas próprias são aquelas desenvolvidas e comercializadas exclusivamente por um determinado varejista. Segundo Randall (1994), os varejistas conceberam e incentivaram o crescimento de marcas próprias para fidelizar seus consumidores e também para escapar da guerra de preços com concorrentes, que ofertavam o mesmo produto a preços mais baixos. A única forma de concorrer contra isso era reduzir os preços do seu produto, o que fazia com que o concorrente abaixasse ainda mais o seu preço e o ciclo continuava de forma a que os varejistas tivessem um lucro cada vez menor. Por serem produtos de boa qualidade comercializados por um preço um pouco inferior ao das marcas líderes, representam uma ameaça às marcas comercializadas pela indústria, à medida que os consumidores passem a optar por esses produtos, mesmo quando tenham recursos para adquirir concorrentes com marcas mais tradicionais. Parente (2000) aponta que, apesar de representar apenas 6% das vendas no Brasil – na Inglaterra respondem por 29,7% –, os varejistas brasileiros vêm dedicando cada vez mais atenção ao seu desenvolvimento tanto que hoje todas as grandes redes de supermercados e algumas redes médias já possuem marcas próprias em seus estabelecimentos.
2.5 Constituição de centrais de negócios por parte de pequenos varejistas
Grau de importância: 3,7
Impacto nos negócios: 2,7
Vai se intensificar nos próximos anos: 80%
Os pequenos supermercados que ainda não foram adquiridos têm se agrupado em cooperativas ou centrais de negócios. Las Casas (2004) ressalta que esse movimento busca aumentar a competitividade em relação aos concorrentes de grande porte. No início, o objetivo dessas cooperativas era juntar esforços para ter uma negociação mais vantajosa com as indústrias. Com o tempo, além das negociações centralizadas, as cooperativas passaram a desenvolver uma série de outras iniciativas em conjunto, como, por exemplo, campanhas de marketing, treinamento, desenvolvimento de sistemas de gestão. Segundo pesquisa realizada pela consultoria GMS&D e publicada na Exame (NUNES, 2004), as centrais de compra em 2004 participavam com 10% do faturamento do varejo e a previsão é que até 2008 passem a representar 20%. Em 1994 eram cinco centrais, hoje já são 188 e até 2008 a previsão é que existam no Brasil mais de 400 cooperativas.
O fenômeno das centrais de negócios, segundo 80% dos entrevistados, deve se intensificar a partir de agora por isso lhe atribuem um grau de importância de 3,7 e uma avaliação intermediária sobre o impacto que vai causar aos negócios das indústrias (2,7). Isso ocorreu porque há visões distintas sobre organização dos pequenos varejistas em centrais. Enquanto alguns temem que essas, com mais força, passem a exercer a mesma pressão nas indústrias que hoje é feita pelas grandes redes, outros acreditam que o aumento das vendas das centrais pode oferecer uma oportunidade para reduzir a força dos varejistas multinacionais, como declarou um gerente de marketing em sua entrevista:
Uma das nossas esperanças é o aumento das cooperativas de compra que juntas podem fazer frente, ou melhor, amenizar os danos causados pelo aumento da concentração das redes, que geram um grande poder barganha, apesar da nossa concentração ainda ser baixa se comparada a outros países.
2.6 Concorrência entre varejistas de configurações distintas
Grau de importância: 3,1
Impacto nos negócios: 3,2
Vai se intensificar nos próximos anos: 90%
Segundo Parente (2000), outro resultado do acirramento da concorrência faz com que varejistas de formatos distintos entre si sejam concorrentes em diversas categorias de produto. Padarias, que no passado comercializavam quase que exclusivamente pães, revisaram sua estratégia de forma a recuperar sua clientela, que passou a comprar pães em supermercados. Hoje, as padarias mais modernas concorrem em diversas categorias que não eram seu foco de atuação: além do setor destinado para a venda de pães, pode se encontrar, no mesmo local, um bar-restaurante e uma loja de conveniência. Os pequenos varejistas, como bares, mercearias e padarias são os canais, pelo seu menor poder de barganha, onde as indústrias conseguem negociar com preços mais elevados. A sua perda de força pode transferir o seu volume de vendas para as grandes redes, com prejuízo para a rentabilidade dos fabricantes que têm se esforçado para reverter esse quadro.
2.7 Implementação do varejo on-line
Grau de importância: 2,4
Impacto nos negócios: 3,1
Vai se intensificar nos próximos anos: 100%
Las Casas (2004) lembra que o varejo on-line é um dos formatos varejistas com taxas de crescimento mais significativas. Isso é confirmado pelos entrevistados, tanto que 100% acreditam que as vendas pela internet devem aumentar nos próximos anos. Isso ocorre devido ao aumento de usuários da internet e também em razão da vida atribulada do cidadão de grandes centros urbanos, que buscam maior conveniência e praticidade. Apesar de os países com economias mais maduras, como os Estados Unidos, terem grandes empresas que vendem seus produtos pela internet (Ex.: Amazon.com), e o Brasil já ter empreendimentos focados no setor (Ex.: Americanas.com, que recentemente adquiriu o portal Submarino), para a indústria de bens de consumo não-duráveis é hoje a tendência com o menor grau de importância (2,4). Outro ponto é que poderia impactar negativamente nos negócios se os grandes varejistas passarem a vender seus produtos pela internet, aumentando seu volume de vendas e, dessa forma, seu poder de barganha.
3 O impacto nos resultados, estratégias e estruturas das indústrias
As mudanças detectadas, em especial a globalização das redes, a consolidação do setor supermercadista e o surgimento de marcas próprias, confirmam a idéia de Randall (1994, p. 3), que diz “[...] uma vez que nos mercados de hoje obter uma distribuição adequada é uma condição necessária para o sucesso, a balança do poder parece ter se movido em direção aos varejistas”. A conseqüência imediata desse fato é a obtenção de resultados melhores por parte dos varejistas e a queda de rentabilidade das indústrias. A revista Exame (BLECHER, 2002), aponta que o resultado operacional das empresas de bens de consumo caiu de 6,3% em 1997 para 3,2% em 2000, enquanto o resultado de todas as quatro principais redes varejistas apresentou incrementos em valores absolutos e percentuais. Isso pode ser confirmado na pesquisa em que, para 70% dos entrevistados, o resultado das indústrias piorou devido às mudanças ocorridas no varejo, 10% disseram que seu resultado permaneceu o mesmo e 20% declarou que o resultado melhorou.
A questão que se coloca para os grandes fabricantes a seguir é qual a estratégia e o marketing mix (produto, preço, promoção e ponto-de-venda) mais adequados para responder a esse cenário, visto que, de acordo com Rosenbloom (2002, p. 153),
[...] desenvolver um marketing mix com estratégias de produto, preço, comunicação e distribuição que atenda às demandas dos mercados-alvo da empresa de uma forma melhor do que o concorrente é a essência do gerenciamento do marketing moderno.
A pesquisa buscou fornecer elementos para que seja possível responder a essa pergunta, investigando quais as principais mudanças que foram implantadas no marketing mix das indústrias para recuperar a sua rentabilidade e aumentar sua competitividade, frente às mudanças ocorridas no varejos descritas anteriormente.
3.1 Produto
Cem por cento das indústrias reagiram a essas mudanças alterando o seu portfólio de produtos, antes disso, as empresas desenvolviam os produtos mais adequados às necessidades dos consumidores e, nessas condições, era possível o mesmo produto ser vendido em todos os canais de distribuição. Para atender as demandas dos grandes varejistas por produtos exclusivos e para alavancar o negócio de canais mais rentáveis (aqueles que exercem menos pressão por preços e serviços), as indústrias desenvolveram produtos e embalagens específicas para as necessidades de cada canal. Além disso, passaram a trabalhar, em ocasiões especiais, com embalagens promocionais. Com produtos distintos sendo comercializados, os varejistas, em especial os supermercadistas, não necessitam vender mais barato do que o desejado esses produtos, pois não há guerra de preços entre redes e canais, logo há menos pressão por descontos sobre os fabricantes. Como coloca um dos entrevistados,
[...] lançamos novas embalagens segmentadas por canal de distribuição, para mudar o foco de uma embalagem que não apresentava diferencial competitivo frente aos principais concorrentes – assim conseguimos fazer com que os clientes e consumidores perdessem o foco da procura do produto apenas pelo seu preço, conseguindo ao mesmo rentabilizar os negócios da empresa.
3.2 Preço
Outro componente do marketing mix muito afetado pela mudança varejista foi a política de preços que, segundo 100% dos respondentes, sofreu alterações. Nesse ponto, porém, é possível observar que não há um único caminho a seguir.
Enquanto 50% das indústrias reagiram com reduções no preço de tabela ou ações pontuais mais agressivas – tablóides, encartes e ofertas em lojas – com o objetivo de aumentar a receita total e, dessa forma, o resultado, 18,8% subiram seus preços e reduziram suas ações pontuais, correndo o risco de perder competitividade e, conseqüentemente, receita para os concorrentes – ao adotar essa postura, aceitaram perder uma parte do seu volume de vendas, desde que o resultado final fosse superior ao obtido no cenário anterior. Outras indústrias, porém, investiram em propostas mais inovadoras como o desenvolvimento de linhas de produto com diferentes posicionamentos de preços, como linhas de produtos com preços mais acessíveis para consumidores de baixa renda e linhas de produtos light para consumidores com renda mais elevada. Além disso, foram elaboradas também tabelas de preço para cada canal de distribuição (um canal que atende consumidores de poder aquisitivo mais alto, como as lojas de conveniência, pode ter um preço distinto do praticado por canais que atendem aos consumidores de baixa renda, como os hard discounts).
3.3 Promoção e ponto-de-venda
Da verba total de marketing, 100% das indústrias entrevistadas aumentaram os investimentos em trade marketing (enquanto o marketing relaciona-se com o consumidor final, o trade marketing desenvolve os negócios com o trade, isto é, os canais de distribuição), objetivando recuperar o posicionamento de seus produtos junto aos varejistas – que podem estar mais interessados em vender suas marcas próprias ou então em reduzir as vendas de uma empresa em específico e esperar que ela o procure em condições mais vantajosas de comercialização. E esse investimento é dividido de que forma entre as diferentes possíveis atividades? Resposta: 40% dos entrevistados declararam que realizam mais ações no ponto-de-venda, como degustações, abordagens, sorteio de prêmios e concursos culturais; 35% desenvolvem mais e melhores materiais promocionais para que seu produto ganhe destaque nas gôndolas dos varejistas; enquanto 20% passaram a realizar um maior número de ações cooperadas com os varejistas (como tablóides, anúncios de televisão e promoções ao consumidor que são feitas pelo varejista e que contam com o apoio da indústria). Esses esforços demonstram a busca das empresas em aumentar ou manter suas vendas, sem ter de reduzir seus preços, e a importância crescente do ponto-de-venda como local onde o consumidor decide o que irá comprar. Ou seja, varejistas fortes, proprietários de estabelecimentos atraentes e com capacidade de investir em marketing, são capazes de atrair os consumidores para suas lojas e orientar as vendas para os produtos que mais os interessem. Bessa (2005) destaca que no Brasil 85% das compras já são decididas no local onde são realizadas.
Apenas 5% aumentaram seus investimentos em outras ferramentas de marketing (Ex.: mídia), o que pode configurar um risco a médio e longo prazo, pois, segundo Randall (1994), marcas fortes são imprescindíveis para garantir que consumidores desejem e comprem determinado produto. Investimentos não devem ser direcionados apenas em trade marketing, ainda que hoje seja uma necessidade, mas também devem ser feitos em relação ao marketing com o fito de posicionar, de forma consistente, a marca na mente dos consumidores. Reportagem publicada na revista Exame (BLECHER, 2002, p. 51) reforça esse risco:
[...] com tudo isso, as indústrias estão se tornando vulneráveis em aspectos fundamentais de seu negócio. Um estudo recente feito pela PriceWaterhouseCoopers (PWC) alerta que os fabricantes de bens de consumo estão correndo o risco de se tornar “comoditizados” em poucos anos. Ou seja, suas marcas empalidecerão aos olhos dos consumidores [...] de acordo com a publicação [estadunidense] Advertising Age, os anúncios de bens de consumo representavam 45% dos investimentos e mídia nos anos 1980. Hoje, menos de 20%. Não é de estranhar que, das 74 marcas presentes nas listas das 100 maiores do mundo nos últimos dois anos, segundo avaliação da consultoria britânica Interbrands, 41% perderam em média 5% do seu valor.
Com novas estratégias e planos de ação, as indústrias, segundo 90% dos entrevistados, tiveram que reformular seus departamentos comerciais (marketing e vendas) para adaptá-los a atender ao novo foco do trabalho muito mais direcionado ao canal de distribuição, como foi apresentado.
Ao analisar o departamento de marketing, pode-se perceber que diferentes alternativas foram desenvolvidas, tanto que 40% das empresas pesquisadas aumentaram sua estrutura de marketing, 40% reduziram seu tamanho e 20% a mantiveram sem alterações. Já a estrutura de vendas, ao contrário, foi reforçada para atender à complexidade da nova formatação varejista em 60% das empresas, enquanto 30% a mantiveram do mesmo tamanho e apenas 10% reduziram o número de profissionais de vendas. Essa tendência pode ser exemplificada em reportagem da revista Exame (BLECHER, 2002):
A Unilever [...] que depois absorveu a Bestfoods, decidiu apostar no atendimento direto em 8 mil pontos de venda. Cerca de 600 vendedores equipados com palmtop serão responsáveis pela tarefa. Isso possibilitará melhor distribuição das vendas e, no médio prazo, a redução pela metade da dependência do grande varejo, que responde atualmente por 20% de suas vendas. A exemplo da Unilever, a Nestlé também aposta na ampliação de seus canais de venda. Em apenas um ano, o grupo suíço reforçou em 30% sua força de vendas e ampliou de 5,5 mil para 8 mil o número de pontos atendidos diretamente.
Antes dessas mudanças, a maior parte das estruturas marketing era formada por gerentes de produto. Esses profissionais, voltados a desenvolver estratégias para atrair os consumidores, nem sempre têm uma visão clara da importância dos varejistas em seus negócios, como pode ser visto em depoimento apresentado por Céspedes (1996, p. 24):
O marketing, na maioria das empresas, é gerenciado da forma como deveria ter sido gerenciado naquele setor há cinco ou dez anos. Porque essa foi a última vez que os executivos responsáveis pelas decisões de marketing realmente importantes da empresa realizaram atividades externas regularmente. Em conseqüência disso, as decisões são tomadas hoje com base em visões obsoletas dos fatos referentes à interface entre as empresas e seus clientes.
Esse foco em conhecer as necessidades dos varejistas, em inseri-las no marketing mix e implementar, de forma mais efetiva, as estratégias da empresa, é feito por uma estrutura que vem ganhando força cada vez maior nos últimos anos, o trade marketing. A pesquisa confirma isso, pois 70% das indústrias implementaram essa a estrutura, que pode ser organizada de acordo com o canal de distribuição, por conta-chave, por categoria de produtos e por área geográfica. Os departamentos de marketing e vendas e os planos e operações sob sua responsabilidade não eram capazes de entregar mais os níveis de resultados esperados pelas indústrias de bens de consumo. O ponto de venda não poderia mais ser entendido como uma variável controlável e sim deveria merecer um tratamento personalizado, tão bom, ou melhor, àquele que era oferecido aos consumidores de bens de consumo. Essa tarefa, que requer foco e dedicação, é responsabilidade do novo departamento de trade marketing. Corstjens e Corstjens (1995, p. 222), destacam que o trade marketing é um marketing industrial ou B2B (business to business – de empresa para empresa) e que possui três grandes desafios, que são destacados a seguir.
Primeiro, maximizar o valor oferecido aos varejistas. Esses compram os produtos com o objetivo de revendê-los e ter lucro com isso. A decisão de compra é tomada a partir de critérios econômicos (...). Em segundo lugar, garantir que a equação de valor oferecida e todas as atividades para desenvolver o negócio de cada cliente sejam feitas de forma rentável para a indústria (...). Finalmente, como a base de clientes é muito mais concentrada em mercados industriais, o perigo da dependência é muito mais dramático (...) o fornecedor deve dividir e dominar, ou não dividir e ser dominado. (traduzido pelo autor).
Segundo Randall (1994), Os primeiros departamentos de trade marketing foram organizados na Europa (os varejistas europeus, na década de 80 e 90, passaram por muitas transformações que depois se espalharam pelo mundo, como a consolidação das grandes redes). No Brasil, Essa organização adquiriu tal relevância que já existem empresas onde trade marketing tornou-se uma diretoria independente das diretorias de marketing e de vendas. Um dos entrevistados reforça a importância da interface entre marketing e vendas, que o trade marketing pode potencializar:
Enquanto muitos procuram desenvolver formas mirabolantes para atender o mercado, com um pouco mais de presença junto à equipe de vendas e trade, somos capazes de desenvolver coisas simples, práticas e que vão de encontro com as necessidades, trazendo para nossa empresa resultados surpreendentes e positivos com o menor custo e maior foco.
Já o departamento de vendas era organizado com gerentes responsáveis por áreas geográficas pré-estabelecidas e também passou por alterações: 60% constituíram uma equipe segmentada por canal de distribuição e 30% formaram uma equipe dedicada, com exclusividade, a cada conta-chave (Carrefour, CBD e Wal-Mart). Essa equipe de especialistas, segundo Kumar (2004), deve obter a concordância da administração superior da indústria e do varejista acerca das metas de negócios, elaborar uma estratégia conjunta para ambos que seja ratificada em um acordo de parceria que, finalmente, é implementado por meio de planos de ação anuais. No caso de fabricantes e varejistas globais, essa atividade ganha uma complexidade maior, pois deve ser desenhada levando em consideração o negócio em diferentes regiões e países. A contrapartida desse esforço é que um acordo sólido entre ambas as partes, oferece não somente uma possibilidade de reduzir os conflitos, mas também de desenvolver os negócios em escala muito maior. Esse é o motivo porque as indústrias, com atuação global, têm desenvolvido times mundiais para atender os varejistas com atuação internacional. A equipe de desenvolvimento de negócios com os clientes mundiais da Procter & Gamble, por exemplo, é composta de um líder que é responsável por gerentes de tecnologia da informação, gerenciamento de espaços, finanças, vendas, suprimentos, marketing e pesquisa de mercado. Essa equipe negocia as diretrizes estratégicas do negócio e monitora a sua efetiva implementação pelas equipes locais que atendem as contas-chave.
Outra responsabilidade dessa equipes é a de elevar o nível de serviço prestado aos varejistas e, por meio deles, atingir o consumidor final. Uma iniciativa que merece destaque é a baseada na chamada resposta eficiente ao consumidor (em inglês efficient consumer response [ECR]) que, segundo Parente (2000, p. 239), consiste em
[...] um esforço conjunto entre fabricantes e varejistas para identificar oportunidades de melhoria nas práticas comerciais e no uso de novas tecnologias [...] Por meio do foco na eficiência de toda a cadeia de suprimento, em vez da eficiência individual das partes, reduzem-se os custos totais do sistema, dos estoques e bens físicos, ao mesmo tempo em que o consumidor tem a possibilidade de escolher produtos mais frescos e de melhor qualidade.
Para implementar a ECR, além do comprometimento das lideranças das empresas, é necessário um investimento em hardware e software. Kumar (2004) aponta que a ECR pode reduzir em até 11% os custos da cadeia de distribuição.
Essa nova equipe de vendas que, no passado, era avaliada pelo atingimento de volume de vendas, passa a ter novos indicadores de desempenho, como o nível de satisfação dos clientes e o incremento do resultado operacional por canal ou por conta-chave. Rosenbloom (2002, p. 345) destaca a necessidade da existência e do monitoramento dos indicadores por canal de distribuição, pois
[...] nenhuma empresa bem gerenciada poderia operar com êxito a longo prazo sem avaliar periodicamente o desempenho de seus empregados. O mesmo vale para os membros do canal, pois o sucesso da empresa em alcançar seus objetivos depende muito da qualidade dos membros independentes.
4 Considerações finais
As mudanças que ocorreram no varejo alimentício nos últimos dez anos pegaram as indústrias de bens de consumo não-duráveis desprevenidas. Com estratégias focadas no consumidor final, pouca importância era dada aos canais de distribuição, que sem poder de barganha e pressionados pelos consumidores, eram obrigados a ter os produtos líderes em suas prateleiras. Quando, especialmente, as redes de supermercados ganharam força, passaram a exercer pressão por preços e serviços melhores, fazendo com que os fabricantes perdessem sua rentabilidade. Além disso, a concorrência entre os varejistas está gerando novos formatos de varejo, que competem entre si e que as indústrias não possuem expertise sobre como atender. Os fabricantes pesquisados reconhecem que as mudanças ocorridas são importantes, pois geram um impacto negativo em seus negócios e devem continuar se intensificando nos próximos anos. Nesse momento não é possível afirmar que as indústrias voltarão a ter resultados tão expressivos como obtinham no passado, porém percebe-se que estão revisando suas estratégias e estruturas com esse objetivo e levando em consideração esse novo ambiente de negócios.
Cada um dos itens do marketing mix foi revisto, considerando qual a solução mais adequada sob a ótica não só do consumidor, como também dos varejistas. Nesse contexto, produtos e preços desenhados sob medida para uma rede de supermercados ou um canal de distribuição são uma realidade hoje. Os investimentos de trade marketing aumentaram no orçamento de marketing, o que pode esconder uma outra armadilha no futuro, pois marcas fortes são imprescindíveis para o sucesso de uma empresa que fabrica e comercializa bens de consumo e é necessário investir para preservar a saúde das marcas.
Novas estratégias demandam novas estruturas e, em conseqüência disso, equipes de trade marketing foram constituídas para gerenciar as estratégias e planos para cada canal de distribuição, assim como foram organizadas equipes de vendas especialistas, seja em canais de distribuição específicos, seja em contas-chave.
A maior parte dos pesquisados acredita que as tendências que hoje impactam em seus negócios continuarão presentes nos próximos anos. Dessa forma, não é impensável dizer que novas estratégias ainda serão concebidas e estruturas desenhadas pelos fabricantes em sua luta pela sobrevivência e pelo lucro. É necessário, portanto, reflexão e flexibilidade para se preparar para esse futuro.
Finalmente, vale ressaltar que esse estudo pode e deve ser complementado com outros trabalhos que investiguem, com mais profundidade, cada uma das mudanças pelas quais o varejo vem passando, bem como com estudos que monitorem a efetividade das estratégias desenvolvidas pelas indústrias e os novos modelos que possam vir a ser desenvolvidos no futuro.
Referências
BLECHER, N. A ditadura do varejo. Exame, São Paulo, n. 768, p. 44-52, 2002.
CÉSPEDES, F. V. Marketing integrado. 1. ed. São Paulo: Futura, 1996.
CORSTJENS, Judith e CORSTJENS, Marcel. Store Wars. Chichester: John Wiley & Sons, 1995.
KUMAR, N. Marketing como estratégia. 1. ed. São Paulo: Campus, 2004.
LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
NUNES, L. Os pequenos tentam ser grandes. Exame, São Paulo, n. 831, p. 81, 2004.
PADUAN, R. Mais de uma loja por semana. Exame, São Paulo, n. 840, p. 60-61, 2005.
PARENTE, J. Varejo no Brasil. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
RANDALL, G. Trade marketing strategies. 1. ed. London: BH, 1994.
ROSENBLOOM, B. Canais de marketing: uma visão gerencial. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SOUZA, M. G. de. Centrais de Negócios. 1. ed. São Paulo: Edições Inteligentes, 2004.
Recebido em: 29 mar. 2006
Para referenciar este texto
MOTTA, R. G.; SILVA, A. V. da. Aumento da competição no varejo e seu impacto na indústria. Revista Gerenciais, São Paulo, v. 5, 2006.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Conto 5 - O Gato
Conto: O Gato
Autor: Rodrigo Guimarães Motta
Escrito em: 1994
O prédio, situado no centro da cidade, é imponente, com sua construção do início do século se destacando dos modernos edifícios envidraçados. Apesar do tempo já ter deixado cicatrizes em seus vinte andares, foi o escolhido pelo Soulcrusher, maior banco de investimentos do país, para instalar sua matriz. Nossa história começa no terceiro andar.
- Fábio, a operação com o Citi foi fechada?
- Ontem à tarde acertei os últimos detalhes – assim era o Fábio, jovem brilhante, com a energia dos vinte e seis anos, toda voltada ao trabalho. Estava sempre um passo á frente em suas tarefas.
O que ele não compreendia é porque outros, com menos resultados, já tivessem se mudado para o quarto, quinto, até mesmo para o oitavo andar. Ele, porém, continuava trabalhando na mesa de operações do terceiro, mesmo cargo e local desde que entrou no Soulcrusher, há quatro anos.
Nunca parou para avaliar sua situação. Sua consciência calvinista, adquirida com o pai, dizia que deveria trabalhar mais e mais; o esforço não tarda a ser recompesado. Numa manhã de inverno, quando recebeu a notícia de que um colega, há seis meses no emprego, foi promovido para o quinto, Fábio saiu muito frustrado, se permitiu um dos poucos momentos de dúvida em sua carreira.
- Que tremenda injustiça, será que nunca vão ver meus resultados? – o gemido de Fábio foi no boteco ao lado do prédio, onde almoçava sozinho, todos os dias. Não porque os outros não gostassem dele, pelo contrário. Era sempre convidado para almoçar por seus colegas, mas preferia o boteco por ser colado ao Soulcrusher, logo ele podia voltar mais rápido ao trabalho.
- Vão ver sim, basta que você os mostre as pessoas certas – uma vozinha insinuante falou ao seu lado.
Fábio se virou e viu Ramos, o ascensorista. Volta e meia trocava uma ou duas palavras com ele, pois o sujeitinho também almoçava no bar ao lado do edifício. A figura do palpiteiro não era das mais agradáveis: pequeno, úmido, óculos tortos que mal disfarçavam a malícia dos olhos. Ainda assim, Ramos tinha grande vaidade, usava botas de couro sempre engraxadas, seu uniforme, muito velho, estava passado e engomado. Daí os executivos o terem apelidado de “Gato”.
- Como fazer isso, você pode me ensinar, Gato? – sua voz era divertida e havia uma ponta de interesse.
- Sim, você é jovem, bonito e competente, pelo menos é o que todos falam. Façamos um trato: segue à risca meus conselhos, logo estará muitos andares acima do seu mais ambicioso sonho. Em troca, após a primeira promoção, me dará um quinto do seu salário todo mês.
Olhou para aquela coisinha desprezível ao seu lado, mas que falava com tanta segurança. Até agora só tinha trabalhado, trabalhado e não saía do mesmo lugar. Sua mãe, muito religiosa, sempre falou na interferência da mão divina quando o indivíduo mais precisasse. Talvez o Gato fosse a materialização dessa mão. De mais a mais, não tinha nada a perder.
- Aceito – e assim o Gato começou a agir.
Dr. Eduardo, presidente do Soulcrusher, subia no elevador do Gato todos os dias às sete e meia. Era sempre acompanhado pelo diretor de operações. Nesse dia só estavam os dois e o ascensorista no elevador.
- Você acha que devemos comprar ações do BCP?
- Sim, Eduardo. O preço está excelente e temos o capital necessário.
- É verdade, entretanto tenho dúvidas se esse é o momento certo.
- Com licença, Dr. Eduardo – a atenção de ambos se voltou para Ramos, que havia interrompido a conversa – a hora não é propícia para comprar ações, se esperar mais alguns dias, o preço vai baixar pelo menos cinquenta porcento.
- E como o senhor sabe disso? – perguntou um presidente entre irritado e curioso.
- É que eu almoço no mesmo lugar que o Fábio, da mesa de operações do terceiro. Ontem, durante o almoço, ele me falou que as ações do BCP vão custar a metade do preço na próxima semana.
Gato, na verdade, havia levado os diretores do BCP para a reunião com o Dr. Eduardo na véspera. No elevador ele ouviu que a situação era desesperadora, estavam falidos. Se não fechassem o negócio até sexta-feira, iriam aceitar metade do valor para poderem saldar suas dívidas.
- Muito bem, vou levar a opinião desse Fábio em consideração – se voltou para o diretor – Quero falar com esse rapaz hoje à tarde.
Às duas horas, Fábio estava na frente do presidente. O Gato, no almoço, orientou ele sobre o que falar.
- Então você acha que devemos aguardar para comprar o BCP? – seus olhos azuis estavam fixos no jovem loiro, rosto bonito e inteligente. Bom partido, pensou. Seus lábios finos e delicados mal disfarçavam o sorriso.
- Sem dúvida, Dr. Eduardo. O balanço do BCP indica que eles estão bastante endividados. A curto prazo, se não conseguirem o dinheiro, vão quebrar. Vamos aguardar uma nova oferta.
- Sabe Fábio, gostei da sua opinião, meu instinto também diz que devemos esperar. Foi um prazer conhecer você – a conversa estava encerrada, Fábio saiu da sala.
Na quarta-feira da semana seguinte o Soulcrusher comprou o BCP pela metade do preço. Fábio foi promovido para o décimo-quarto andar e deu um quinto do seu salário ao Gato, como haviam combinado.
- E agora, Ramos? Quero ir mais longe, uma diretoria estaria de bom tamanho – os dois estavam no boteco, almoçando.
- Não demora muito, Dr. Eduardo vai te convidar para jantar. Aceite, e se ele quiser esticar a noite em outro lugar, acompanhe-o.
- Está bem, vai ser um prazer jantar com o presidente, mas que história é essa de “esticar a noite”?
- Isso não interessa, apenas faça o que estou falando.
O Gato sabia das preferências sexuais do Dr. Eduardo, todos os diretores do Soulcrusher namoravam ele antes de serem promovidos.
De fato, o convite não demorou muito. Tudo ocorreu como o ascensorista havia falado. Após a sobremesa, o presidente sugeriu que fossem até sua casa tomar mais um drinque. Passaram esta e muitas outras noites juntos. Pouco depois, Fábio foi promovido para o décimo-nono andar, como vice-presidente executivo.
Passou a ir almoçar com a diretoria, no clube de campo. Mal via seu amigo Gato, apenas trocava um “oi” apressado com o ascensorista, no elevador. Eventualmente deixou de depositar a quinta parte do seu salário na conta do Gato. Este ficou preocupado, mas decerto era apenas um esquecimento do amigo.
Já que o vice-presidente não almoçava mais no boteco e elevador não era o local adequado para falarem de assunto tão delicado, Ramos teve que marcar hora. Três meses se passaram até que a secretária de Fábio encaixou o Gato entre uma reunião da diretoria e um almoço com investidores japoneses.
- Fábio, preciso muito falar com você.
- Claro, claro, Gato. Por favor, seja breve, não posso me atrasar para o almoço com os japoneses – o vice-presidente olhou para o relógio.
- Vou ser breve. Você não deposita o dinheiro na minha conta há meses. Sei que tem trabalhado muito, deve ter esquecido.
- De que dinheiro você está falando?
- Ora, a quinta parte do seu salário que você prometeu para mim, se o ajudasse a subir na carreira.
- Ah, esse dinheiro. Olha, eu já te ajudei um bom tempo, mas agora estou na vicê-presidência e não fica bem eu estar recebendo um ascensorista em minha sal. Se você puder me dar licença, tenho um compromisso em cinco minutos.
O Gato saiu da sala lívido, seu corpo todo tremia. Como ia comprar suas botas de couro, pagar o aluguel da casa onde seus pais moravam? Na hora do almoço ficou olhando os ônibus que passavam na avenida em frente ao prédio. Quando se jogou na frente do maior deles, quase nada sobrou para contar história. Seu corpo foi reconhecido pelas reluzentes botas que eram sua marca registrada.
No dia seguinte, foi admitido um novo ascensorista eo Fábio pouco depois assumiu a presidência do Soulcrusher.
Autor: Rodrigo Guimarães Motta
Escrito em: 1994
O prédio, situado no centro da cidade, é imponente, com sua construção do início do século se destacando dos modernos edifícios envidraçados. Apesar do tempo já ter deixado cicatrizes em seus vinte andares, foi o escolhido pelo Soulcrusher, maior banco de investimentos do país, para instalar sua matriz. Nossa história começa no terceiro andar.
- Fábio, a operação com o Citi foi fechada?
- Ontem à tarde acertei os últimos detalhes – assim era o Fábio, jovem brilhante, com a energia dos vinte e seis anos, toda voltada ao trabalho. Estava sempre um passo á frente em suas tarefas.
O que ele não compreendia é porque outros, com menos resultados, já tivessem se mudado para o quarto, quinto, até mesmo para o oitavo andar. Ele, porém, continuava trabalhando na mesa de operações do terceiro, mesmo cargo e local desde que entrou no Soulcrusher, há quatro anos.
Nunca parou para avaliar sua situação. Sua consciência calvinista, adquirida com o pai, dizia que deveria trabalhar mais e mais; o esforço não tarda a ser recompesado. Numa manhã de inverno, quando recebeu a notícia de que um colega, há seis meses no emprego, foi promovido para o quinto, Fábio saiu muito frustrado, se permitiu um dos poucos momentos de dúvida em sua carreira.
- Que tremenda injustiça, será que nunca vão ver meus resultados? – o gemido de Fábio foi no boteco ao lado do prédio, onde almoçava sozinho, todos os dias. Não porque os outros não gostassem dele, pelo contrário. Era sempre convidado para almoçar por seus colegas, mas preferia o boteco por ser colado ao Soulcrusher, logo ele podia voltar mais rápido ao trabalho.
- Vão ver sim, basta que você os mostre as pessoas certas – uma vozinha insinuante falou ao seu lado.
Fábio se virou e viu Ramos, o ascensorista. Volta e meia trocava uma ou duas palavras com ele, pois o sujeitinho também almoçava no bar ao lado do edifício. A figura do palpiteiro não era das mais agradáveis: pequeno, úmido, óculos tortos que mal disfarçavam a malícia dos olhos. Ainda assim, Ramos tinha grande vaidade, usava botas de couro sempre engraxadas, seu uniforme, muito velho, estava passado e engomado. Daí os executivos o terem apelidado de “Gato”.
- Como fazer isso, você pode me ensinar, Gato? – sua voz era divertida e havia uma ponta de interesse.
- Sim, você é jovem, bonito e competente, pelo menos é o que todos falam. Façamos um trato: segue à risca meus conselhos, logo estará muitos andares acima do seu mais ambicioso sonho. Em troca, após a primeira promoção, me dará um quinto do seu salário todo mês.
Olhou para aquela coisinha desprezível ao seu lado, mas que falava com tanta segurança. Até agora só tinha trabalhado, trabalhado e não saía do mesmo lugar. Sua mãe, muito religiosa, sempre falou na interferência da mão divina quando o indivíduo mais precisasse. Talvez o Gato fosse a materialização dessa mão. De mais a mais, não tinha nada a perder.
- Aceito – e assim o Gato começou a agir.
Dr. Eduardo, presidente do Soulcrusher, subia no elevador do Gato todos os dias às sete e meia. Era sempre acompanhado pelo diretor de operações. Nesse dia só estavam os dois e o ascensorista no elevador.
- Você acha que devemos comprar ações do BCP?
- Sim, Eduardo. O preço está excelente e temos o capital necessário.
- É verdade, entretanto tenho dúvidas se esse é o momento certo.
- Com licença, Dr. Eduardo – a atenção de ambos se voltou para Ramos, que havia interrompido a conversa – a hora não é propícia para comprar ações, se esperar mais alguns dias, o preço vai baixar pelo menos cinquenta porcento.
- E como o senhor sabe disso? – perguntou um presidente entre irritado e curioso.
- É que eu almoço no mesmo lugar que o Fábio, da mesa de operações do terceiro. Ontem, durante o almoço, ele me falou que as ações do BCP vão custar a metade do preço na próxima semana.
Gato, na verdade, havia levado os diretores do BCP para a reunião com o Dr. Eduardo na véspera. No elevador ele ouviu que a situação era desesperadora, estavam falidos. Se não fechassem o negócio até sexta-feira, iriam aceitar metade do valor para poderem saldar suas dívidas.
- Muito bem, vou levar a opinião desse Fábio em consideração – se voltou para o diretor – Quero falar com esse rapaz hoje à tarde.
Às duas horas, Fábio estava na frente do presidente. O Gato, no almoço, orientou ele sobre o que falar.
- Então você acha que devemos aguardar para comprar o BCP? – seus olhos azuis estavam fixos no jovem loiro, rosto bonito e inteligente. Bom partido, pensou. Seus lábios finos e delicados mal disfarçavam o sorriso.
- Sem dúvida, Dr. Eduardo. O balanço do BCP indica que eles estão bastante endividados. A curto prazo, se não conseguirem o dinheiro, vão quebrar. Vamos aguardar uma nova oferta.
- Sabe Fábio, gostei da sua opinião, meu instinto também diz que devemos esperar. Foi um prazer conhecer você – a conversa estava encerrada, Fábio saiu da sala.
Na quarta-feira da semana seguinte o Soulcrusher comprou o BCP pela metade do preço. Fábio foi promovido para o décimo-quarto andar e deu um quinto do seu salário ao Gato, como haviam combinado.
- E agora, Ramos? Quero ir mais longe, uma diretoria estaria de bom tamanho – os dois estavam no boteco, almoçando.
- Não demora muito, Dr. Eduardo vai te convidar para jantar. Aceite, e se ele quiser esticar a noite em outro lugar, acompanhe-o.
- Está bem, vai ser um prazer jantar com o presidente, mas que história é essa de “esticar a noite”?
- Isso não interessa, apenas faça o que estou falando.
O Gato sabia das preferências sexuais do Dr. Eduardo, todos os diretores do Soulcrusher namoravam ele antes de serem promovidos.
De fato, o convite não demorou muito. Tudo ocorreu como o ascensorista havia falado. Após a sobremesa, o presidente sugeriu que fossem até sua casa tomar mais um drinque. Passaram esta e muitas outras noites juntos. Pouco depois, Fábio foi promovido para o décimo-nono andar, como vice-presidente executivo.
Passou a ir almoçar com a diretoria, no clube de campo. Mal via seu amigo Gato, apenas trocava um “oi” apressado com o ascensorista, no elevador. Eventualmente deixou de depositar a quinta parte do seu salário na conta do Gato. Este ficou preocupado, mas decerto era apenas um esquecimento do amigo.
Já que o vice-presidente não almoçava mais no boteco e elevador não era o local adequado para falarem de assunto tão delicado, Ramos teve que marcar hora. Três meses se passaram até que a secretária de Fábio encaixou o Gato entre uma reunião da diretoria e um almoço com investidores japoneses.
- Fábio, preciso muito falar com você.
- Claro, claro, Gato. Por favor, seja breve, não posso me atrasar para o almoço com os japoneses – o vice-presidente olhou para o relógio.
- Vou ser breve. Você não deposita o dinheiro na minha conta há meses. Sei que tem trabalhado muito, deve ter esquecido.
- De que dinheiro você está falando?
- Ora, a quinta parte do seu salário que você prometeu para mim, se o ajudasse a subir na carreira.
- Ah, esse dinheiro. Olha, eu já te ajudei um bom tempo, mas agora estou na vicê-presidência e não fica bem eu estar recebendo um ascensorista em minha sal. Se você puder me dar licença, tenho um compromisso em cinco minutos.
O Gato saiu da sala lívido, seu corpo todo tremia. Como ia comprar suas botas de couro, pagar o aluguel da casa onde seus pais moravam? Na hora do almoço ficou olhando os ônibus que passavam na avenida em frente ao prédio. Quando se jogou na frente do maior deles, quase nada sobrou para contar história. Seu corpo foi reconhecido pelas reluzentes botas que eram sua marca registrada.
No dia seguinte, foi admitido um novo ascensorista eo Fábio pouco depois assumiu a presidência do Soulcrusher.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Conto 4 - Chocolate com Marshmellow
Conto: Chocolate com Marshmellow
Autor: Rodrigo Guimarães Motta
Escrito em: 1994
Que preguiça! Deve ser mezinha da Lena, ter que sair da imobiliária nesse calorão todo para ir até Barramares pegar assinatura do síndico. E olha que de Porto até o condomínio são dez quilômetros. O ônibus tava cheio de paulista, que sotaque mais engraçado, orra meu! Ainda bem que a noite tem trio, vou descansar desse trabalho todo requebrando com o Olodum.
Tá aqui a casa do Gringo, só esperar ele abrir a porta, mas já bati três vezes... esses americanos são estranhos, vou dar uma espiada no quarto dele, quem sabe não tá dormindo. Dando a volta pela casa, não precisei ir até o quarto, da janela da cozinha descobri porque não abriam a porta.
- Vem cá Chocolate, mais um beijinho – o grandão e desajeitado americano, sentado chamava – só mais um, por favor.
- Você é muito diferente, sabe – a risada comprida e de dentes muito brancos da Simone, zeladora do condomínio, enche a cozinha – Os daqui não ficam pedindo beijinho, logo abraçam e arrancam um beijão.
- Tá bom, tá bom, Chocolate, as you wish – o Gringo levantou e foi até Simone estralar o maior beijo na sua boca. De costas, seu corpo branco tremia, até parece aquele cuzcuz que Lena me deu para provar, tinha comprado no aeroporto, qual era o nome? Marximélou, eu acho. Quem viu anteontem a reunião lá na imobiliária, ia entender esse casal. Espere até Lena saber.
- Você tem que tomar uma atitude, John, isto não está certo – gritava a morena de olhos azuis, magra e elegante na sua canga de Bali – essa fulana aí não me respeita, não faz nada do que eu mando.
- Sim amor, eu entendo – o brancão suava de monte, mesmo com todo o ar condicionado da imobiliária – mas o que você quer que eu faça?
- Ora essa, formado por Harvard, diretor de multinacional, perguntando o que fazer? A indivídua se recusou a obedecer as ordens da mulher do síndico do condomínio para ir dançar! Nós pagamos para ter uma zeladora, não uma vagabunda – a morena estava muito vermelha, de sol ou de raiva, seus olhos mais gelados não conseguiam ficar.
Nesse momento, Simone, que escutava quieta a discussão do casal, se defendeu – A senhora me desculpe, mas eu não sou vagabunda não. Faço meu trabalho das sete até as vinte horas, do meu lazer fora desse horário quem decide sou eu.
- John, você escutou isso? Ainda por cima é respondona. Maldita hora que você resolveu comprar essa droga de casa em Porto Seguro, o Guarujá tão perto de São Paulo, e os empregados são muito mais educados.
- Amor, você chamou a zeladora de vagabunda, isso não está certo. E no contrato de trabalho dela nada diz que como zeladora ela tem de estar a sua disposição e de suas amigas para preparar muqueca de siri às onze da noite de domingo – As mãos trêmulas do Gringo John em cima da mesa revelaram o quanto custaram essas palavras.
- Obrigado, senhor – as palavras cheias de gratidão, seus olhos o fitavam com muito brilho, agora eu sei o tesão que estava atrás desse olhar da negra Simone.
- De que lado você está, afinal? Até parece que quem tem que resolver essa crise sou eu e não você, que é síndico do condomínio e m-e-u marido, ora essa – a morena tinha ficado tão vermelha que eu pensei em chamar Lena, talvez ela tivesse um troço e eu não entendo de primeiros socorros – E tem mais: para mim chega, estou levando as crianças de volta para São Paulo, não vou passar esses dias que eles tem ainda de férias me incomodando. O senhor, porém, fique sabendo de uma coisa, se não tomar uma atitude já-já eu e meus filhos não colocamos o pé nessa terra mais.
- Está OK meu amor – se virou lentamente para mim, as duas mulheres, sua esposa e Simone, aguardando a decisão – Você pode conseguir outra funcionária para trabalhar no turno da noite, no horário de descanso de Simone? O Gringo não precisou nem terminar a frase, sua esposa já estava longe, saíra batendo a porta da sala com toda a força, BLAM! Well, acho que vou passar meu final de férias sozinho.
- Só se você quiser – a negra Simone falou ao se levantar, toda sensualidade – Tenho que voltar ao trabalho, com licença.
Sozinha na sala do síndico, prometi trazer a solicitação para contratar mais um funcionário para ele assinar o mais rápido que eu conseguisse. Ele concordou com um jeito meio distante e saiu.
Fiquei admirando mais um pouco os dois pela janela, tão carinhosos um com o outro. Chocolate com Marximélou recheado de risos e beijos, o sabor desse cuzcuz delicioso se misturando com o cheiro de peixe, camarão e azeite de cozinha. Logo o Gringo John vai ter que voltar para a canga de Bali e seus gritos e reclames, deixa ele e a Simone se divertirem numa boa que eu volto outra hora.
Saí andando lentamente, o calor está muito forte e tenho dez quilômetros até Porto.
Autor: Rodrigo Guimarães Motta
Escrito em: 1994
Que preguiça! Deve ser mezinha da Lena, ter que sair da imobiliária nesse calorão todo para ir até Barramares pegar assinatura do síndico. E olha que de Porto até o condomínio são dez quilômetros. O ônibus tava cheio de paulista, que sotaque mais engraçado, orra meu! Ainda bem que a noite tem trio, vou descansar desse trabalho todo requebrando com o Olodum.
Tá aqui a casa do Gringo, só esperar ele abrir a porta, mas já bati três vezes... esses americanos são estranhos, vou dar uma espiada no quarto dele, quem sabe não tá dormindo. Dando a volta pela casa, não precisei ir até o quarto, da janela da cozinha descobri porque não abriam a porta.
- Vem cá Chocolate, mais um beijinho – o grandão e desajeitado americano, sentado chamava – só mais um, por favor.
- Você é muito diferente, sabe – a risada comprida e de dentes muito brancos da Simone, zeladora do condomínio, enche a cozinha – Os daqui não ficam pedindo beijinho, logo abraçam e arrancam um beijão.
- Tá bom, tá bom, Chocolate, as you wish – o Gringo levantou e foi até Simone estralar o maior beijo na sua boca. De costas, seu corpo branco tremia, até parece aquele cuzcuz que Lena me deu para provar, tinha comprado no aeroporto, qual era o nome? Marximélou, eu acho. Quem viu anteontem a reunião lá na imobiliária, ia entender esse casal. Espere até Lena saber.
- Você tem que tomar uma atitude, John, isto não está certo – gritava a morena de olhos azuis, magra e elegante na sua canga de Bali – essa fulana aí não me respeita, não faz nada do que eu mando.
- Sim amor, eu entendo – o brancão suava de monte, mesmo com todo o ar condicionado da imobiliária – mas o que você quer que eu faça?
- Ora essa, formado por Harvard, diretor de multinacional, perguntando o que fazer? A indivídua se recusou a obedecer as ordens da mulher do síndico do condomínio para ir dançar! Nós pagamos para ter uma zeladora, não uma vagabunda – a morena estava muito vermelha, de sol ou de raiva, seus olhos mais gelados não conseguiam ficar.
Nesse momento, Simone, que escutava quieta a discussão do casal, se defendeu – A senhora me desculpe, mas eu não sou vagabunda não. Faço meu trabalho das sete até as vinte horas, do meu lazer fora desse horário quem decide sou eu.
- John, você escutou isso? Ainda por cima é respondona. Maldita hora que você resolveu comprar essa droga de casa em Porto Seguro, o Guarujá tão perto de São Paulo, e os empregados são muito mais educados.
- Amor, você chamou a zeladora de vagabunda, isso não está certo. E no contrato de trabalho dela nada diz que como zeladora ela tem de estar a sua disposição e de suas amigas para preparar muqueca de siri às onze da noite de domingo – As mãos trêmulas do Gringo John em cima da mesa revelaram o quanto custaram essas palavras.
- Obrigado, senhor – as palavras cheias de gratidão, seus olhos o fitavam com muito brilho, agora eu sei o tesão que estava atrás desse olhar da negra Simone.
- De que lado você está, afinal? Até parece que quem tem que resolver essa crise sou eu e não você, que é síndico do condomínio e m-e-u marido, ora essa – a morena tinha ficado tão vermelha que eu pensei em chamar Lena, talvez ela tivesse um troço e eu não entendo de primeiros socorros – E tem mais: para mim chega, estou levando as crianças de volta para São Paulo, não vou passar esses dias que eles tem ainda de férias me incomodando. O senhor, porém, fique sabendo de uma coisa, se não tomar uma atitude já-já eu e meus filhos não colocamos o pé nessa terra mais.
- Está OK meu amor – se virou lentamente para mim, as duas mulheres, sua esposa e Simone, aguardando a decisão – Você pode conseguir outra funcionária para trabalhar no turno da noite, no horário de descanso de Simone? O Gringo não precisou nem terminar a frase, sua esposa já estava longe, saíra batendo a porta da sala com toda a força, BLAM! Well, acho que vou passar meu final de férias sozinho.
- Só se você quiser – a negra Simone falou ao se levantar, toda sensualidade – Tenho que voltar ao trabalho, com licença.
Sozinha na sala do síndico, prometi trazer a solicitação para contratar mais um funcionário para ele assinar o mais rápido que eu conseguisse. Ele concordou com um jeito meio distante e saiu.
Fiquei admirando mais um pouco os dois pela janela, tão carinhosos um com o outro. Chocolate com Marximélou recheado de risos e beijos, o sabor desse cuzcuz delicioso se misturando com o cheiro de peixe, camarão e azeite de cozinha. Logo o Gringo John vai ter que voltar para a canga de Bali e seus gritos e reclames, deixa ele e a Simone se divertirem numa boa que eu volto outra hora.
Saí andando lentamente, o calor está muito forte e tenho dez quilômetros até Porto.
Dica de Leitura 63 - Memórias da II Guerra Mundial - Volume II
Pessoal,
Após o primeiro volume sensacional, esse narra a derrota das forças do eixo pela força infinitamente superior dos exércitos aliados... e também todo o bastidor político que culminou na guerra fria, com dois blocos antagônicos disputando o poder mundial. Novamente, Churchill não perdoa ninguém, com tiradas impagáveis de quem viveu a história e escreve como ninguém. Fecha com chave de ouro o que começou com o primeiro livro. Boa Leitura
Após o primeiro volume sensacional, esse narra a derrota das forças do eixo pela força infinitamente superior dos exércitos aliados... e também todo o bastidor político que culminou na guerra fria, com dois blocos antagônicos disputando o poder mundial. Novamente, Churchill não perdoa ninguém, com tiradas impagáveis de quem viveu a história e escreve como ninguém. Fecha com chave de ouro o que começou com o primeiro livro. Boa Leitura
Dica de Leitura 62 - Energia mental e física
Pessoal,
Esse livro, publicado pela Pensamento, reúne o pensamento do fundador do judô, Jigoro Kano. Com a sabedoria adquirida em sua longa vida, como educador, político e fundador da mais bem-sucedida arte marcial do mundo, Kano conta a história do Judô e como a prática dessa arte marcial forma cidadãos mais preparados para construir um mundo melhor, através do uso eficiente da sua expandida energia mental e física. Simplesmente o melhor livro sobre filosofia de artes marciais que já li. Imperdível para praticantes de Judô e outras artes marciais. Boa Leitura!
Esse livro, publicado pela Pensamento, reúne o pensamento do fundador do judô, Jigoro Kano. Com a sabedoria adquirida em sua longa vida, como educador, político e fundador da mais bem-sucedida arte marcial do mundo, Kano conta a história do Judô e como a prática dessa arte marcial forma cidadãos mais preparados para construir um mundo melhor, através do uso eficiente da sua expandida energia mental e física. Simplesmente o melhor livro sobre filosofia de artes marciais que já li. Imperdível para praticantes de Judô e outras artes marciais. Boa Leitura!
Dica de Leitura 61 - Memórias da II Guerra Mundial - Volume I
Pessoal,
Esse livro, escrito por quem FEZ a história (Winston Churchill), é espetacular. Churchill conta os bastidores do conflito, nesse volume desde o fim da Primeira Guerra até a entrada dos EUA na II Guerra. Com tiradas excelentes, sem aliviar o erro de ninguém (com exceção do dele mesmo... Churchill não tem o rabo preso com o politicamente correto), o grande político, guerreiro, historiador e escritor (Prêmio Nobel, sabiam?) conta desde a humilhação imposta à Alemanha, a ascensão do Nazismo, a amarelada da Inglaterra, França e Rússia, a força alemã no início da guerra, e toda a força que a Inglaterra sozinha teve que demonstrar para resistir à força alemã, até a entrada dos EUA na guerra... sangue, suor e lágrimas aos montes, espetacular mesmo! Boa leitura!
Esse livro, escrito por quem FEZ a história (Winston Churchill), é espetacular. Churchill conta os bastidores do conflito, nesse volume desde o fim da Primeira Guerra até a entrada dos EUA na II Guerra. Com tiradas excelentes, sem aliviar o erro de ninguém (com exceção do dele mesmo... Churchill não tem o rabo preso com o politicamente correto), o grande político, guerreiro, historiador e escritor (Prêmio Nobel, sabiam?) conta desde a humilhação imposta à Alemanha, a ascensão do Nazismo, a amarelada da Inglaterra, França e Rússia, a força alemã no início da guerra, e toda a força que a Inglaterra sozinha teve que demonstrar para resistir à força alemã, até a entrada dos EUA na guerra... sangue, suor e lágrimas aos montes, espetacular mesmo! Boa leitura!
Dica de Leitura 60 - Atlantis
Pessoal,
Esse livro, escrito por D. Gibbins, narra em ritmo vertiginoso as aventuras de Jack Howard e seus colegas arqueólogos, na procura pela mitológica Atlântida. Uma teoria muito criativa, enriquecida por muita ação, com batalhas emocionantes com terroristas muçulmanos, piratas... boa distração.
Esse livro, escrito por D. Gibbins, narra em ritmo vertiginoso as aventuras de Jack Howard e seus colegas arqueólogos, na procura pela mitológica Atlântida. Uma teoria muito criativa, enriquecida por muita ação, com batalhas emocionantes com terroristas muçulmanos, piratas... boa distração.
Dica de Leitura 59 - O último judeu
Pessoal,
Esse livro, escrito por Noah Gordon (Físico, Xamã), conta a história de Yonah Toledano, jovem judeu que, quando os judeus são expulsos da Espanha na Idade Média, tem que enfrentar terríveis provações, como o aniquilamento de sua família, a mudança por diversas cidades, o aprendizado de inúmeras profissões, como armeiro, marinheiro... até se tornar um médico bem-estabelecido, sem nunca abandonar sua fé. Boa Leitura!
Esse livro, escrito por Noah Gordon (Físico, Xamã), conta a história de Yonah Toledano, jovem judeu que, quando os judeus são expulsos da Espanha na Idade Média, tem que enfrentar terríveis provações, como o aniquilamento de sua família, a mudança por diversas cidades, o aprendizado de inúmeras profissões, como armeiro, marinheiro... até se tornar um médico bem-estabelecido, sem nunca abandonar sua fé. Boa Leitura!
Dica de Leitura 58 - Sugata Sanshiro
Pessoal,
Esse livro, de Tsuneo Tomita, não está disponível em livrarias. Para adquiri-lo, entrem em contato com a FPJ - http://www.fpj.com.br/ para obterem maiores informações. De qualquer forma, o livro narra a história da criação do Judô por Jigoro Kano, que buscou desenvolver um caminho de aperfeiçoamento individual e coletivo a partir de elementos que o Japão tinha de melhor: os valores guerreiros dos antigos samurais e as técnicas de defesa pessoal. E em muitos momentos, Kano contou com seu principal aluno, Sugata Sanshiro e seu invencível yama arashi, para defender o Judô contra os mais variados e perigosos inimigos externos. Para judocas e interessados em artes marciais, simplesmente imperdível. Boa leitura!
Esse livro, de Tsuneo Tomita, não está disponível em livrarias. Para adquiri-lo, entrem em contato com a FPJ - http://www.fpj.com.br/ para obterem maiores informações. De qualquer forma, o livro narra a história da criação do Judô por Jigoro Kano, que buscou desenvolver um caminho de aperfeiçoamento individual e coletivo a partir de elementos que o Japão tinha de melhor: os valores guerreiros dos antigos samurais e as técnicas de defesa pessoal. E em muitos momentos, Kano contou com seu principal aluno, Sugata Sanshiro e seu invencível yama arashi, para defender o Judô contra os mais variados e perigosos inimigos externos. Para judocas e interessados em artes marciais, simplesmente imperdível. Boa leitura!
Dica de Leitura 57 - Melhores contos - Caio Fernando de Abreu
Pessoal,
Recomendo os maravilhosos contos de Caio Fernando Abreu, na seleção feita por Marcelo Secron Bessa para a Global Editora. Preparem-se para histórias que falam sobre temas pesados, mas com uma sensibilidade maravilhosa. Para quem se interessar, proponho que comece com o conto "Aqueles Dois", na´página 145. Como escreveu Ligia Fagundes Telles sobre o autor, "O que me inquieta e fascina nos contos de CFA é essa loucura lúcida, essa magia de encantador de serpentes que, despojado e limpo, vai tocando sua flauta e as pessoas vão-se aproximando de todo aquele ritual aparentemente simples, mas terrível porque revelador de um denso mundo de sofrimento. De piedade. De amor". Boa leitura!!
Recomendo os maravilhosos contos de Caio Fernando Abreu, na seleção feita por Marcelo Secron Bessa para a Global Editora. Preparem-se para histórias que falam sobre temas pesados, mas com uma sensibilidade maravilhosa. Para quem se interessar, proponho que comece com o conto "Aqueles Dois", na´página 145. Como escreveu Ligia Fagundes Telles sobre o autor, "O que me inquieta e fascina nos contos de CFA é essa loucura lúcida, essa magia de encantador de serpentes que, despojado e limpo, vai tocando sua flauta e as pessoas vão-se aproximando de todo aquele ritual aparentemente simples, mas terrível porque revelador de um denso mundo de sofrimento. De piedade. De amor". Boa leitura!!
Dica de Leitura 56 - Dom Casmurro
Pessoal,
Nesse ano, que celebra o centenário da morte de Machado de Assis, vale a pena tirar o pó dos clássicos machadianos que lemos no colégio e no cursinho e se deliciar com suas histórias.Dom Casmurro narra os amores... e as suspeitas que se formam entre o casal Bentinho e Capitu, o que acaba por destroçar uma bela história de amor e desgraçar a vida de uma criança que nada tinha a ver com a história... a pergunta que merece uma resposta individual é: o que VOCÊ faria se fosse Bentinho? E se fosse Capitu? Um soco no estômago de amor. E de rancor.
Nesse ano, que celebra o centenário da morte de Machado de Assis, vale a pena tirar o pó dos clássicos machadianos que lemos no colégio e no cursinho e se deliciar com suas histórias.Dom Casmurro narra os amores... e as suspeitas que se formam entre o casal Bentinho e Capitu, o que acaba por destroçar uma bela história de amor e desgraçar a vida de uma criança que nada tinha a ver com a história... a pergunta que merece uma resposta individual é: o que VOCÊ faria se fosse Bentinho? E se fosse Capitu? Um soco no estômago de amor. E de rancor.
Dica de Leitura 55 - O presidente negro
Pessoal,
A leitura desse livro (o único romance adulto escrito pelo genial Monteiro Lobato) é muito interessante nesses dias de euforia com Barack Obama... uma mistura de "A Máquina do Tempo", "A Chave do Tamanho" e das últimas eleições presidenciais, o livro conta a história do primeiro presidente negro eleito... nos Estados Unidos! Para quem cresceu lendo "Reinações de Narizinho" e afins, nada menos do que imperdível! Boa leitura!
A leitura desse livro (o único romance adulto escrito pelo genial Monteiro Lobato) é muito interessante nesses dias de euforia com Barack Obama... uma mistura de "A Máquina do Tempo", "A Chave do Tamanho" e das últimas eleições presidenciais, o livro conta a história do primeiro presidente negro eleito... nos Estados Unidos! Para quem cresceu lendo "Reinações de Narizinho" e afins, nada menos do que imperdível! Boa leitura!
Dica de Leitura 54 - Cangaceiros e fanáticos
Pessoal,
Esse livro, escrito por Ruy Facó, pode ser encontrado apenas em Sebo. A partir de dois fenômenos sociais que ocorreram no Nordeste, A Guerra de Canudos e a "República de Juazeiro" de Padre Cícero, o autor demonstra como a desigualdade social e econômica somada as transformações ocorridas no final do século XIX e início do século XX fizeram com que surgissem os cangaceiros e os fanáticos no Nordeste. Sua evolução, decadência também é apresentada, a luz das transformações sociais que ocorreram no Brasil, em especial o fortalecimento do poder central com Getúlio Vargas. Boa leitura para entender esse complexo Brasil!
Esse livro, escrito por Ruy Facó, pode ser encontrado apenas em Sebo. A partir de dois fenômenos sociais que ocorreram no Nordeste, A Guerra de Canudos e a "República de Juazeiro" de Padre Cícero, o autor demonstra como a desigualdade social e econômica somada as transformações ocorridas no final do século XIX e início do século XX fizeram com que surgissem os cangaceiros e os fanáticos no Nordeste. Sua evolução, decadência também é apresentada, a luz das transformações sociais que ocorreram no Brasil, em especial o fortalecimento do poder central com Getúlio Vargas. Boa leitura para entender esse complexo Brasil!
Dica de Leitura 53 - Veredicto em Canudos
Pessoal,
O grande escritor austro-húngaro Sandor Marai, ao ler "Os Sertões" se encantou com a história de Canudos e escreveu esse livro, sobre uma hipotética entrevista entre o ministro da guerra brasileiro, culto, sofisticado, profissional (o que seria hoje um bem-sucedido executivo de multinacional) e três sobreviventes de Canudos, que trouxeram para ele uma mensagem do Conselheiro. Para refletir: Será que as flores sempre perdem para o canhão? É possível que a ordem e o progresso subjuguem a energia vital incontrolável e caótica que existe em cada ser humano? Boa leitura, para refletir...e muito.
O grande escritor austro-húngaro Sandor Marai, ao ler "Os Sertões" se encantou com a história de Canudos e escreveu esse livro, sobre uma hipotética entrevista entre o ministro da guerra brasileiro, culto, sofisticado, profissional (o que seria hoje um bem-sucedido executivo de multinacional) e três sobreviventes de Canudos, que trouxeram para ele uma mensagem do Conselheiro. Para refletir: Será que as flores sempre perdem para o canhão? É possível que a ordem e o progresso subjuguem a energia vital incontrolável e caótica que existe em cada ser humano? Boa leitura, para refletir...e muito.
Dica de Leitura 52 - A guerra de Canudos
Pessoal,
Para quem quer ter uma visão geral da Guerra de Canudos sem se comprometer com uma leitura intensa como "Os Sertões" ou "A Guerra do Fim do Mundo", recomendo "A Guerra de Canudos, de Francisco Marins, publicado pela Editora Ática. Originalmente voltado para os estudantes, o livro retrata bem a guerra (com exceção do momento onde a primeira e única bandeira branca é levantada em Canudos... quem a levantou foi o líder espiritual Beatinho e não o comandate da rua João Abade, que lutou até o fim). Boa Leitura!!
Para quem quer ter uma visão geral da Guerra de Canudos sem se comprometer com uma leitura intensa como "Os Sertões" ou "A Guerra do Fim do Mundo", recomendo "A Guerra de Canudos, de Francisco Marins, publicado pela Editora Ática. Originalmente voltado para os estudantes, o livro retrata bem a guerra (com exceção do momento onde a primeira e única bandeira branca é levantada em Canudos... quem a levantou foi o líder espiritual Beatinho e não o comandate da rua João Abade, que lutou até o fim). Boa Leitura!!
Dica de Leitura 51 - Tapa na pantera
Pessoal,
Foi uma alegria enorme estar no lançamento desse livro, escrito por uma das últimas Damas do teatro brasileiro, Maria Alice Vergueiro. Com muito bom humor e impressionante sinceridade ela nos conta de forma leve sua história, da família quatrocentona, aos anos loucos do teatro experimental, o sucesso com grandes obras, as aulas na USP, os estudos sobre Brecht... até o triunfal retorno com o mega hit do youtube "Tapa na Pantera", onde ela representa uma senhora que fuma maconha ininterruptamente há 30 anos... mas não é viciada... Esse livro mostra que você deve e pode se reinventar sempre e assim continuar a produzir... e se divertir.... oa Leitura!
Foi uma alegria enorme estar no lançamento desse livro, escrito por uma das últimas Damas do teatro brasileiro, Maria Alice Vergueiro. Com muito bom humor e impressionante sinceridade ela nos conta de forma leve sua história, da família quatrocentona, aos anos loucos do teatro experimental, o sucesso com grandes obras, as aulas na USP, os estudos sobre Brecht... até o triunfal retorno com o mega hit do youtube "Tapa na Pantera", onde ela representa uma senhora que fuma maconha ininterruptamente há 30 anos... mas não é viciada... Esse livro mostra que você deve e pode se reinventar sempre e assim continuar a produzir... e se divertir.... oa Leitura!
Dica de Leitura 50 - João Abade
Pessoal,
Nessa minha fase canudista, encontrei na "Estante Virtual" (site que congrega mais de 700 sebos), esse livro há muito esgotado, onde João Felício dos Santos nos apresenta a guerra de Canudos na visão dos sertanejos que a fizeram, em especial de seus grandes chefes guerreiros: João Abade (comandante da rua), Pajeú, Pedrão, Joaquim Tranca-Pés,... O fatalismo, a criatividade e a combatividade do brasileiro retratados com maestria. Vale a leitura.
Nessa minha fase canudista, encontrei na "Estante Virtual" (site que congrega mais de 700 sebos), esse livro há muito esgotado, onde João Felício dos Santos nos apresenta a guerra de Canudos na visão dos sertanejos que a fizeram, em especial de seus grandes chefes guerreiros: João Abade (comandante da rua), Pajeú, Pedrão, Joaquim Tranca-Pés,... O fatalismo, a criatividade e a combatividade do brasileiro retratados com maestria. Vale a leitura.
Dica de Leitura 49 - O livro amarelo do terminal
Pessoal,
Nesse livro, absolutamente inusitado, a autora Vanessa Bárbara nos conta a história do Terminal Rodoviário do Tietê e um pouco da vida de funcionários, usuários, vizinhos dessa mega-construção. Muito interessante para nos fazer refletir sobre coisas (como a rodoviária) que fazem parte de nossa vida... e como de tudo é possível extrai boas histórias, basta apenas ouvido de ouvir... Isso tudo ainda apresentado em mais um espetacular projeto da Cosac, que esbanja qualidade e criatividade em seus livros.Boa Leitura!
Nesse livro, absolutamente inusitado, a autora Vanessa Bárbara nos conta a história do Terminal Rodoviário do Tietê e um pouco da vida de funcionários, usuários, vizinhos dessa mega-construção. Muito interessante para nos fazer refletir sobre coisas (como a rodoviária) que fazem parte de nossa vida... e como de tudo é possível extrai boas histórias, basta apenas ouvido de ouvir... Isso tudo ainda apresentado em mais um espetacular projeto da Cosac, que esbanja qualidade e criatividade em seus livros.Boa Leitura!
Dica de Leitura 48 - Os tigres de Mompracem
Pessoal,
Para quem não leu Emílio Salgari na adolescência, vale a pena começar agora com a re-edição dos "Tigres de Monpracem", que con ta a história dos piratas da malásia, liderados por Sandokan, que busca tomar seu grande amor, a Pérola de Labuan, das mãos dos colonizadores ingleses. Um clássico da pirataria, para ler de uma sentada! Boa leitura!
Para quem não leu Emílio Salgari na adolescência, vale a pena começar agora com a re-edição dos "Tigres de Monpracem", que con ta a história dos piratas da malásia, liderados por Sandokan, que busca tomar seu grande amor, a Pérola de Labuan, das mãos dos colonizadores ingleses. Um clássico da pirataria, para ler de uma sentada! Boa leitura!
Dica de Leitura 47 - A guerra do fim do mundo
Pessoal,
Finalmente, a dica sobre o livro que batizou esse BLOG! Esse é um livro ESPETACULAR. Por Vargas Llosa, a Guerra de Canudos, a partir do ponto de vista dos conselheiristas. Preparem-se para vibrar, lutar e chorar com os religiosos Beatinho, Maria Quadrado, Leão de Natuba... a torcer pelos guerreiros legendários, Pedrão, Pajeú, pela Guarda Católica do Conselheiro... e principalmente pelo marechal de campo de seus exércitos: João Abade, o COMANDANTE DA RUA. Todos liderados pelo complexo Conselheiro. Que tinha a sensibilidade de receber um aleijado da seguinte forma: "Você sofreu tanto que até os diabos fogem de tanta dor. O Pai sabe que sua alma é pura porque você está expiando o tempo todo. Não tem do que se arrepender Leão: sua vida é penitência". Boa Leitura!
Finalmente, a dica sobre o livro que batizou esse BLOG! Esse é um livro ESPETACULAR. Por Vargas Llosa, a Guerra de Canudos, a partir do ponto de vista dos conselheiristas. Preparem-se para vibrar, lutar e chorar com os religiosos Beatinho, Maria Quadrado, Leão de Natuba... a torcer pelos guerreiros legendários, Pedrão, Pajeú, pela Guarda Católica do Conselheiro... e principalmente pelo marechal de campo de seus exércitos: João Abade, o COMANDANTE DA RUA. Todos liderados pelo complexo Conselheiro. Que tinha a sensibilidade de receber um aleijado da seguinte forma: "Você sofreu tanto que até os diabos fogem de tanta dor. O Pai sabe que sua alma é pura porque você está expiando o tempo todo. Não tem do que se arrepender Leão: sua vida é penitência". Boa Leitura!
Dica de Leitura 46 - A devastação de Sharpe
Pessoal,
Vocês sabem que eu sou fã do romancista histórico Bernard Cornwell (a trilogia de Arthur, crônicas saxônicas...) e este é um grande sucesso dele: a saga de Sharpe, soldado inglês que combate durante as guerras napoleônicas. Nesse, que é o sétimo livro de Sharpe publicado no Brasil, o fuzileiro combaterá ao lado de Wellesley para recuperar Portugal do General Soult... proeza que será conseguida em praticamente um dia, com a batalha do Porto! Boa Leitura!
Vocês sabem que eu sou fã do romancista histórico Bernard Cornwell (a trilogia de Arthur, crônicas saxônicas...) e este é um grande sucesso dele: a saga de Sharpe, soldado inglês que combate durante as guerras napoleônicas. Nesse, que é o sétimo livro de Sharpe publicado no Brasil, o fuzileiro combaterá ao lado de Wellesley para recuperar Portugal do General Soult... proeza que será conseguida em praticamente um dia, com a batalha do Porto! Boa Leitura!
Dica de Leitura 45 - Amor é prosa, sexo é poesia
Pessoal,
Em uma dica de leitura anterior, já havia recomendado "Pornopolítica", livro de crônicas de Arnaldo Jabor. Esse é ainda melhor: Jabor nos conta sobre a crise política mundial e sobre um amor de infância às vezes na mesma página... e com muita sensibilidade. Sem dúvida, o melhor cronista do Brasil. Boa Leitura!
Em uma dica de leitura anterior, já havia recomendado "Pornopolítica", livro de crônicas de Arnaldo Jabor. Esse é ainda melhor: Jabor nos conta sobre a crise política mundial e sobre um amor de infância às vezes na mesma página... e com muita sensibilidade. Sem dúvida, o melhor cronista do Brasil. Boa Leitura!
Dica de Leitura 44 - 1968, o que fizemos de nós
Pessoal,
Para quem gostou de 1968, "O Ano que não acabou", esse livro do jornalista Zuenir Ventura nos conta para onde foi toda aquela energia transformadora existente em 1968... e é enriquecido por depoimentos de quem estava lá: Zé Dirceu, FHC, Gabeira... Um livro muito legal para ver a distância entre o sonho e a execução e como para alguns, um sonho pode ser reciclado, executado e continuar um sonho...
Para quem gostou de 1968, "O Ano que não acabou", esse livro do jornalista Zuenir Ventura nos conta para onde foi toda aquela energia transformadora existente em 1968... e é enriquecido por depoimentos de quem estava lá: Zé Dirceu, FHC, Gabeira... Um livro muito legal para ver a distância entre o sonho e a execução e como para alguns, um sonho pode ser reciclado, executado e continuar um sonho...
Dica de Leitura 43 - O lobo das planícies
Pessoal,
Conn Igulden, que nos brindou com a sensacional quadrilogia "O Imperador", que narra a ascensão e queda de Júlio César, dessa vez conta a história de Temudjin, filho do chefe (Khan) da pequena e aguerrida tribo mongol dos lobos. Como ele foi expulso e deixado para morrer no deserto após a morte do seu pai, como ele uniu as tribos mongóis contra os tártaros e preparou o terreno para sacudir o mundo, conquistando um império duas vezes maior do que o Império Romano... Preparem-se para ler a história de Gengis Khan. Primeiro volume espetacular de uma série sem dúvida de muito sucesso! Boa leitura!
Conn Igulden, que nos brindou com a sensacional quadrilogia "O Imperador", que narra a ascensão e queda de Júlio César, dessa vez conta a história de Temudjin, filho do chefe (Khan) da pequena e aguerrida tribo mongol dos lobos. Como ele foi expulso e deixado para morrer no deserto após a morte do seu pai, como ele uniu as tribos mongóis contra os tártaros e preparou o terreno para sacudir o mundo, conquistando um império duas vezes maior do que o Império Romano... Preparem-se para ler a história de Gengis Khan. Primeiro volume espetacular de uma série sem dúvida de muito sucesso! Boa leitura!
Dica de Leitura 42 - Cazuza
Pessoal,
Para a geração que viveu os anos 80, esse é um livro espetacular! A vida, a obra e a tragédia de um dos maiores poetas de nossa geração, Cazuza, narrada com todo o amor e a dor de uma mãe impotente ao ver o sofrimento e a queda de seu filho frente ao maldito vírus da Aids. Preparem os lenços... e a memória, vamos lembrar os shows no Radar Tantã, Radio Clube, Victoria Pub, Aeroanta... Amor da Minha Vida!
Para a geração que viveu os anos 80, esse é um livro espetacular! A vida, a obra e a tragédia de um dos maiores poetas de nossa geração, Cazuza, narrada com todo o amor e a dor de uma mãe impotente ao ver o sofrimento e a queda de seu filho frente ao maldito vírus da Aids. Preparem os lenços... e a memória, vamos lembrar os shows no Radar Tantã, Radio Clube, Victoria Pub, Aeroanta... Amor da Minha Vida!
Dica de Leitura 41 - 1968, o anõ que não terminou
Pessoal,
1968, o ano que não terminou, é o magistral relato do jornalista Zuenir Ventura, que descreve com erudição e com a vivência de quem esteve lá, o caldeirão ideológico, as forças antagônicas e os irresistíveis movimentos culturais que culminaram com os levantes estudantis de 68: a batalha da Maria Antônia, a Marcha dos 100 mil, os congressos estudantis.... até a derrota de todos pelo AI-5. Mas...será que foram mesmo derrotados? Até que ponto? Para quem quer entender porque o Brasil é o que é hoje e o que aconteceu nas últimas décadas por aqui... boa leitura!!!
1968, o ano que não terminou, é o magistral relato do jornalista Zuenir Ventura, que descreve com erudição e com a vivência de quem esteve lá, o caldeirão ideológico, as forças antagônicas e os irresistíveis movimentos culturais que culminaram com os levantes estudantis de 68: a batalha da Maria Antônia, a Marcha dos 100 mil, os congressos estudantis.... até a derrota de todos pelo AI-5. Mas...será que foram mesmo derrotados? Até que ponto? Para quem quer entender porque o Brasil é o que é hoje e o que aconteceu nas últimas décadas por aqui... boa leitura!!!
Dica de Leitura 40 - A canção da espada
Pessoal,
Mais um espetacular romance histórico de Bernard Cornwell (a trilogia de Arthur, as aventuras de Sharpe,...). É o quarto volume das crônicas saxônicas, que relatam a unificação da Inglaterra pelas mãos do Rei Alfredo, que derrota os vikings para unir a ilha sob o seu domínio. A partir da visão de seu mais poderoso guerreiro, o cínico, louco, leal e valoroso Uthred, esse capítulo narra a conquista da cidade de Londres pelos saxões. Para ler de uma sentada, como todos os livros de Cornwell. Boa Leitura!
Mais um espetacular romance histórico de Bernard Cornwell (a trilogia de Arthur, as aventuras de Sharpe,...). É o quarto volume das crônicas saxônicas, que relatam a unificação da Inglaterra pelas mãos do Rei Alfredo, que derrota os vikings para unir a ilha sob o seu domínio. A partir da visão de seu mais poderoso guerreiro, o cínico, louco, leal e valoroso Uthred, esse capítulo narra a conquista da cidade de Londres pelos saxões. Para ler de uma sentada, como todos os livros de Cornwell. Boa Leitura!
Dica de Leritura 39 - Corações sujos
Pessoal,
De um dos melhores biógrafos do Brasil, Fernando Morais, recomendo o livro "Corações Sujos", que me foi presenteado pelo grande amigo Marcelo Fugimoto. Uma história real, que conta a inacreditável trajetória da Shindo Remnei, organização formada por descendentes de japoneses no Brasil que não acreditavam que o Japão havia perdido a guerra... e organizavam expedições punitivas para assassinar os japoneses que aceitavam a derrota do Império Japonês. Um caso real, e próximo de nós, que apresenta como a falta de escrúpulo de poucos manipula a ignorância de muitos, com resultados desastrosos. Só o conhecimento e a educação libertam o ser humano. Boa leitura!
De um dos melhores biógrafos do Brasil, Fernando Morais, recomendo o livro "Corações Sujos", que me foi presenteado pelo grande amigo Marcelo Fugimoto. Uma história real, que conta a inacreditável trajetória da Shindo Remnei, organização formada por descendentes de japoneses no Brasil que não acreditavam que o Japão havia perdido a guerra... e organizavam expedições punitivas para assassinar os japoneses que aceitavam a derrota do Império Japonês. Um caso real, e próximo de nós, que apresenta como a falta de escrúpulo de poucos manipula a ignorância de muitos, com resultados desastrosos. Só o conhecimento e a educação libertam o ser humano. Boa leitura!
Dica de Leitura 38 - O pequeno Nicoulau
Pessoal,
Para quem quer dar boas risadas com as aventuras de uma turma de moleques, que só querem saber de brigar, infernizar a vida do professor e dormir sem tomar banho, esse é um clássico, escrito por Sempé e Goscinny (ele mesmo, co-autor de Asterix, o Gaulês). O mauricinho Godofredo, o pugilista Eudes, o gordo Alceu, o nerd e traidor sujo Agnaldo... tudo sob a ótica do impagável Nicolau. Boa leitura!Rodrigo
Para quem quer dar boas risadas com as aventuras de uma turma de moleques, que só querem saber de brigar, infernizar a vida do professor e dormir sem tomar banho, esse é um clássico, escrito por Sempé e Goscinny (ele mesmo, co-autor de Asterix, o Gaulês). O mauricinho Godofredo, o pugilista Eudes, o gordo Alceu, o nerd e traidor sujo Agnaldo... tudo sob a ótica do impagável Nicolau. Boa leitura!Rodrigo
Dica de Leitura 37 - 1808
Pessoal,
Esse livro que já é um best seller, nos conta como o príncipe regente Dom João escapuliu das tropas de Napoleão e veio para o Brasil. A partir daí, nos é apresentado todo o progresso que o Brasil teve com a chegada de Dom João e da corte portuguesa, assim como como era a vida e a interação entre uma corte retrógrada e tradicionalista e uma colônia vibrante e sem cultura. Os detalhes do dia a dia naquela época, retratados pelo autor, o jornalista Laurentino Gomes, são divertidíssimos e muito importante para entendermos um pouco mais a história do Brasil.
Vale a pena!!
Esse livro que já é um best seller, nos conta como o príncipe regente Dom João escapuliu das tropas de Napoleão e veio para o Brasil. A partir daí, nos é apresentado todo o progresso que o Brasil teve com a chegada de Dom João e da corte portuguesa, assim como como era a vida e a interação entre uma corte retrógrada e tradicionalista e uma colônia vibrante e sem cultura. Os detalhes do dia a dia naquela época, retratados pelo autor, o jornalista Laurentino Gomes, são divertidíssimos e muito importante para entendermos um pouco mais a história do Brasil.
Vale a pena!!
Dica de Leitura 36 - O desafio do justo
Pessoal,
Uma dica de um bom livro, escrito por uma grande escritora que anda meio fora de moda: Taylor Caldwell. Autora de livros espetaculares, como Pilar de Ferro (vida do estadista e orador romano Cícero), Médico de Homem e de Almas (vida de São Lucas) e Capitães e os Reis (melhor de todo, saga de uma dinastia de imigrantes irlandeses nos EUA), nesse livro Caldwell apresenta a vida de Jason Garrity, que, filho de imigrantes, saiu da pobreza total para a construção de um império hoteleiro. As dificuldades para construir o negócio não são nada comparadas àquelas que ele enfrenta para manter a sanidade em meio a relações pesssoais corruptas e interesseiras. Vale a pena, esse livro deve ser mais fácil de encontrar em sebos...
Uma dica de um bom livro, escrito por uma grande escritora que anda meio fora de moda: Taylor Caldwell. Autora de livros espetaculares, como Pilar de Ferro (vida do estadista e orador romano Cícero), Médico de Homem e de Almas (vida de São Lucas) e Capitães e os Reis (melhor de todo, saga de uma dinastia de imigrantes irlandeses nos EUA), nesse livro Caldwell apresenta a vida de Jason Garrity, que, filho de imigrantes, saiu da pobreza total para a construção de um império hoteleiro. As dificuldades para construir o negócio não são nada comparadas àquelas que ele enfrenta para manter a sanidade em meio a relações pesssoais corruptas e interesseiras. Vale a pena, esse livro deve ser mais fácil de encontrar em sebos...
Dica de Leitura 35 - Campanha no Afeganistão
Pessoal,
Para quem leu e adorou os livros de Steven Pressfield - Portões de Fogo (a Batalha das Termópilas, entre 300 espartanos e todo o exército persa) e Tempos de Guerra (vida do general ateniense Alcebíades, herói da Guerra do Peloponeso), não pode perder seu novo livro, "Campanha no Afeganistão". Nesse livro, sob a ótica de um soldado do exército de Alexandre o Grande, nos é contada a menos empolgante e mais difícil campanha de Alexandre, a conquista do Afeganistão. Ao contrário das grandes batalhas contra os persas, como Gaugamela,... essa é uma campanha de guerrilhas, contra milhares de clãs independentes. Uma vitória (vitória?) que custou muito caro aos conquistadores. E é demais ter essa visão a partir de um soldado, o que nos permite entender melhor a cultura e a vida na época.
Para quem leu e adorou os livros de Steven Pressfield - Portões de Fogo (a Batalha das Termópilas, entre 300 espartanos e todo o exército persa) e Tempos de Guerra (vida do general ateniense Alcebíades, herói da Guerra do Peloponeso), não pode perder seu novo livro, "Campanha no Afeganistão". Nesse livro, sob a ótica de um soldado do exército de Alexandre o Grande, nos é contada a menos empolgante e mais difícil campanha de Alexandre, a conquista do Afeganistão. Ao contrário das grandes batalhas contra os persas, como Gaugamela,... essa é uma campanha de guerrilhas, contra milhares de clãs independentes. Uma vitória (vitória?) que custou muito caro aos conquistadores. E é demais ter essa visão a partir de um soldado, o que nos permite entender melhor a cultura e a vida na época.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Dica de Leitura 34 - Carlos Gracie, o criador de uma dinastia
Pessoal,
Essa é uma leitura obrigatória para quem pratica Jiu Jitsu ou artes marciais em geral. Escrito por Reila Gracie, ex-mulher de Maurição Gomes e mãe de Roger Gracie, o livro conta toda a história do Jiu Jitsu, desde sua chegada ao Brasil, pelo faixa preta de Judô, o Yondan Mitsuo Maeda (isso mesmo, JUDÔ!), seu estudo e disseminação por Carlos Gracie, que foi seguido pelos demais irmãos (isso mesmo, NÃO é Hélio Gracie o número 1 dessa dinastia), os combates históricos de Hélio, Carlson, Rolls, Rickson, Royce... com grandes judocas, como Kimura, Ono... e com outros lutadores, como Waldemar Santana, Rei Zulu, UFC, Pride... e as inacreditáveis brigas, que nos mostram que essa família legendária, apenas na aparência exterior e no marketing é unida... Imperdível!
Essa é uma leitura obrigatória para quem pratica Jiu Jitsu ou artes marciais em geral. Escrito por Reila Gracie, ex-mulher de Maurição Gomes e mãe de Roger Gracie, o livro conta toda a história do Jiu Jitsu, desde sua chegada ao Brasil, pelo faixa preta de Judô, o Yondan Mitsuo Maeda (isso mesmo, JUDÔ!), seu estudo e disseminação por Carlos Gracie, que foi seguido pelos demais irmãos (isso mesmo, NÃO é Hélio Gracie o número 1 dessa dinastia), os combates históricos de Hélio, Carlson, Rolls, Rickson, Royce... com grandes judocas, como Kimura, Ono... e com outros lutadores, como Waldemar Santana, Rei Zulu, UFC, Pride... e as inacreditáveis brigas, que nos mostram que essa família legendária, apenas na aparência exterior e no marketing é unida... Imperdível!
Dica de Leitura 33 - O mago
Pessoal,
Para quem gosta e para quem não gosta dele como escritor, a biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais é uma ótima dica de leitura (como todos os livros do Fernando Morais: quem não gostou de Olga, Chatô,...). Ambicioso, doidão, místico, satanista, criativo, imortal, parceirão do maluco beleza Raul Seixas... praticamente impossível resumir em poucas palavras esse personagem, que além de ter mais de cem milhões de livros vendidos, com certeza se divertiu muito em sua vida. Boa leitura!
Para quem gosta e para quem não gosta dele como escritor, a biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais é uma ótima dica de leitura (como todos os livros do Fernando Morais: quem não gostou de Olga, Chatô,...). Ambicioso, doidão, místico, satanista, criativo, imortal, parceirão do maluco beleza Raul Seixas... praticamente impossível resumir em poucas palavras esse personagem, que além de ter mais de cem milhões de livros vendidos, com certeza se divertiu muito em sua vida. Boa leitura!
Dica de Leitura 32 - Esquin de Floyrac, o fim do templo
Esse sensacional livro, que encerra a trilogia do templo de Z. Rodrix (que começou com Diário de um construtor do templo e teve o segundo livro Zorobabel, a reconstrução do templo), narra a titânica luta entre as monarquias ambiciosas e sanguinárias da Europa, que ajudadas pelo papado corrupto, atacaram e destruíram a legendária Ordem do Templo, formada pelos cavaleiros templários. O fim da Ordem e a luta final para não se perderem os verdadeiros tesouros do templo de Salomão, narradas pelo traidor da ordem: o templário Esquin de Floyrac. Na minha opinião, o melhor livro da série.
Dica de Leitura 31 - Doce cuentos peregrinos
Pessoal,
Além dos clássicos "Cem Anos de Solidão", "Amor nos Tempos do Cólera", etc etc, Garcia Marquez é talvez o mais espetacular contista latino americano (páreo duro, no continente de Borges...). Esse livro, apresenta contos peregrinos (tem esse nome porque estiveram nos cadernos e na imaginação de Marquez durante anos e anos antes de serem publicados), surpreendentes, emocionantes e alguns fantásticos, como pode se esperar do autor. Recomendo a leitura em espanhol, fazendo-se a ressalva que o vocabulário não é fácil - há palavras em espanhol colombiano que não existem sequer no dicionário. Imperdível!
Além dos clássicos "Cem Anos de Solidão", "Amor nos Tempos do Cólera", etc etc, Garcia Marquez é talvez o mais espetacular contista latino americano (páreo duro, no continente de Borges...). Esse livro, apresenta contos peregrinos (tem esse nome porque estiveram nos cadernos e na imaginação de Marquez durante anos e anos antes de serem publicados), surpreendentes, emocionantes e alguns fantásticos, como pode se esperar do autor. Recomendo a leitura em espanhol, fazendo-se a ressalva que o vocabulário não é fácil - há palavras em espanhol colombiano que não existem sequer no dicionário. Imperdível!
Dica de Leitura 30 - Klimt
Pessoal,
Para aqueles que gostam ou se interessam por arte, o livro "Klimt", escrito por Nina Kransel e publicado pela Editora Prestel (em inglês) é espetacular. Um mergulho na Viena do final do século XIX e início do século XX, efervescente de vida, criatividade e arte: Schiele, Kokoschka, Gretszl, e o mais proeminente de todos, Klimt. Solteirão convicto, gênio criativo, trabalhador incansável com sua "bata" azul, líder do movimento artístico secessão", que propunha integrar todas as formas de arte, teve uma vida genial e genial foram suas obras: "O Beijo", "Beethoven´s Frieze", "O Retrato de Adele-Bloch-Bauer",.... Um mergulho em um maravilhoso mundo de arte, criação e paixão por tudo o que se faz. Fantástico.
Para aqueles que gostam ou se interessam por arte, o livro "Klimt", escrito por Nina Kransel e publicado pela Editora Prestel (em inglês) é espetacular. Um mergulho na Viena do final do século XIX e início do século XX, efervescente de vida, criatividade e arte: Schiele, Kokoschka, Gretszl, e o mais proeminente de todos, Klimt. Solteirão convicto, gênio criativo, trabalhador incansável com sua "bata" azul, líder do movimento artístico secessão", que propunha integrar todas as formas de arte, teve uma vida genial e genial foram suas obras: "O Beijo", "Beethoven´s Frieze", "O Retrato de Adele-Bloch-Bauer",.... Um mergulho em um maravilhoso mundo de arte, criação e paixão por tudo o que se faz. Fantástico.
Dica de Leitura 29 - Elas gostam de apanhar
Pessoal,Mais uma dica de leitura sensacional: "Elas Gostam de Apanhar" uma coletânea de 26 textos originalmente publicados em "Na Vida Como Ela É". Não percam "O Menino Cego", "Vonta de Beijar", "A Morte do Cisne", "A Romântica"...e muitos outros. Simplesmente demais!
Dica de Leitura 28 - O berro impresso das manchetes
Pessoal,
Depois de ter lido a biografia do Nelson Rodrigues, me empolguei e decidi ler as crônicas e os romances dele que estão sendo relançados pela Agir. "O Berro Impresso das Manchetes" são as crônicas esportivas publicadas na Manchete Esportiva na década de 50. Histórias mitológicas do futebol, boxe, luta livre, remo...confesso a vocês que Nelson jornalista esportivo consegue ser tão bom ou melhor que Nelson autor de peças de teatro. Não percam!
Depois de ter lido a biografia do Nelson Rodrigues, me empolguei e decidi ler as crônicas e os romances dele que estão sendo relançados pela Agir. "O Berro Impresso das Manchetes" são as crônicas esportivas publicadas na Manchete Esportiva na década de 50. Histórias mitológicas do futebol, boxe, luta livre, remo...confesso a vocês que Nelson jornalista esportivo consegue ser tão bom ou melhor que Nelson autor de peças de teatro. Não percam!
Dica de Leitura 27 - The tipping point (essa vai em inglês)
Malcolm Gladwell Social epidemic – every marketer must be aware of it! Ideas and products/messages spread like viruses do: Contagious behavior; Little change have big effects; Changes happened in a hurry. Epidemics are a function of: Law of the few (people who transmit the viruses); The stickiness factor (the infectious agent itsel); The power of context (the environment)
Law of the Few: the company must connect with connectors, mavens and salesmen to start a social epidemic! Connectors: the social glue who spread the message! People with a special gift for bringing the world together;Extraordinary capability of making friends and acquaintances;Mavens: the data banks who provide the message! People we (and connectors) rely upon to connect with new information; They are pro-active collectors of information that interest them; Loves to talk about it. Salesmen: they persuade the unconvinced! Little things are as important as big things; Non verbal cues are as important as verbal cues; Persuasion often works in ways we do not appreciate.
The stickeness factor: is the message so memorable that it can spur someone to action? The information age (fragmented media) has created a stickiness problem; If you pay careful attention to the format and structure of your material, you could dramatically enhance stickiness; There is a simple way to package information, that, under the right circumstances, can make it irresistible!
The Power of Context: the impetus to engage in a certain behaviouris coming from a feature of thre environment! What really matters are little things;Specific situations are so powerful they can overhelm our inherent predispositions; We often underestimate the importance of ontext;This fact appears to violate some of our most deeply held assumptions about human nature; Focus on smaller groups (max. 150): people are closer, knit together, can have an effective community life.
Law of the Few: the company must connect with connectors, mavens and salesmen to start a social epidemic! Connectors: the social glue who spread the message! People with a special gift for bringing the world together;Extraordinary capability of making friends and acquaintances;Mavens: the data banks who provide the message! People we (and connectors) rely upon to connect with new information; They are pro-active collectors of information that interest them; Loves to talk about it. Salesmen: they persuade the unconvinced! Little things are as important as big things; Non verbal cues are as important as verbal cues; Persuasion often works in ways we do not appreciate.
The stickeness factor: is the message so memorable that it can spur someone to action? The information age (fragmented media) has created a stickiness problem; If you pay careful attention to the format and structure of your material, you could dramatically enhance stickiness; There is a simple way to package information, that, under the right circumstances, can make it irresistible!
The Power of Context: the impetus to engage in a certain behaviouris coming from a feature of thre environment! What really matters are little things;Specific situations are so powerful they can overhelm our inherent predispositions; We often underestimate the importance of ontext;This fact appears to violate some of our most deeply held assumptions about human nature; Focus on smaller groups (max. 150): people are closer, knit together, can have an effective community life.
Dica de Leitura 26 - João Saldanha, uma vida em jogo
Pessoal,
Uma biografia muito legal, do hoje um pouco esquecido João Sem Medo, escrita por André Siqueira: comunista histórico, lutou contra o governo Vargas e contra a ditadura militar; grande esportista, jornalista esportivo e técnico, classificou o Brasil para a Copa de 70 barrou (?) Pelé e foi substituído por Zagallo. E nunca, nunca mesmo, levava desaforo pra casa. Melhor do que eu, fica sua descrição escrita pelo grande Nelson Rodrigues: Amigos, não acreditem pelo amor de Deus, que as qualidades influem no amor. Influem pouquíssimo ou nada. Por exemplo: o meu caro João Saldanha. Tenho-lhe um afeto de irmão. Quebrei minhas lanças para que a CBD o escolhesse. Havelange e Passo tiveram um momento de lucidez ou mesmo de gênio e o chamaram...um amigo...veio me perguntar: vc acha que o João tem as qualidades necessárias? respondi, "Não sei se tem as qualidades, mas afirmo que tem os defeitos necessários".... Por exemplo: é um furioso. E aí está o primeiro e maravilhoso defeito: uma Copa do Mundo é uma selva...se o João cospe mais fogo que o Dragão de São Jorge, melhor para o Brasil... Outro defeito: ele fará qualquer negócio para o Brasil ser campeão do mundo... Não queiram saber o que o João não fará no próximo Mundial... Creiam que, com os defeitos de "João sem Medo", o Brasil ganhará a Copa". Precisa dizer mais?
Uma biografia muito legal, do hoje um pouco esquecido João Sem Medo, escrita por André Siqueira: comunista histórico, lutou contra o governo Vargas e contra a ditadura militar; grande esportista, jornalista esportivo e técnico, classificou o Brasil para a Copa de 70 barrou (?) Pelé e foi substituído por Zagallo. E nunca, nunca mesmo, levava desaforo pra casa. Melhor do que eu, fica sua descrição escrita pelo grande Nelson Rodrigues: Amigos, não acreditem pelo amor de Deus, que as qualidades influem no amor. Influem pouquíssimo ou nada. Por exemplo: o meu caro João Saldanha. Tenho-lhe um afeto de irmão. Quebrei minhas lanças para que a CBD o escolhesse. Havelange e Passo tiveram um momento de lucidez ou mesmo de gênio e o chamaram...um amigo...veio me perguntar: vc acha que o João tem as qualidades necessárias? respondi, "Não sei se tem as qualidades, mas afirmo que tem os defeitos necessários".... Por exemplo: é um furioso. E aí está o primeiro e maravilhoso defeito: uma Copa do Mundo é uma selva...se o João cospe mais fogo que o Dragão de São Jorge, melhor para o Brasil... Outro defeito: ele fará qualquer negócio para o Brasil ser campeão do mundo... Não queiram saber o que o João não fará no próximo Mundial... Creiam que, com os defeitos de "João sem Medo", o Brasil ganhará a Copa". Precisa dizer mais?
Dica de Leitura 25 - A estrela solitária
Pessoal,
Mais um livro imperdível do grande Ruy Castro: A Estrela Solitária nos conta a vida, repleta de glórias e desacertos do grande ídolo Garrincha, que teve tudo nas mãos e deixou escapar pela imaturidade, imprudência e principalmente pelo alcoolismo. E teria perdido muito mais, se não tivesse grandes amigos e mulheres, a mais especial sendo a Bossa Negra. Elza Soares, lutadora incansável que segurou por 15 anos a derrocada do ídolo do futebol.
Mais um livro imperdível do grande Ruy Castro: A Estrela Solitária nos conta a vida, repleta de glórias e desacertos do grande ídolo Garrincha, que teve tudo nas mãos e deixou escapar pela imaturidade, imprudência e principalmente pelo alcoolismo. E teria perdido muito mais, se não tivesse grandes amigos e mulheres, a mais especial sendo a Bossa Negra. Elza Soares, lutadora incansável que segurou por 15 anos a derrocada do ídolo do futebol.
Dica de Leitura 24 - O anjo pornográfico
Pessoal,
Ruy Castro nos conta a maravilhosa vida de Nelson Rodrigues: seus amores, suas tragédias (irmão assassinado, tuberculose, irmão soterrado, filha cega surda muda paralítica, filho preso e torturado para citar alguns),... Com esse livro, muito bem escrito, pude entender de uma forma muito viva e também divertida como formou-se o grande gênio da dramaturgia e jornalismo brasileiro, o ANJO PORNOGRÁFICO. E afirmo: conhecer a vida do ídolo permite que entendamos sua obra!
Ruy Castro nos conta a maravilhosa vida de Nelson Rodrigues: seus amores, suas tragédias (irmão assassinado, tuberculose, irmão soterrado, filha cega surda muda paralítica, filho preso e torturado para citar alguns),... Com esse livro, muito bem escrito, pude entender de uma forma muito viva e também divertida como formou-se o grande gênio da dramaturgia e jornalismo brasileiro, o ANJO PORNOGRÁFICO. E afirmo: conhecer a vida do ídolo permite que entendamos sua obra!
Dica de Leitura 23 - Vale tudo - o som e a fúria de Tim Maia
Pessoal,
Para quem gostou de "Noites Tropicais", esse novo livro é sensacional, pois Nelson Motta conta (como em Noites), com a propriedade de quem esteve lá, as loucuras, os amores, as músicas de Tim Maia, uma figuraça que viveu a vida intensamente e aceitou pagar o preço disso. Àqueles que curtem o gordinho irado que no fundo era um grande romântico, LEITURA OBRIGATÒRIA!!!!!
Para quem gostou de "Noites Tropicais", esse novo livro é sensacional, pois Nelson Motta conta (como em Noites), com a propriedade de quem esteve lá, as loucuras, os amores, as músicas de Tim Maia, uma figuraça que viveu a vida intensamente e aceitou pagar o preço disso. Àqueles que curtem o gordinho irado que no fundo era um grande romântico, LEITURA OBRIGATÒRIA!!!!!
Dica de Leitura 22 - O rio da dúvida
Esse livro maravilhoso, da Cia das Letras, escrito por Candice Millard, narra a (inenarrável) aventura do guerreiro, aventureiro, acadêmico e político Theodore Roosevelt e do herói brasileiro Marechal Candido Rondon na exploração do Rio da Dúvida. A luta de gigantes contra a selva, os antropófagos e os animais... uma época onde gigantes caminhavam sobre a terra. Presente espetacular de meu grande amigo Marcelo Fugimoto, leitura nada menos que obrigatória. Divirtam-se!!!
Dica de Leitura 21 - Os crimes da luz
Pessoal,
Escrito por Giulio Leoni e lançado pela Editora Planeta, esse é mais um divertidissímo thriller de Dante Alighieri (após o muito bom Crimes do Mosaico), que mais uma vez emprega todo o seu talento, cultura (e temperamento pra lá de explosivo) para desvendar crimes escabrosos relacionados a busca pelo tesouro perdido do Imperador Frederico.
Boa Leitura!
Escrito por Giulio Leoni e lançado pela Editora Planeta, esse é mais um divertidissímo thriller de Dante Alighieri (após o muito bom Crimes do Mosaico), que mais uma vez emprega todo o seu talento, cultura (e temperamento pra lá de explosivo) para desvendar crimes escabrosos relacionados a busca pelo tesouro perdido do Imperador Frederico.
Boa Leitura!
Dica de Leitura 20 - O Duelo
Pessoal,
Esse livro, da Editora Revan, é uma pequena jóia do grande aventureiro e escritor Joseph Conrad. Conta a história da rivalidade entre dois oficiais do exército francês, que tendo como pano de fundo o período napoleônico, vão se bater em duelo diversas vezes, por um tema de honra.E os combates, por mais cruéis que possam parecer, possibilitam a evolução do indivíduo, se acompanhados pela reflexão. Para ilustrar, vejam o brilhante raciocínio de um dos personagens:"Ninguém é bem-sucedido em tudo o que empreende. Nesse sentido, somos todos malogros. A grande questão é não malograr na organização e na sustentação do esforço de nossa vida. Nesse ponto o que nos põe a perder é a nossa vaidade. Ela faz com que nos apressemos a nos lançar em situações das quais forçosamente sairemos prejudicados; ao passo que o orgulho é a nossa salvaguarda, pela reserva que impõe à escolhado do nosso esforço e graças também ao poder de nos dar sustentação".
Boa leitura!
Esse livro, da Editora Revan, é uma pequena jóia do grande aventureiro e escritor Joseph Conrad. Conta a história da rivalidade entre dois oficiais do exército francês, que tendo como pano de fundo o período napoleônico, vão se bater em duelo diversas vezes, por um tema de honra.E os combates, por mais cruéis que possam parecer, possibilitam a evolução do indivíduo, se acompanhados pela reflexão. Para ilustrar, vejam o brilhante raciocínio de um dos personagens:"Ninguém é bem-sucedido em tudo o que empreende. Nesse sentido, somos todos malogros. A grande questão é não malograr na organização e na sustentação do esforço de nossa vida. Nesse ponto o que nos põe a perder é a nossa vaidade. Ela faz com que nos apressemos a nos lançar em situações das quais forçosamente sairemos prejudicados; ao passo que o orgulho é a nossa salvaguarda, pela reserva que impõe à escolhado do nosso esforço e graças também ao poder de nos dar sustentação".
Boa leitura!
Dica de Leitura 19 - Amigos 2
2 dicas de minha amiga Carol da Coca-Cola Femsa
Agora uma dica minha: vc já e leu "O Fisico", do Noah Gordon? É excelente! Eu já tinha lido o "Ultimo Judeu", que é do mesmo autor (que é muito bom tbm). Conta a vida de um homem dotado do poder quase místico de curar, que tem a obsessão de vencer a morte e a doença. Se passa desde o obscurantismo da Inglaterra do século XI até ao esplendor da Pérsia, detalhando a idade de ouro da civilização árabe e judaica. A história começa quando Rob Cole, órfão, aprendiz de um barbeiro-cirurgião na Inglaterra, toma conhecimento da existência de uma escola extraordinária na Pérsia, onde um famoso físico leciona. Decidido a ir a seu encontro, descobre que o único problema estava no fato de que cristãos não tinham acesso às universidades muçulmanas durante as Cruzadas. A solução era Rob assumir a identidade de um judeu, e assim passa a história.
Outra dica muito boa é “Pilares da Terra”, do Ken Follett. São 2 volumes excelentes. Esta é a sinopse que está no site: Emocionante, complexo, pontilhado de coloridos detalhes históricos, 'Os pilares da terra' traça o painel de um tempo conturbado, varrido por conspirações, jogos intrincados de poder, violência e surgimento de uma nova ordem social e cultural. A figura que melhor expressa os ideais que inspiraram Ken Follett a escrever este livro é Philip, prior de Kingsbridge, um homem que luta contra tudo e todos para construir um templo grandioso a Deus. Mas a galeria de personagens que gravitam em torno da catedral inclui Aliena, a bela herdeira banida de suas terras, Jack, seu amante, Tom, o construtor, William o cavaleiro boçal, e Waleran, o bispo capaz de tudo para pavimentar seu caminho até o lugar do Papa, em Roma. Como painel de fundo, uma Inglaterra sacudida por lutas entre os sucessores prováveis ao trono que Henrique I deixou sem descendentes. Épico que consegue captar simultaneamente o que acontece nos castelos, feiras, florestas e igrejas, 'Os pilares da terra' é a recriação magistral de uma época que nossa imaginação não quer esquecer.
Agora uma dica minha: vc já e leu "O Fisico", do Noah Gordon? É excelente! Eu já tinha lido o "Ultimo Judeu", que é do mesmo autor (que é muito bom tbm). Conta a vida de um homem dotado do poder quase místico de curar, que tem a obsessão de vencer a morte e a doença. Se passa desde o obscurantismo da Inglaterra do século XI até ao esplendor da Pérsia, detalhando a idade de ouro da civilização árabe e judaica. A história começa quando Rob Cole, órfão, aprendiz de um barbeiro-cirurgião na Inglaterra, toma conhecimento da existência de uma escola extraordinária na Pérsia, onde um famoso físico leciona. Decidido a ir a seu encontro, descobre que o único problema estava no fato de que cristãos não tinham acesso às universidades muçulmanas durante as Cruzadas. A solução era Rob assumir a identidade de um judeu, e assim passa a história.
Outra dica muito boa é “Pilares da Terra”, do Ken Follett. São 2 volumes excelentes. Esta é a sinopse que está no site: Emocionante, complexo, pontilhado de coloridos detalhes históricos, 'Os pilares da terra' traça o painel de um tempo conturbado, varrido por conspirações, jogos intrincados de poder, violência e surgimento de uma nova ordem social e cultural. A figura que melhor expressa os ideais que inspiraram Ken Follett a escrever este livro é Philip, prior de Kingsbridge, um homem que luta contra tudo e todos para construir um templo grandioso a Deus. Mas a galeria de personagens que gravitam em torno da catedral inclui Aliena, a bela herdeira banida de suas terras, Jack, seu amante, Tom, o construtor, William o cavaleiro boçal, e Waleran, o bispo capaz de tudo para pavimentar seu caminho até o lugar do Papa, em Roma. Como painel de fundo, uma Inglaterra sacudida por lutas entre os sucessores prováveis ao trono que Henrique I deixou sem descendentes. Épico que consegue captar simultaneamente o que acontece nos castelos, feiras, florestas e igrejas, 'Os pilares da terra' é a recriação magistral de uma época que nossa imaginação não quer esquecer.
Dica de Leitura 18 - Zorobabel
Pessoal,
Esse segundo livro da trilogia do Templo, escrito por Zé Rodrix e publicado pela Editora Record, é tão bom ou melor do que o primeiro, o premiado "Diário de um Construtor do Templo". O livro conta a história da luta de Zorobabel, último descendente da casa de David, para convencer os invencíveis imperadores da Pérsia, Ciro e depois Dario, a autorizar que os hebreus possam sair de seu exílio na Babilônia e retornar a Jerusalém e reconstruir o Templo de Yaweh. A história de uma vida, que através do sacríficio, da perda e do aprendizado advindo da vivência e consolidado com a convivência de Zorobabel na comunidade dos pedreiros, permite no final que um objetivo aparentemente impossível seja atingido. E na vitória, resta para quem a obteve tão somente o aprendizado obtido através do esforço consciente. Boa leitura!!!
Esse segundo livro da trilogia do Templo, escrito por Zé Rodrix e publicado pela Editora Record, é tão bom ou melor do que o primeiro, o premiado "Diário de um Construtor do Templo". O livro conta a história da luta de Zorobabel, último descendente da casa de David, para convencer os invencíveis imperadores da Pérsia, Ciro e depois Dario, a autorizar que os hebreus possam sair de seu exílio na Babilônia e retornar a Jerusalém e reconstruir o Templo de Yaweh. A história de uma vida, que através do sacríficio, da perda e do aprendizado advindo da vivência e consolidado com a convivência de Zorobabel na comunidade dos pedreiros, permite no final que um objetivo aparentemente impossível seja atingido. E na vitória, resta para quem a obteve tão somente o aprendizado obtido através do esforço consciente. Boa leitura!!!
Dica de Leitura 17 - Sem nunca jogar a toalha
Pessoal,
Para quem gosta de esportes (de lutas em especial), aí vaí uma dica incrível. A biografia de Foreman, editada pela Thomas Nelson Brasil, narra a maravilhosa ascensão da FERA Foreman até o título mundial. Após a perda do título, na mais famosa luta da história, em pleno coração da África, para Ali (ALI BOMA YE, lembram?), Foreman encontra sua razão de viver na prática religiosa.Dia após dia ele se fortalece e se prepara para o grande momento de sua vida: regressar ao boxe, reconquistar o título mundial aos 45 anos de idade e recuperar sua fortuna. Não como a FERA, mas como um ser humano completo. Espetacular.
Para quem gosta de esportes (de lutas em especial), aí vaí uma dica incrível. A biografia de Foreman, editada pela Thomas Nelson Brasil, narra a maravilhosa ascensão da FERA Foreman até o título mundial. Após a perda do título, na mais famosa luta da história, em pleno coração da África, para Ali (ALI BOMA YE, lembram?), Foreman encontra sua razão de viver na prática religiosa.Dia após dia ele se fortalece e se prepara para o grande momento de sua vida: regressar ao boxe, reconquistar o título mundial aos 45 anos de idade e recuperar sua fortuna. Não como a FERA, mas como um ser humano completo. Espetacular.
Dica de Leitura 16 - Crime e castigo
Pessoal,
Sem dúvida um dos melhores livros que li em toda a minha vida, retrata a complexidade da alma humana em situações extremas e nas cotidianas também. A edição da Editora 34, traduzida direto do russo por Paulo Bezerra, é primorosa e sem os " francesismos" das outras. Um jovem estudante, Raskólnikov, sem perspectivas, deprimido e com uma inteligência estupenda, elabora uma teoria onde os crimes cometidos por pessoas extraordinárias são não só justificáveis, como necessários, dependendo do contexto histórico. A jornada da queda e da redenção de Raskólnikov durante a realização do crime e a vivência de suas consequências é o tema do livro e nesse trajeto ele conta com companheiros incríveis, como o indômito Razumíkhin, sua bela e inteligente irmã Avdótia, o irônico e brilhante Svidrigáilov, a sofrida e sonhadora Sônia...
Necessário é ir até a livraria e adquirir o livro. Aproveitem o horário da novela!
Sem dúvida um dos melhores livros que li em toda a minha vida, retrata a complexidade da alma humana em situações extremas e nas cotidianas também. A edição da Editora 34, traduzida direto do russo por Paulo Bezerra, é primorosa e sem os " francesismos" das outras. Um jovem estudante, Raskólnikov, sem perspectivas, deprimido e com uma inteligência estupenda, elabora uma teoria onde os crimes cometidos por pessoas extraordinárias são não só justificáveis, como necessários, dependendo do contexto histórico. A jornada da queda e da redenção de Raskólnikov durante a realização do crime e a vivência de suas consequências é o tema do livro e nesse trajeto ele conta com companheiros incríveis, como o indômito Razumíkhin, sua bela e inteligente irmã Avdótia, o irônico e brilhante Svidrigáilov, a sofrida e sonhadora Sônia...
Necessário é ir até a livraria e adquirir o livro. Aproveitem o horário da novela!
Dica de Leitura 15 - Elite da tropa
Para quem se impressionou com "Tropa de Elite", o livro "Elite da Tropa", da Editora Objetiva, escrito por dois oficiais do BOPE e pelo famoso antropólogo, filósofo e cientista político Luiz Eduardo Soares é uma boa dica. Além de retratar o dia a dia violento e implacável do BOPE, também relata os bastidores complexos da segurança pública no Brasil, onde não existem respostas fáceis para enfrentarmos a violência e criminalidade que assolam o Brasil.
Dica de Leitura 14 - A máquina de Uriel
Nesse livro, editado pela Madras, os autores, historiadores maçons Cristopher Knight e Robert Lomas, através de ampla pesquisa histórica, propõe que o desenvolvimento humano é muito mais antigo do que é normalmente aceito. Segundo eles, as cidades megalíticas européias são anteriores as cidades sumérias...muito dessa antiga e avançada civilização se perdeu com a colisão de dois grandes meteoros na terra (em 7640 AC e 3150 AC). Após o impacto do primeiro cometa, o povo megalítico conhecido como "povo da cerâmica canelada" desenvolveu sofisticadas ferramentas astronômicas, que eram preservadas através da fusão de sua religião com os conhecimentos científicos. Vestígios desse conhecimento sobreviveram no judaísmo enochiano e nas lendas dos antigos druidas, que por sua vez podem ainda ser encontrados em rituais maçônicos de altos graus. Assustador, mas a Terra pode sofrer uma enorme catástrofe...saber o que aconteceu e tomar as precauções necessárias pode um dia ser vital a nossa civilização.... Leitura sensacional!!!!!
Dica de leitura 13 - Os senhores do norte
Mais uma saga (esse é o terceiro volume das "Crônicas Saxônicas") histórica do grande Bernard Cornwell, que narra a história da consolidação do poder saxônico na ilha britânica, consolidação esta empreendida pelo estrategista, beato e atormentado Rei Alfredo. Nesse volume, nosso herói Uhtred auxilia o nobre dinamarquês Guthred a sair da escravidão e consolidar seu reinado no norte da ilha, vencendo inimigos dinamarqueses que não estavam alinhados com o projeto de poder de Alfredo. Entre esses inimigos, estão Kjartan o cruel (que é derrotado com especial alegria por ter sido o assassino do pai adotivo de Uhtred, Ragnar o Velho) e muitos outros... É demais ler as aventuras de Uhtred, suas espadas bafo de serpente e ferrão de vespa e seus amigos, o imenso Steapa, o fiel Ragnar o Novo.... uma saga à altura das Crônicas de Arthur e das Aventuras de Sharpe, escritas pelo mesmo autor. Quem quiser ler essa do início, deve ler: 1. O Útimo Reino; 2. O Cavaleiro da Morte; 3. Os Senhores do Norte.
Dica de Leitura 12 - A cidade e os cachorros
Mais uma dica para erradicar a ignorância do mundo (ou pelo menos de quem eu gosto) e para iluminar as leituras de meus grandes amigos: Este livro, editado pela Alfaguara, é a primeira grande obra do espetacular escritor peruano Mario Vargas Llosa. Conta a história da vida de alunos de um colégio militar e o processo de amadurecimento desses alunos em um ambiente violento, masculino, onde os professores acham que sabem o que está acontecendo, mas por trás quem domina são os alunos do círculo - o destemido Jaguar, o forte Jibóiao poeta Alberto... Como disse Llosa, para inventar esse livro ele teve que"ser, menino ainda, alguma coisa de Alberto e do Jaguar, do serrano Cava e do Escravo, cadete do Colégio Militar Leoncio Prado, mioraflorino de Barrio Alegre e vizinho de La Perla, em Callao; e já adolescente, teve de ler muitos livros de aventura, acreditar na tese de Sartre sobre a literatura engajada, devorar os romances de Malraux e admirar sem limites os romancistas americanos da geração perdida, todos eles, mas mais do que todos, William Faulkner. Imperdível.
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